França teve um fim-de-semana terrível: Paris esteve literalmente a ferro e fogo ateado pelos “gilets jaunes” (os coletes amarelos), um movimento espontâneo criado para protestar contra os sucessivos impostos cobrados pela Administração Macron.
Os Manifestantes também se opuseram à incompetência do Governo francês. E com razão, porque os números não são reconfortantes, tal como o Dr Guy Millière partilhou no seu artigo “France’s Meltdown, Macron’s Disdain”:
- Desemprego a uma taxa alarmantemente alta (9,1%)
- Nº de pessoas a viver na Pobreza também alta (8,8 milhões de pessoas, 14,2% da população)
- Crescimento económico efectivamente inexistente (0,4% no terceiro trimestre de 2018, uma subida dos 0,4% dos três prévios meses)
- Rendimento mediano (20.520 euros ou $23.000 por ano) o que é insustentavelmente baixo – indicando que metade dos franceses vivem com menos de 1.710 euros ($1.946) por mês. Cinco milhões de pessoas vivem com menos de 855 euros ($973) por mês.
Estes dados sugerem que o Presidente Francês foi colocado no poder não para servir o Povo Francês mas sim para servir interesses especiais; especialmente se olharmos para o que parece ser o cerne da atenção do Presidente Macron:
- O projecto da União Europeia – em vez apelar a reformas da mesma, o Presidente Manu (diminuitivo de Emmanuel) busca aprofundar o Euro-Assalto à Soberania dos Estados (vale a pena recordar os seus apelos ao Euro-Exército e ao conceito antitético de ‘Soberania Europeia’)
- O projecto “Islão da França” – no qual pretende afastar o que é entendido como o “Islão consular” (i.e. o dogma islâmico ditado por Estados Islâmicos estrangeiros) e criar um “Islão” à imagem e semelhança dos Valores Franceses. Mais um projecto antitético (um que revela a total ignorância sobre o Islão e que ignora os receios da maioria do povo francês).
Nota
Da última vez que
critiquei o projecto do Euro-Exército do Presidente Macron, o DS recebeu
feedback de França acusando-me de ter induzido os leitores em erro no meu
artigo “Serviço Nacional Obrigatório Para Combater a Indolência e Futilidade Jovem”. Antes
que eu seja novamente acusada de ter enganado os meus seguidores quando
escrevi “Lei da Shariah: não necessariamente anti-democracia”, permitam-me que esclareça que ambos os artigos se referiam a Cenários
Nacionais, não a cenários Regionais ou Globalistas.
O artigo sobre o Serviço Nacional Obrigatório é
um conselho para Estados Soberanos; e o artigo sobre a Lei da Shariah e a Democracia
tinha como alvo os Estados Islâmicos que buscam modernizar-se ao mesmo tempo
que mantêm aquela importante ligação aos valores religiosos – o alvo nunca
foi qualquer Estado de tradição Judeo-Cristã.
Quando escrevi “Alemanha e a França Preparam-se para o Pior: Guarda Nacional a Caminho da Lei Marcial?” certamente não me
referia ao destacamento de forças militares para as ruas da cidade para
suprimir o protesto popular – o Povo começou por fazer uma manif pacífica,
mas quando o Governo de Emmanuel Macron continuou a ignorar as suas
reinvidicações, o sangue ferveu e o fogo alastrou-se. As minhas palavras foram escritas num contexto de Contraterrorismo.
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Emmannuel Macron está a revelar-se um absoluto fracasso de Relações Públicas. Não podemos mais negar que estas sucessivas Experiências Políticas (que começaram com o Presidente Barack Obama e depois com Justin Trudeau) estão a falhar na produção de resultados tangíveis: tudo o que estão a fazer é provocar ainda mais o Povo. E se a Organização Internacional Socialista insistir em investir milhares de milhões em eleger “líderes políticos” jovens, irresponsáveis, superficiais e completamente desligados da realidade; então certos grupos não terão outra hipótese senão alinhar alguns Personagens Políticos interessantes que se arriscam a dar um choque ao mundo de tal modo que a Esquerda não volta ao poder por quase um século – e é possível fazê-lo, como o caso Mexicano nos mostrou.
O que se está a passar em França é mais um reflexo do que se passa quando a União Europeia, ou a Internacional Socialista, toma decisões sem pensar nas políticas nacionais de cada país e no impacto de que possam ter na vida das pessoas: o aumento dos impostos no combustível foi imposto não só em França. Portugal, a Bélgica e a Holanda também sofreram aumentos nos mesmos. E esta acção concertada não tem nada a ver com os preços altos do barril do petróleo, que no presente está relativamente baixo (circa $53); não, o povo está a sofrer esta extorsão fiscal porque a Europa decidiu que chegou a hora de forçarem os cidadãos a adquirirem Veículos Eléctricos. Incrível. E quem não tem dinheiro para comprar esses carros faz o quê? Ah, o Marxismo dita que se ordene ao Povo que ande de meios de transportes se não puder ter um carro como deve de ser...outro ataque à liberdade pessoal das pessoas.
Quando a Monarquia era a Extorsionista Fiscal...
A maioria dos países europeus aboliu o Sistema Político Monárquico (com poderes executivos) porque o regime sugava a vida do Povo através de Impostos excessivos. Depois nasceu a República na maioria dos Estados. A Ditadura do Proletariado nasceu na Rússia para salvar os Trabalhadores das Famílias Nobres e Reais Opulentas – o resultado foi interessante já que se substituiu a Nobreza perdulária pela Elite Comunista Perdulária. Agora, as Repúblicas estão a extorquir o Povo com impostos infindáveis sem dar quase nada em troca (qual o uso prático das trotinetes eléctricas para os idosos numa Europa envelhecida?) já para não falar no custo de vida que não pára de subir. Devemos livrar-nos da República agora?
Conclusão
Do meu ponto de vista, aos poucos o Macron, o Trudeau, o Obama e outras experiências fracassadas estão a provar que as teorias políticas de alguns (incluindo as minhas) estão certíssimas. Merci infiniment, Monsieur le Président.
O mundo deve também manter um olho em Portugal: em breve descobriremos o buraco económico cavado pela “Geringonça” (a alcunha da Coligação de Esquerda que governa o país) dado o que se passa mesmo na maioria dos lares portugueses. Parece haver uma dicotomia entre os números oficiais e a realidade no terreno. O Povo está a ser espremido - é este o novo plano da UE?
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