A França e a Alemanha parecem estar a preparar-se para tempos perigosos. A França anunciou, em Julho, o renascimento da Guarda Nacional; e a Alemanha anunciou, na semana passada, que não só criaria uma milícia similar como também exigiria que a população armazenasse comida e água para pelo menos 10 dias. Por detrás desta decisão francesa estão os ataques terroristas, perpetrados no mês de Julho; ataques esses que também forçaram a Alemanha a rever um plano de defesa nacional de 2012 que provavelmente havia sido engavetado até um momento mais apropriado – parece que esse momento é agora chegado.
O Caso Francês
O conceito de Guarda Nacional (la Guarde National) não é novo em França. Em 1789, a milícia francesa foi criada para propósitos de policiamento e reserva militar – foi dissolvida na década de 1870 quando se tornou cada vez mais revolucionária, ou seja, quando se tornou uma ameaça ao estado. No Verão de 2016, o Presidente François Hollande anunciou que o seu governo iria armar civis e reservistas do exército de forma a reforçar a segurança nacional.
Conforme o video que partilhámos, em Julho de 2015, há milícias que têm estado a treinar em França há já algum tempo – devido a décadas de negligência governamental no que toca ao problema islamista nacional. Permitir que estas milícias andem à solta é praticamente um convite à guerra civil; mas ao integrar estes elementos treinados na guarda nacional, as autoridades francesas parecem querer matar dois coelhos de uma cajadada só: 1- reforçar a defesa nacional, 2- impedir uma guerra civil ao manter as milícias sob controle. Parece ser uma medida inteligente, contudo, o governo francês pode estar somente a adiar o inevitável porque se as milícias não concordarem com os planos do estado e as ordens de marcha, a história poder-se-á repetir e La Guarde National poderá tornar-se um entidade revolucionária de novo – mas irá o estado conseguir dissolvê-la desta vez?
O governo francês terá de agir muito cuidadosamente a partir deste outono...
O Caso Alemão
A Alemanha está prestes a exigir que os seus cidadãos armazenem comida, água e remédios. Também está a ponderar a criação de uma milícia nacional para reforçar a segurança nacional e reestabelecer o serviço militar obrigatório. Por outras palavras: a Alemanha está a preparar-se para a guerra (sob a égide de operações de contra-terrorismo).
Porquê dizer às pessoas para armazenar comida e água para pelo menos 10 dias? Que tipo de operações de CT é que o país está a planear que exija que os cidadãos fiquem dentro de casa durante 10 dias?
A Alemanha não é o primeiro país a pensar trazer de volta o serviço militar obrigatório: Portugal também está a pensar fazer o mesmo (e certamente outros países europeus pensarão seguir o mesmo modelo). Não é segredo que os países europeus não são fortes em termos militares devido ao investimento excessivo na segurança social. A NATO há muito que se queixa da falta de investimento europeu nas suas capacidades militares; e finalmente, muitos países-Euro estão tacitamente a reconhecer que a NATO tem razão: mas fazem-no porque reconhecem os futuros desafios multifacetados de segurança? Sim e Não.
A Europa não só se está a aperceber que no caso de ataques terroristas simultâneos, ela terá poucas hipóteses de se defender de forma eficaz, principalmente devido a missões militares no estrangeiro; como também se está a aperceber que umas forças armadas fortes equivalem a menos desemprego, menos delinquência, menos futilidade. Logo, dizer aos jovens que têm de servir militarmente serve vários propósitos mais um: reavivar o nacionalismo (e logo suprimir a presente tentativa de instalar a anarquia).
Lei Marcial
Numa conversa muito interessantes, Eu e Jonathan W. Penn chegámos à mesma conclusão: o mundo ocidental está a preparar-se para declarar a Lei Marcial (LM).
Quando falamos de lei marcial, geralmente invocam-se imagens do Exército a tomar de assalto o poder; contudo, é necessário relembrar que a LM pode ser declarada por governos civis na existência de uma ameaça ou ataque iminentes. E o novo Plano de Defesa Civil alemão, adoptado na semana passada, indica que o estado alemão está a contar com uma ameaça/um ataque impendente.
Será necessário declarar LM (quando for apropriado)? Sim. Porquê? Porque, infelizmente, os sucessivos governos ocidentais têm, ao longo dos anos, aprovado legislação absurda em cima de leis pré-existentes (e assinaram tratados internacionais que muitas vezes entram em conflito com as leis nacionais) que nos colocaram nesta situação. Também é justo mencionar que a obsessão com os Direitos Humanos criaram uma teia legal tão complexa que agora interferem com a habilidade dos estados para combaterem o terrorismo de forma expedita. Por estas razões, meus caros leitores, a Lei Marcial – e a derrogação de direitos que a acompanha – irá eventualmente ser declarada na Europa, e talvez até nos EUA (dependendo de quem fôr eleito este outono).
Conclusão
Os governos fazem bem em se prepararem; especialmente depois do mal político que já se fez. A situação é clara e preocupante:
- A Europa tem neste momento milhares de agentes Islamistas à espera de serem activados
- A política europeia em relação à Palestina está a servir de suporte ao esforço da Jihad Global
- Mais de 10,000 crianças oriundas do Médio Oriente desapareceram na Europa durante a crise dos migrantes – ainda que só 10% delas seja agentes Jihadistas treinados (alguns pelo ISIS e outros pelo Hamas), a Europa tem um sério problema de segurança em mãos
- Grupos de Direitos Humanos, apoiados por grupos de interesses especiais, servem de suporte directo ou indirecto a actividades islamistas subversivas e terroristas – logo, darão início a campanhas contra o governo, contra a lei marcial (dando a entender que se dará um golpe de estado, que a democracia está sob ataque) e lembrando que nada, nem sequer a vida nem a segurança de uma pessoa [artigo 3 da Declaração Universal dos Direitos Humanos], mas nada justifica a supressão de direitos e liberdades...
(Image: Lei Marcial - RealNewsUK.com)
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