O Diabo da Mentira Anda à Solta em Portugal

De Lenny Hannah

Às crianças recomenda-se que conduzam a sua vidinha sem mentiras “tudo, não importa o quê, tem de ter um fundo de verdade, faça o que se fizer; haja o que houver; aconteça o que acontecer; diga-se o que se disser: nunca...nunca mentir”. Os estudiosos das Escrituras chegam a afirmar que para além da não observância do Shabbat, o pecado que Hashem mais abomina é o da língua mentirosa.

É inegável que todos já tenhamos mentido numa ou noutra ocasião, mas eu, por exemplo, quando me colocava na posição de ter que mentir, ou mesmo praticar a omissão, sentia-me mal porquanto sem convite os exames de consciência sucediam-se em catadupa acompanhados de considerações temerosas tipo “Vai e confessa o teu crime; mas se eu fôr, envolvo fulano e cicrano; deixa-te ficar. Mas se morro hoje, vou direitinha para o inferno e, logo se iniciam pedidos de protecção ao meu anjo-da-guarda devido à agonia provocada pela ansiedade de ser descoberta." Finalmente, às mil e uma tentativas de entrar em juízo com o Senhor para justificar a não reposição da verdade é tão angustiante que decidi sair do campo da inverdade.

Para espanto meu, e onde quer que eu me vire, a mentira transformou-se numa universalidade incontroversa e fez-se da verdade um pacto afeiçoado; senão vejamos:

IURD

A televisão Kitsch de Portugal procede a várias investigações e chega à conclusão de que a Igreja Universal Reino de De*s fez o seguinte:

• Sonegou crianças portuguesas para o estrangeiro
• Serve-se dos donativos dos fiéis e aplica-os em negócios mundanos
• Que as sessões de pseudo-exorcismo não passam de histerias colectivas cuidadosamente ensaiadas
• Sabe-se por testemunhos na primeira pessoa que muito boa gente ficou destituída porque foi coagida pela igreja a colocar os seus bens à disposição da mesma com a promessa de que De*s duplicaria, triplicaria ou mesmo centuplicaria o valor que havia sido ofertado. 

Que fazem as pessoas? Continuam a encher os lugares de cultos da dita Organização. Que faz o Ministério Público? Pois, o engodo é a virtude dos tempos modernos.

Endogamia Política

O governo português sem pejo pratica despoticamente o nepotismo. O presidente da República é questionado acerca de tal bizarrice, em vez de “Falarei com o governo, ou então, se o povo se sente desconfortável com a endogamia política: estarei mais atento na próxima nomeação” logo entra numa espiral de irresponsabilidade declarando qualquer coisa como: o professor Cavaco Silva é que começou com a tendência de nomear familiares para o mesmo governo. Quer dizer, uma pessoa faz algo reprovável, eu sigo a mesma política e não me responsabilizem pelo que fiz porque a culpa é do meu antecessor?

Economia Portuguesa

Toda a gente sabe que o governo mente acerca do bem estar dos portugueses. Mas aparentemente todo o português depende de uma maneira ou de outra do dito governo; sem poupanças, sem habitação condigna; sem um sistema de saúde apropriado, sem reformas justas: os portugueses são um povo sem voz activa.

O primeiro ministro António Costa é o Edir Macedo dos portugueses: por mais petas que mande para o ar o povo vai votar nele porque afinal emitiu um passe acessível a todos e que aparentemente não vai custar mais nada aos portugueses.

O Caso Novo Banco

O governo mente acerca do acordo com a financeira Lone Star; mas está certo, desde que os defraudados do BES no meio da sua desonrientação fiquem convencidos que o governo vai fazer qualquer coisita para os ajudar. Entretanto, os responsáveis por este descalabro social estão na maior, pois, uns estão com processos judiciais e outros estão a fingir que estão falidos e outros ainda estão a fingir-se de “mortos”. Mas hey, este governo é sério; conquanto ainda não respondeu quem irá ressarcir os lesados do BES: Lone Star ou os maus activos após a sua liquidação (que poderá levar anos)?

O Caso CGD

O senhor Vitor Constâncio, ex-governador do Banco de Portugal, foi ouvido na Comoção Bordelique da Assembleia da República acerca da Caixa Geral de Depósitos e como foi óbvio ele não sabia nada, e além do mais não era sua obrigação supervisionar os bancos, etc etc.... Depois de tanta incompetência este homenzinho foi recompensado com um lugar no BCE: “Paroles...les mots enrobés en doucer...si tous ces menteurs savaient comme je besoin d’un peux de silence”.

O Jornal Observador

O jornal Observador que ainda agora chegou e já ganhou prémios de qualquer coisa (lembram-se do Zeinal Bava, o gestor de todos os anos?) pratica censura, isto é, quando um comentador diz inteligivelmente o que pensa e não agrada ao moderador de comentários logo o seu logaritmo da bullshiteria não permite a entrada do comentário. Carrapatoso, I really feel sorry for you, man!

Pronto, eu é que sou a esquisita, por ter tido filhos brilhantes, fabulosos e que não escondem aquilo que são, e que se pautam sempre pela verdade doa a quem doer, inclusive a eles próprios. Observador, quanto a mim good riddance, lá terei que voltar para os esquerdistas ambíguos do Expresso para me inteirar das novas em Portugal e se tiver dúvidas chamarei a minha arma secreta: a minha primita Bella.

Até para a semana 

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