A Incoerência do PS: Ministro da Educação ao invés da Saúde

Durante o fim-de-semana, estive a conversar com uma das comentadoras no Etnias, Maria Joaquina Fonseca, que me confessou que andava mergulhada numa apatia devido ao estado da nação. Tentei acalmá-la explicando que desde a antiga Grécia que assim é: de tempos a tempos os cidadãos sentem uma melancolia inexplicável quando tentam conjugar o seu viver com a irracionalidade da política nacional. De zangada pediu-me para falarmos no Hangouts (do Google):

Maria Joaquina: Ó Lenny, como é que faz? Diga-me...

Eu: Não faço grandes coisas, vou votar quando tenho que fazê-lo e depois ignoro o barulho dos Medias, dos ditos comentadores e, uma vez por mês, mui friamente, oiço as gravações do canal Parlamento, através do qual identifico os burros do parlamento, os chicos-espertos dos líderes parlamentares, os idiotas ministeriais e o trampolinista do premier só para não esquecer que vivo em Portugal. E para poder achincalhar a esquerda nos encontros familiares...é claro.

Maria Joaquina: E isso basta-lhe? Não pensa nos pobres, nos desempregados, nas famílias empobrecidas; enfim, no estado em que Portugal se encontra?

Eu: Na nossa família ajudamo-nos uns aos outros. Quanto aos desempregados pratico nepotismo sempre que possa. Quanto às famílias empobrecidas se houver alguém que me seja vizinho e se não tiver vergonha de pedir ajuda estendo também a mão; mas como é óbvio o meu universo é ínfimo: se todos fizermos um pouco talvez consigamos mitigar algum mal.

Maria Joaquina: Não está a perceber; metade do país está muito mal: é horrível!

Eu: A outra metade que faça alguma coisa. E, atenção, quem precisa deve pedir ajuda: não é vergonha nenhuma. Eu conheci gente envergonhada e orgulhosa que acabou por dar cabo da sua vida. Oiça: não vale a pena confiar no governo; é só esquemas dentro da função pública e das instituições de caridade; elas também só socorrem os compinchas.

Maria Joaquina: Isto também é falta de Deus nas vidas das pessoas...

Eu: Não me faça rir! A Joaquina e eu, que somos pessoas devotas, todas as vezes que votamos fazemo-lo a favor de Partidos que têm gente ateia e agnóstica que depois se vai sentar no leme da governação.

Maria Joaquina: Que fazer então, Lenny?

Eu: Minha linda, só não quero que sofra e que ingenuamente espere encontrar Deus nas famílias portuguesas; pelo menos, não quando dois padres de topo foram à TV defender a nomeação, para o cargo de primeiro ministro, do agnóstico descendente de goeses católicos. Mas ao que parece até o próprio Vaticano condecorou o mesmo agnóstico em 3/9/2010...veja lá, se não é o fim do mundo em cuecas!

Estava já a despedir-me quando ela se saiu com o seguinte “O que me diz da frase do Ministro da Educação?”

Eu: Quem é ele?

Maria Joaquina: O investigador Dr. Tiago Brandão Rodrigues; diz-se que descobriu uma nova maneira de detectar o Cancro, através de uma técnica da Ressonância Magnética.

Eu: O quê que isso interessa? As pessoas quando vão ao hospital em Portugal, só vêm essa máquina quando já é tarde demais: quando estão mais que infectadas. O bom seria ter descoberto a cura, mas agora já não o fará porque ser ministro da educação é mais importante que a cura do cancro; nem sequer teve a decência de pedir a pasta da saúde...ora bolas....

Maria Joaquina: Também digo! Mas oiça, o rapaz disse a propósito dos exames de aferição “Mudanças não vão interferir com o funcionamento das Escolas”; que quer isto dizer?

Eu: Primeiro quer dizer que o menino está imbuído pelo espírito futebolístico, pois os futebolistas nunca fazem uso do futuro (compreensível), mas nele é imperdoável porque é doutorado e deve ter passado milhares de dias a ler e a reler textos. Depois existe um claro equívoco na sua frase: porque o que quer que se faça numa escola (mesmo não contando para a nota final) interferirá sempre com o funcionamento da mesma.

Maria Joaquina: É o que lhe digo, está tudo mal! Até os doutorados nos confundem!

Eu: Com todo o devido respeito, mande-os à merda; pegue em si e faça você também um doutoramento, vá investigar o funcionamento da cabeça dos políticos e saia de lá com uma descoberta real e palpável; porque eu estou sinceramente fora dessa escumalha toda!

Maria Joaquina: Então Lenny, porque devo eu votar nas presidenciais?

Eu: Deve votar nas presidenciais e em qualquer votação, para que a lindinha e eu tenhamos o direito de reclamar e chamar-lhes todos os nomes se não forem credíveis: não me desaponte, vá votar!

Maria Joaquina: Beijinhos Lenny e muito obrigada pela conversa!

Eu: Eu é que agradeço, pois não sabia o que haveria de escrever. Mas assim sendo, transcreverei esta nossa conversa, como artigo da próxima semana. Beijinhos, chérie!

Até para semana


[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]