De Lenny Hannah
Quem quiser pode ir ler a História da Banca no Wikipedia.
Porém, o negócio da Banca como hoje o conhecemos, terá sido esculpido em Itália. Nesse tempo o cliente era tratado com uma certa deferência, depois tudo mudou quando a ganância desmedida abarcou e assolou o mercado financeiro; aí, e muito perto do fim do século XX, o cliente passou a ser visto como bucéfalo e supérfluo (os Bancos não precisariam nunca mais de angariar clientes) visto que os governos mundiais obrigaram todo e cada cidadão a deter uma conta bancária.
A política do insulto aos depositantes e a coação da aquisição das dívidas soberanas, conduziu-nos à grande crise de 2008/2012 quando os bancos andaram a tinir que nem uns pedintes. Claro que o dinheiro apareceu para tapar os buracos provocados pelas dívidas soberanas que naturalmente havia “forçado” os Bancos a arriscar o dinheiro dos depositantes em jogadas nos Fundos de Alto Risco (Hedge Funds, Swapps etc…).
A turbulência acalmou e logo se iniciou outro jogo perigoso: empréstimos avultados por recomendação a pessoas de negócios e a empresas de amigos dos amigos. Conclusão: alguns bancos faliram e outros fundiram-se noutros.
Pergunto para onde foi o dinheiro dos que faliram e donde veio o dinheiro para tanta aquisição submissa?
Estou aqui às voltas, porque estou intrigada com o comportamento da Banca estrangeira sediada em Portugal; sim, porque exceptuando a Caixa Geral de Depósitos (CGD), todos as outras boticas financeiras neste país são de pertença alheia.
Presto-me, mais uma vez, a servir de porta-voz dos imigrantes: acontece que alguns imigrantes optam por criar uma empresa, esta depois de todo o processo de legalização através do IRN, necessita obviamente de ter uma conta bancária para se registar na Autoridade Tributária e Aduaneira (vulgo Finanças) visto que esta dá 10 dias para apresentação do IBAN; senão a empresa incorre numa multa que pode ascender aos €2.000.
Que fazem as Instituições Financeiras em Portugal? Fazem de tudo, menos apressar-se a abrir uma conta à ordem aos imigrantes (para receber o salário) e aos imigrantes (empresários): pois os Bancos parecem estar a dizer a estes potenciais empresários de sucesso “Alhamdulillah” que não precisam do dinheiro deles, nem do seu futuro input na economia portuguesa.
Do seu pedestal, e escondendo-se sempre por de trás do dito departamento jurídico (DJ), os Bancos exibem uma arrogância bacoca, vejamos:
- “Para abrir conta, agora precisa de apresentar um Business Plan (in CGD-Restauradores)” O quê? A pessoa só quer abrir uma conta-empresa fazer o depósito. A pessoa não pretende pedir um empréstimo, quer simplesmente dar início a uma relação de negócio com a Caixa Geral de Depósitos.
- Bankinter “não sei se podemos abrir essa conta, se ele não fala português. Veja bem uma conta é um contrato entre duas partes; e além do mais não temos formulários em francês”
- BPI “os papéis da empresa estão todos bem, vou fazer cópias e mandar para o departamento jurídico (DJ): ele que aguarde pela nossa comunicação. Ele fala inglês?” «Não, fala francês, mas pode sempre ligar para a sua representante»
O homem está à espera do todo poderoso DJ há três semanas; a contabilista a pedir o IBAN; as finanças a mandarem correio electrónico com a lei acerca do requisito IBAN...
Vejam a que ponto isto chegou: a um Libanês, o Banco Millenium disse-lhe que teria de esperar o tempo que fosse preciso porque o DJ teria de analisar se ele não estava na lista de terroristas do Hezbollah; ao fim de sessenta (60) dias, telefonaram a sua representante, ao que ela respondeu que a conta fora aberta noutro Banco, no dia em que rejeitaram o seu cliente.
Eu pergunto: se os Bancos andam a fazer o papel de Polícia, Procuradoria, Juíz e de Racistas porque estes futuros empresários são Sírios, Libaneses, Magrebinos e alguns Subsarianos; se estão a desprezar o dinheiro do pequeno e médio empresário (por que não fala português), e mesmo assim se continuam a ter lucros então:
De quem é o dinheiro que andam a branquear?
Até para a semana
(Imagem: Parte de Fachada da CGD Porto - Acordo Itinerante)
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Olá Lenny,
ResponderEliminarA base da banca é a abertura de contas e os respectivos depósitos. Se andam a recusar depósitos, com a desculpa das leis de branqueamento de capitais, realmente como sobrevivem?
Se sobrevivem é porque o dinheiro vem de outro lugar...
Este post dá que pensar, Lenny. Obrigada. E Shavua Tov!
Uau, parece-me que Portugal esteja a ir de mau a pior. Mas para mim é mais um sinal dos tempos: o Mashiach aproxima-se!
ResponderEliminarContudo quando lemos sobre Portugal cá fora só ouvimos maravilhas e como está aberto a todos os estrangeiros, só que depois não há condições para os acolher! Bonito.