Women by Jenö Barcsay |
Algumas mulheres estão dispostas a fazer o que for para chegar ao Topo; nem que para isso tenham de abdicar da sua
humanidade, dignidade e integridade.
A Eva Braun, uma boa cristã, apaixonou-se por um fascista
que massacrou milhões de seres humanos em campos da morte e, fez experiências
com milhares de outros (e.g. procriação entre mulheres e cães). Diz-se que ela
não sabia o que se estava a passar durante toda a Segunda Guerra Mundial, ao
mesmo tempo que era uma peça vital no círculo íntimo do seu amado – por isso,
como poderia não saber? Ela sabia e bem; contudo foi-lhe conveniente fingir não
estar ao corrente para não ter que confrontar o Monstro dentro de si.
A Lucía de Pinochet, uma boa centrista radical, foi casada
com um general fascista que raptou oponentes políticos, que os torturou e
assassinou da maneira mais vil possível (e.g. um dos métodos de tortura era
introduzir ratos na vagina das mulheres). Como é que esta mulher dormia à noite
sabendo que mulheres, como ela própria, estavam a ser vítimas do sadismo do seu
marido? Como é que ela tinha espírito para viajar e fazer compras
desenfreadamente enquanto mulheres, homens e crianças estavam a ser abusados
pelas forças de segurança do cônjuge? Só posso partir do princípio que Lucía de
Pinochet era, ela própria, uma sádica.
Asma al-Assad, uma boa moça Sunni, é casada com um déspota
que neste momento massacra os seus irmãos Sunni, numa tentativa vã de se agarrar
ao poder. Asma passou a imagem de uma mulher extremamente humanitária e
moderna, criada no Ocidente e com imenso estilo (estilo esse que captou a
atenção da revista Vogue). Mas depois mostrou-nos uma faceta digna de análise:
enquanto o seu marido mata indiscriminadamente, a Primeira Dama da Síria
decidiu afastar-se da realidade e passar os seus dias a fazer compras online (de
jóias e sapatos) com certeza para acalmar os seus nervos ocidentalizados. No
meio disso tudo, o seu marido diz-lhe que expresse, em público, o seu apoio
incondicional a ele e, Asma (quem sabe, em nome do luxo e da posição)
obedece-lhe.
Ann Romney, uma boa cristã, é casada com um
homem-de-negócios-bem-sucedido-que virou-político. Ela é uma mulher talentosa:
é dona-de-casa (mãe de cinco filhos) e uma mulher de negócios (que possui
companhias em offshore que geram milhões de dólares/ano – é só para ver que um
curso de Francês não é impedimento quando se possui o espírito empresarial). O
seu marido, o candidato às presidenciais dos EUA Mitt Romney, numa amostra daquilo que será a sua Política Externa, sugeriu que os Palestinianos têm uma cultura inferior, razão pela qual são economicamente subdesenvolvidos – Saeb Erekat acusou-o de ser racista e afirmou que apesar dos conflitos, e disputas
entre si, ele jamais ouviu os Israelitas dizerem tal coisa. (N.B:
ele tem razão. Os Israelitas [não os Judeus Americanos radicais] jamais diriam
tal coisa, porque sabem que partilham muitos traços culturais, do Médio
Oriente, com os seus vizinhos; mas acima de tudo sabem que o desenvolvimento
económico é fruto de boas políticas económicas – i.e. política e não cultura).
E o que é que Ann Romney fez? Tal como as mulheres dos
fascistas, ela – com o seu silêncio – concordou com o seu marido e, sancionou o
seu racismo. Uma mulher Americana do século XXI viu o seu cônjuge a fazer um
comentário racista e, não fez o seu melhor para levá-lo a pedir desculpa a um
Povo com quem ele terá que trabalhar pela paz, se fôr eleito.
Quanto é que algumas mulheres estarão dispostas a pagar para
chegar ao Topo? Tudo o que, nelas, há de bom e humano.
Mulheres como estas envergonham-nos a todas. Espero que o Romney perca!
ResponderEliminarOlá Anónima :D!
EliminarCompreendo o que quer dizer. LOL fará campanha contra ele?
Obrigada pelo seu comentário :D.
Um abraço
Mas bah, Max, espero que Romney perca, não por isso, mas por entender que Obama merece um novo mandato.
ResponderEliminarLembrei da frase: "Por trás de um grande homem sempre há uma grande mulher" e pensei; será que as mulheres por trás dos despotas ou dos racistas, necessáriamente acompanha-lhes as convicções? Afinal os opostos se atraem, mas os casamentos são frutos das afinidades.
Abração.
Olá Diler :D!
EliminarEstou de acordo que o Presidente Obama mereça mais um mandato (aí é que veremos o que ele vale).
Podem até não acompanhar os maridos nas convicções, mas coloca-se na mesma a questão ética: podes ver outros seres serem maltratados (sob que forma fôr) por alguém próximo e não fazeres coisa alguma? O que é que isso diz de ti, o que estás a ensinar aos teus filhos, qual o impacto da tua falta de ética e responsabilidade na sociedade futura?
Este é que é o problema.
É, os casamentos são fruto das afinidades; por isso, se casas com um monstro, monstro és.
Diler, obrigada por este comentário maravilhoso :D.
Um abração
Max, minha amiga, desculpe pela ausência...
ResponderEliminarEstou de volta e com a corda toda, tem algumas postagens nova no blog.
Creio que em relação ao poder, ao topo e a tudo que envolve esse status, homens e mulheres acabam por perder a razão e o bom senso, mas com algumas mulheres a situação é mais evidente, pois realmente acabam perdendo o que possuem de melhor e de mais humano, a sensibilidade. Mas no caso de personagens da história mundial envolvidas com dinheiro, política e fama, não costumo julga-las por suas escolhas sem antes analisar suas vidas e principalmente o contexto histórico e social em que cresceram e viveram.
Add vc no facebook ok?
(Tati R. Pancev)
Beijo e até breve....
Angel, olá :D!
EliminarNão tens de pedir desculpa: a tua presença é apreciada de qualquer maneira e em qualquer altura.
Passarei pelo teu blog :D.
"Creio que em relação ao poder, ao topo e a tudo que envolve esse status, homens e mulheres acabam por perder a razão e o bom senso, mas com algumas mulheres a situação é mais evidente, pois realmente acabam perdendo o que possuem de melhor e de mais humano, a sensibilidade."
Pois.
"Mas no caso de personagens da história mundial envolvidas com dinheiro, política e fama, não costumo julga-las por suas escolhas sem antes analisar suas vidas e principalmente o contexto histórico e social em que cresceram e viveram."
E que análise farias então da Sra Romney e da Asma al-Assad?
Obrigada. Também te adicionei :D.
Angel, muito obrigada pelo teu comentário :D.
Beijoss