De Max Coutinho
Foi reportado que o Hezbollah se está a preparar para a Guerra (com Israel) no próximo Verão e que Hassan Nasrallah avisou que ele poderá não sobreviver. A questão que salta de imediato é: o que é que o Líbano pretende fazer? O Hezbollah faz parte do Governo libanês, querendo isto dizer que se o Hezbollah, sob as ordens do Irão, decidir ir para a guerra contra o Estado Judaico o Líbano irá certamente sofrer as consequências – estará Beirute pronto para tal cenário?
Poderei não ficar entre vós muito tempo; é possível que todo o primeiro nível de liderança possa ser morto, incluíndo a minha pessoa – Hassan Nasrallah
“Poderei não ficar entre vós muito tempo...” esta frase sugere que a saúde do Nasrallah possa estar fragilizada (talvez com uma doença inefável) e no entanto ele está-se a preparar para passar por Mártir (i.e. não morrer de uma doença mas sim na luta contra o inimigo – Israel). “É possível que todo o primeiro nível de liderança possa ser morto” – mas desde quando é que o primeiro nível de liderança luta na frente de combate? Isto é estrategicamente tolo, a não ser que Nasrallah esteja a falar de decapitação de liderança (i.e. assassinatos políticos). E em quê que se baseia a sua previsão: terá o Hezbollah já recebido um aviso (i.e. alguns dos seus oficiais de topo foram assassinados)? Se tiver sido esse o caso, então ele estará a perguntar-se acerca da origem da ordem. Talvez suspeite que tenha vindo de Israel e, agora, ameaça o Estado Judaico com uma guerra no Verão.
O Hezbollah deveria pensar muito bem antes de arrastar o Líbano para um conflito porque, desta vez, se Israel for atacado, seja de que maneira for, suspeitamos que o território que pertenceu às Tribos de Asher e Naftali irá finalmente ser devolvido ao seu dono original. Por isso, talvez neste caso, Beirute deva tentar controlar o Hezbollah se o Status Quo é para ser preservado.
O Irão poderá estar a dar ordens ao Partido de Allah para direccionar alguns dos seus 130.000 roquetes e mísseis para o Estado Judaico, numa tentativa de aniquilar o “Sionistas”, mas esta decisão é muito emocional porque Teerão não está na posse de informação vital para a sua sobrevivência: os Ayatollahs sabem por acaso que tipo de armas estão prontas para proteger o Povo Escolhido de Israel? Pensem no seguinte: se a Mossad foi capaz de entrar no Irão e remover ½ tonelada de Material Secreto sem ser detectada, que tipo de escudo é que os agentes tinham? Teerão deveria pensar bem.
Informação Recolhida
A liderança iraniana e o Hezbollah têm estado a usar algumas palavras-chave interessantes: invadir a Galileia, Guerra, Espionagem, “limpar” a liderança, e destruir Israel.
As entidades Revolucionárias e os seus Proxies do Líbano querem invadir Israel através da Galileia, mas porquê a Galileia? Agora estamos a entrar na categoria da Escatologia. Os cabeças religiosos do Irão estão a olhar para o que se está a passar no Médio Oriente (as aberturas a Israel, a mudança da Política Externa Americana prá região, o declínio do poder Europeu, a mudança tácita da política Russa etc) e vêem-no como uma confirmação do que os seus homólogos israelitas têm estado a dizer desde o Rosh Hashanah: o Geulah já aqui está.
A Tradição Judaica diz que o Ungido será revelado na Galileia; naturalmente, o Irão está a preparar-se para invadir a região e matá-lo – ainda que, há muitas luas atrás, recebemos intel de um elemento iraniano que na verdade pretendiam raptá-lo, depois de matarem toda a sua família, e dizer que o Mahdi era iraniano – ser Judeu não seria um problema porque de qualquer maneira ele havia vindo de Allah, e é tudo o que interessa.
Podeis pensar que tudo isto é uma loucura, mas nem vos passa pela cabeça as coisas que as pessoas dizem nos interrogatórios. Por exemplo, não se deixem enganar quando dizem que as igrejas Católicas/Cristãs estão a ser atacados (ou vandalizados) por causa das políticas Americanas no Médio Oriente ou por causa dos Ataques em Christchurch – isso é uma distracção. Por ora, basta dizer que as acções do Papa e as posições tolas da Europa estão a levar os islamistas a acreditar que o seu Plano de 7 Passos está a ir de vento em popa e que os Cristãos eventualmente se submeterão a Allah.
Monitorando as Actividades Internacionais do Hezbollah
Os Governos relevantes deveriam monitorar o comportamento das Comunidades Libanesas à volta do mundo (em particular na América Latina, em África e na Europa): o dinheiro vivo está a ser movimentado? Há transacções financeiras em excesso envolvendo Banco Europeus (onde o Hezbollah tem acções através de testas-de-ferro africanos, franceses e portugueses, por exemplo)? Há aumento de movimento de pessoas nas Caraíbas e na Europa? Os libaneses estão a mexer-se dentro do continente Africano?
Se Hassan Nasrallah está a planear uma guerra para o Verão então ele deverá ter começado a mobilizar os seus operacionais à volta do mundo para contribuir para a operação. Para além do que foi previamente dito, ele poderá estar a olhar para este conflito como uma espécie de operação suicida (“é possível que todo o primeiro nível de liderança possa ser morto, incluíndo a minha pessoa”) o que sugere que ele já prevê a morte de todo o resto dos níveis de liderança espalhados à volta do globo.
Esta guerra representará uma ameaça existencial para ambos os lados, o que significa um aumento na letalidade: ou mata-se ou é-se morto. A única diferença entre o Hezbollah e Israel é que este último respeitará as Leis da Guerra e a Lei Internacional Humanitária (LIH), enquanto que o Hezbollah não respeitará – e o Líbano permanecerá em silêncio à custa do sangue do seu povo. Os homens do Nasrallah terão como alvo tantos os objectos civis (em violação da LIH) como os objectivos militares; enquanto que Israel fará ataques cirúrgicos a objectivos militares e minimizar os danos colaterais no que toca à população civil.
A nossa gente deverá saber e...estar preparado para o pior cenário. – Hassan Nasrallah
De facto, se o Status Quo não for preservado: Game over, Hezbollah. Game over, Líbano.
(Imagem: Militantes do Hezbollah[Ed] - WPost via Google Imagens)
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