La Sonrisa de Fernando Gutierrez

A Interrupção - Vittorio Reggianini

(Este artigo foi originalmente publicado no Dissecting Society e agora adaptado para este blogue)

O meu caro amigo Fernando, um filósofo argentino, escreveu este lindo poema e permitiu-me traduzi-lo para vós. 

Primeiro poderão ler a versão original (em Espanhol), depois a tradução para Português e, finalmente a versão em Inglês.

La Sonrisa
No fue una máscara griega,
ni el gesto de un asesino:
fue la sonrisa egregia,
un febrero sin Olimpo,
en tus labios dibujada.
¡Maldito y gris fantasma!
Vete ya de mis recuerdos
y silencia a los demonios
que en mi alcoba desesperan.
Maldito y gris fantasma,
una noche sin dioses,
errante marchó mi alma:
cien abismos y desiertos
dejé atrás, moribundos,
más sospeché, tu presencia
fue mi sombra solitaria.
No pienso, ni sueño ni lloro:
en mí raspaste una lágrima
y yo, bebí tu viejo licor:
¡Calla! y duerme en mi olvido,
tétrica alma vagabunda,
que no respiro si matas
y ante mi cama sonríes,
triunfante y sosegada.

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O Sorriso
Não foi uma máscara grega
Nem de um assassino o gesto:
Foi o sorriso egrégio,
Um Fevereiro sem Olimpo,
 Desenhado nos teus lábios.
Maldito e cinzento fantasma!
Vai-te agora das minhas lembranças
E silencia os demónios
Que me perturbam no leito.
Maldito e cinzento fantasma,
Numa noite sem deuses,
Mi’alma se foi errante:
Cem abismos e desertos
Moribundos, deixei para atrás,
Suspeitei que a tua presença
Fosse a minha sombra solitária.
Não penso, não sonho nem choro:
De mim uma lágrima tiraste
E eu, o teu antigo licor bebi:
Cala-te e, dorme no meu esquecimento,
Triste alma vagabunda,
Ai que não respiro se me matas
E diante a minha cama sorris,
Triunfante e sossegada.

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The Smile
It wasn’t a Greek mask,
Not even the gesture of an assassin:
It was the distinguished smile,
A February without the Olympus,
Sketched upon your lips.
Damned and grey phantom!
At this instance leave my memories
And silence the demons
That in bed perturb me.
Damned and grey phantom,
An evening with no gods,
My wandering soul walked:
A hundred abysses and deserts
 dying, I left behind,
Moreover I suspected your presence
Was my lonely shadow.
I think not, nor dream nor cry:
You took a tear off me
And I, your old liquor drank:
Hush, and in my oblivion sleep,
Sad and vagrant soul.
If you kill I breathe not
And before my bed you smile
 triumphant and quiet.