Temos duas empresas de telecomunicações, duas senhoras idosas reformadas, cuja pensão é nos dois casos inferior a €500; e queremos saber qual das duas tem uma maior compreensão do conceito de Customer Satisfaction e de Cobrança de Dívidas.
TV Cabo/ZON/NOS
Berta é uma amiga minha de 79 anos, que após ver o seu serviço interrompido pela NOS por falta de pagamento, foi aos escritórios da empresa, liquidou a sua dívida e nesse mesmo dia achou por bem cessar o contrato de 19 anos (era primeiramente cliente da TV Cabo, ZON). Pouco tempo depois, contratou os serviços da MEO e, eis que a NOS lhe envia uma carta cobrando uma milena e tal de Euros alegando violação do período de fidelização (Atenção: estamos a falar de um contrato com 19 anos). Rebatida a alegação, a Berta recebeu uma factura de €27 da dita NOS; como o serviço fora interrompido e o contrato cancelado, Berta resolveu simplesmente ignorar tal cobrança. Qual não foi o seu espanto quando recebeu uma carta comunicando-lhe que afinal devia €570, perfazendo custas judiciais e juros.
Enquanto estava ainda a tentar entender o despautério dos ladrões da NOS, recebeu uma estocada de €750 através de uma empresa de Solicitadores em representação da empresa, os quais extorsivamente ameaçavam com penhoras de toda a ordem: habitação, viatura, móveis e etc. Expliquei à minha amiguinha que a cultura de desonestidade já era apanágio da ZON e que pelos vistos a NOS não se quis livrar desse estigma, portanto deveria contratar um advogado e pôr fim à roubalheira legalizada pelos corruptos que têm assento na Assembleia da República.
PT/MEO
Alice (a quem trato por Lili) tem 83 anos e é cliente da PT. Por causa dos seus netos (que a visitam todos os fins-de-semana), contratou um dos pacotes MEO com todas as mordomias possíveis. Um dia, por razões que só a ela dizem respeito, viu-se com o seu serviço interrompido pela MEO e com uma dívida de €248.
Passado pouco tempo, a Lili recebeu um telefonema da empresa inquirindo a razão pela qual deixara de pagar a dívida. Explicada a razão, foi-lhe proposto elaborar um plano de pagamento parcelado e devido ao seu problema foi-lhe sugerido que por enquanto escolhesse um pacote mais adequado. Chegados a um acordo, logo que efectuou a primeira prestação, o serviço foi reposto; ela sentiu-se aliviada e sem a angústia da Berta (que por acaso é sua prima) e hoje já tem a Sport TV, TV Cine - canais que mantém somente para agrado dos seus netos.
Resposta Óbvia
Em Portugal, sou cliente da PT e usufruo de um dos pacotes MEO e não pretendo mudar porque para a nossa família a PT representa o establishment - e deste nunca se sai por preço algum.
Não sei se ainda se lembram do Zainal Bava (o ex-gestor de todos os anos), mas durante o seu “reinado” a PT era uma empresa inovadora e sempre à frente do tempo; por conseguinte, a Altice faz agora parte do establishment português que detém uma vantagem sobre todas as outras operadoras (Vodafone, NOS e aquele horror da margem sul outrora Cabo Visão e agora nowo) porque tem o conhecimento técnico e prático do mercado, a rede de distribuição é sólida e (menos mal) aprendeu a gerir o lado emocional dos seus clientes.
Claro, que até eu já fui agravada pela PT por isto ou por aquilo, mas o facto é que sempre tentou chegar a um acordo que satisfizesse ambas as partes; porquê? Porque o establishment sabe que um cliente estiver satisfeito pode ganhar cinco: um que regressa às origens, um que vem experimentar e três novinhos em folha.
Mr. Drahi pas de connerie, vous pouvez toujours changer NOWO pour Altice, mais on n'acceptera jamais changer notre identité MEO - MEO est PT. Et monsieur, vous pouvez être sûr que tout le monde sait que PT Telecomunicações appartient a Altice, allors votre ego est bien protégé.
Até para a semana
NB: Este post não foi encomendado pelo MEO, pelo que não recebemos um tostão da companhia.
[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]
Olá Lenny,
ResponderEliminarAinda bem que esclareceste que a MEO não nos está a patrocinar, senão as pessoas poderiam ficar com a impressão errada. ;)
Da maneira como as coisas são em Portugal, acho impossível uma pessoa saír do establishment. Mercado livre é um mito no país.
Obrigada pela pequena história da vida real, e ficou claro quem ganha nesta corrida.
Beijocas
Imagine-se...
EliminarMercado livre que no caso da electricidade dependem todos da EDP: é uma treta
Adoro conversar e saber das minhas belas amiguinhas. :)
Beijocas
Mana, velhinhas vivem só com 500 euros na tuga? O quê? Pensei que toda a gente ganhava bem aí. Afinal! Não percebi nada do que disseste no fim na lingua estrangeira, quem é o tal drahi?
ResponderEliminarOlá, Carlitos!
EliminarGanha-se o necessário, meu amigo!
O senhor Drahi é o cidadão francês que comprou a PT Telecomunicações e a Cabo Visão.
A última parte é um recado para o magnata francês das telecomunicações, é um finca pé entre ele e eu. ;)
Aquele abraço, resistente de Moza
Pá, lenny, eu respondo claramente que a MEO é que a empresa. Hoje e sempre! A NOS sempre foi vigarista, sempre! Beijinhos e já estava com saudades.
ResponderEliminarOlá, Cêcê!
EliminarQuerida, eu já começava a ficar preocupada com o teu silêncio: bem-vinda!
Beijocas, minha linda!