De Max Coutinho
Capítulo Anterior: Os Principais Pontos da Declaração da Cimeira UE-Liga dos Estados Árabes
Os Estados Árabes Ouviram mas Obedecerão?
Os Europeus olharam para a Conferência de Varsóvia e provavelmente pensaram que pudessem fazer melhor que a Administração Trump (chegaram até a dar a entender na Declaração de Cimeira que os EUA, e provavelmente a Rússia, não tinha nada que estar envolvidos no Médio Oriente porque estão longe da região); contudo, eles não fizeram melhor que os Americanos.
Xavier Bettel, o Primeiro Ministro do Luxemburgo, chegou à Cimeira e resolveu dar lições de Direitos Gays aos Estados Árabes – uma vez que ele próprio é gay (vejam ao que isto chegou: trazer assuntos de cama para uma reunião política). O Presidente al-Sisi respondeu dizendo que a LAS não aceita lições de moral dos Europeus, nem de qualquer outro estado – e ele está absolutamente certo. Contudo, esse é o problema dos Europeus: acreditam serem superiores a toda a gente, e isso vê-se nas suas relações com os estados Africanos e da MENA.
Quando o Presidente Trump disse que alguns países Africanos eram “shitholes” ele só disse o que os Europeus pensam, e dizem a boca pequena, desde o período das independências – qual a prova disto? A maneira como os Europeus subornam os líderes africanos para manterem os povos africanos na miséria.
Os Estados Árabes ouviram os Europeus, sorriram para eles, apertaram as mãos, fingiram concordar com a declaração e depois, de regressarem a casa, começaram a fazer os seus cálculos:
- Os Europeus dão-nos lições acerca da homossexualidade. A seguir virão com a história dos Direitos das Mulheres.
- Os Europeus irão eventualmente exigir democracia nos nossos reinos.
- Os Europeus só estão interessados no nosso dinheiro mas não no nosso desenvolvimento.
- Os Europeus apoiam o Irão e o Hezbollah.
- Os Americanos respeitam a nossa soberania.
- Os Americanos querem parar com as guerras e investir no nosso desenvolvimento. Todos ganham dinheiro.
- Os Americanos estão contra o Irão, 100%.
- Os Israelitas podem ser um parceiro poderoso para o desenvolvimento e paz no Médio Oriente.
- A Causa Palestiniana trouxe mais custos do que benefícios para todos nós.
- Os Palestinianos são terroristas alinhados com a Irmandade Muçulmana que buscam a morte das Monarquias Árabes e dos Estados Árabes Seculares.
52% da Liga Árabe esteve presente na Conferência de Varsóvia. 38% da LAS, presente na conferência, mostrou-se favorável às propostas americanas e a avançar nas relações com Israel para o bem do Médio Oriente. Os outros 14% agarraram-se ao Status Quo por razões Aqui explicadas.
Quando olhamos para o ângulo acima descrito, temos que concluir que a Conferência de Varsóvia para o Médio Oriente, liderada pela América, foi um sucesso já que fez lembrar à LAS que o seu verdadeiro inimigo é o Irão (e isto é verdade para todos os estados da Liga quando analisamos a situação país por país), lembrou-lhes que a obsessão com a causa “Palestiniana” fê-los negligenciar os avanços iranianos na região e falharam em anticipar as suas medidas expansionistas, and a conferência abriu a porta a uma melhoria de relações com Israel – algo que a UE não quer.
A Cimeira UE-LAS, por outro lado, foi mais do mesmo: o mesmo Status Quo, as mesmas promessas vãs, os mesmos clichés, a mesma ignorância, a mesma insídia, o mesmo sentimento anti-Israel, e mais apoio tácito ao Irão. E ainda por cima, um dos líderes da UE deu lições à LAS sobre Direitos dos Gays (tal como o Presidente Obama tentou fazer com os Africanos, no Uganda).
A pergunta é: a UE tem a certeza de que a Liga Árabe a seguirá até ao abismo?
A Conferência de Varsóvia para o Médio Oriente convidou somente os Estados Árabes mais importantes (aqueles que verdadeiramente têm poder para mudar a situação na região) e deixou a causa palestiniana fora da mesa de conversações. A Cimeira UE-LAS convidou toda a Liga Árabe (21 países) e deixou a Ameaça Iraniana fora da conversa. A Síria não foi convidada para nenhuma das reuniões.
A UE (fazendo eco à Rússia) acusa os EUA de polarizar o mundo; contudo, a primeira Cimeira Euro-Árabe selou a Posição Europeia acerca dos Assuntos do Médio Oriente. A Tentativa de contrapôr o esforço diplomático bem sucedido dos Americanos falhou por completo porque os Europeus não foram racionais – ao não se terem apercebido de que o Médio Oriente mudou e que velhas fórmulas já não se aplicam.
A UE estagnou.
No entanto, há uma mensagem para os Líderes Árabes que deve ser reiterada, à medida que chegamos ao fim da nossa argumentação:
- Os Europeus boicotaram a Conferência liderada pelos EUA somente para organizar uma Cimeira com todos vós 10 dias depois
- Os Europeus, logo, viraram as suas costas a um aliado da NATO – quanto tempo demorarão a trair-vos?
- Os Europeus atrevem-se a dar-vos lições de Direitos Humanos, mas quando estão com os Chineses calam-se que nem uns ratos (Chineses esses que têm campos de reeducação para Muçulmanos)
- Os Líderes Árabes deveriam formar um novo Bloco Médio Oriente (com Israel incluído), ultrapassar a Europa e finalmente ganhar a credibilidade que merecem
- Este Novo Bloco do Médio Oriente deve defender os interesses dos Povos da região – as suas necessidades, os seus desafios e a sua cultura é diferente da dos Europeus
- Desenvolvam a Região, juntamente com Israel, e o mundo temerá o Médio Oriente.
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