De Lenny Hannah
Mr. le Premier, “encore une fois de plus, je suis la, pour vous casser la tête”.
Senhor primeiro-ministro, já deve
ter reparado que me auto nomeei como sendo a sua atormentadora. É assim, Vossemecê
para estar a exercer o papel de chefe do governo é porque o
povo português decidiu atribuir-lhe um voto de confiança; por mim tudo bem, o
povo é quem mais ordena.
Contudo, o seu papel está em dissonância com o
seu Estatuto, embora lhe faça a justiça de reconhecer que traz na ponta da
língua o vocábulo Povo; com muita pena minha: o senhor ainda não acertou com a ordem
dos acontecimentos pois está longe de entender o que significa servir verdadeiramente
os interesses do seu povo.
António, veja bem, ainda que não tivesse votado
em si, quis crer que vossemecê estivesse livre de Ego(s), ou seja, enfrentaria tudo
e todos para igualmente servir uns e outros - não poderia estar mais enganada, pois
milhões de portugueses e eu sentimo-nos defraudados em quase tudo. Compreendo, ninguém
é perfeito.
Mas calar-se perante tão clamorosa roubalheira
como a que é perpetrada pela EDP é demais e cheira mal, mas muito mal. Além do
IRC pago pela empresa de electricidade, não faço a mínima ideia de quanto mais colecta
o Estado da EDP. Longe de mim deixar a
minha mente divagar e congeminar descabimentos; certamente, porém, que estará
ainda na memória de todos, “la cause celèbre” entre Manuel Pinho e a EDP de
Mexias: os maus hábitos dificilmente se erradicam.
Vossemecê, permita-me que lhe descreva um absurdo:
- a EDP detém o monopólio da instalação de novos contratos;
- a EDP recebe uma espécie de compensação por parte do Estado;
- a EDP cobra IVA sobre IVA nas facturas;
- a EDP recebe parte da coima sobre as taxas de religação;
- a EDP a mando do governo ainda cobra taxa de rádio e televisão
- a EDP pratica preços vexantes
Por exemplo, a minha sobrinha mudou-se para um
T1, sem máquina de lavar roupa ou loiça, sem AC e nem aquecimento; tem um
aspirador que é usado uma vez por semana; uma chaleira eléctrica; um
frigorífico e um fogão eléctrico e é tudo.
O primeiro ministro sabe quanto pagava esta
pessoa de luz por mês? Entre €58 e €85 (uma capicua; não é?) pois é, mas,
graças aos Céus a pequena descobriu a Endesa, companhia de electricidade Espanhola,
que opera em Portugal; e sabe vossemecê uma coisa? A rapariga paga menos de €40
mensais…que abate; não acha?
Nas fileiras portuguesas costuma dizer-se: de
Espanha nem bons casamentos nem bons ventos; e esta percepção vale o que vale,
pois para milhares de portugueses o
slogan é outro “de Espanha bom serviço a um óptimo preço”
Isto é um pequena amostra, porquanto existem
muitas outras situações das quais tenho mencionado em artigos anteriores; por
exemplo o nosso blog tem insistido na tecla dos €1.000 como salário mínimo; entre
15 e 20% de IRC; o pagamento de IRS por todos os cidadãos. O que faz o governo?
Estraçalha o que parecia ser uma excelente ideia: o aumento do salário mínimo
para os portugueses fazerem face a este custo de vida galopante; em vez de uma
vez por todas fazer o que tem de ser feito:
1) Deixar-se de carneirismo e não seguir
ideias furadas (€125???)
2) Demonstrar cojones de ferro e declarar sem
mais delongas que o salário mínimo é mil (1.000) Euros
3) As reformas mínimas passarão a estar em
paridade com o salário mínimo
4) Os senhorios terão mesmo que se sujeitar a
uma regulamentação apertada (ninguém será extorquido nem estrangulado) tem é de
haver decência e transparência no mercado imobiliário
5) As Câmaras terão de reorganizar a maneira
como atribuem as casas do seu património; aqui também tem de haver ética e não
humilhação dos necessitados (mãe e filho não podem viver juntos num T1)
Enfim estou a bater na mesma tecla, pareço uma Asperger, mas é porque nós somos Lusitanos!
Senhor primeiro-ministro, não tenha medo, o país não empobrecerá, os portugueses vão levantá-lo com trabalho, esforço e dedicação; Excelentíssimo Senhor, eis a sua grande oportunidade para mudar o curso da trajectória da miserabilidade em Portugal: salário mínimo €1.000 agora e já.
Vossemecê esqueça essas discussões frívolas no
parlamento, que só servem para distraí-lo e para continuar a humilhar os
portugueses; mas enquanto não acorda desse torpor, por uma questão de poupança:
insto veementemente todos os portugueses a mudarem-se para a Endesa.
[Viva a Endesa e De*s guie os
gestores da Endesa!]
Para terminar, a Endesa e eu somos
completamente desconhecidos (directa ou indirectamente), logo, a companhia não
encomendou este texto; tudo o que a minha família e eu fizemos foi abandonar a
EDP, migrar para a Endesa e em troca recebemos um bom serviço pelo preço justo.
Até para a semana
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