Visita Oficial do Pres. Bolsonaro a América: uma Estalada a Portugal

De Lenny Hannah

A propósito da viagem do Presidente da República professor doutor Marcelo Rebelo de Sousa a Angola, dizem-me que o ex-dirigente do Partido Social Democrático (PSD) Marques Mendes teria esculpido um novo termo: “populismo bom”. Ó gente da minha terra, por favor não me façam duvidar da vossa sanidade mental;  então quando Trump ganhou as eleições tinhamos de ter cuidado com a onda do populismo; quando o Bolsonaro ganhou as eleições, era necessário ter cuidado com o populismo. E agora isto?

Adiante. A propósito da viagem do Presidente Marcelo a Angola: o governo angolano preparou a visita do nosso PR ao Reino do Congo, para esclarecer uns quantos pontos de pormenor:

• Em Angola não precisamos de Portugal, vamos partir para novas avenidas 
• Mas qual quê, não distorçam as coisas, claro que precisamos de Portugal, sempre 
• Angola reconhece que é devedor, mas pagará quando melhor lhe convier (talvez aguarde por um perdão da mesma, afinal sou um país pobre, e os europeus são tão moralmente superiores) 
• Caraças, calem-se com a porra do Manuel Vicente e com os contos do bairro da jamaica 
• Angola precisa de dinheiro do FMI e do Banco Mundial e sem o aval de Portugal: nickles 
• A visita será um sucesso: Angola garante... 

Como previsto pelos príncipes do Reino do Congo – know thy target – o PR foi calorosamente recebido por uma população instruída e ordeiramente feliz com a visita do “tio Celinho”, tamanha “espontaneidade” embriagou-o, o narcisismo comandou as operações a ponto das regras básicas de segurança terem ido para as malvas, e isto ficou nos anais dos comentadores como um fenómeno de "populismo bom".

O Verdadeiro Fenómeno  

Comentadores de Portugal, querem mesmo saber o que é um fenómeno? Foi o presidente brasileiro Jair Bolsonaro ter tido direito a uma conferência de imprensa com o presidente norte-americano Donald Trump (DT) no Jardim da Casa Branca. 

Já o nosso PR professor Marcelo Rebelo de Sousa só teve uma reunião de menos de 30 minutos com o mesmo presidente norte-americano; porquê? Terá sido porque o professor fora pouco generoso acerca do Cristiano Ronaldo? Recordemos:

• Trump cortês “Will Ronaldo, one day run for president in your country?
• Rebelo de Sousa desdenhoso e paternalista “You know, Portugal is not like in America”

Sabendo nós que os americanos são fãs de uma história sobre uma pessoa humilde que vença na vida, tudo o que o Rebelo de Sousa tinha que ter dito era “He’s a world icon, and he’s Portuguese... about running for office, well if he puts his mind to it; who can tell?”, mesmo que por dentro estivesse a pensar o oposto.

NB: na minha opinião, o Cristiano não se meteria na política porque talvez não tenha estofo para lidar com a podridão que reina no mundo da política.

Enfim, vejamos as diferenças:

Portugal Membro da OTAN                           Portugal membro da OCDE Comunidade portuguesa conceituada nos EUA  Império que colonizou o Brasil

Brasil Poderá vir a ser aliado prioritário extra-OTAN Pretende juntar-se à OCDE com apoio dos EUA Carmen Miranda que era luso/brasileira... Brasil pertence à CPLP

Em princípio, temos uma relação mais privilegiada junto aos Estados Unidos da América:

• Um dos comando da OTAN fica em Oeiras
• A base das Lages nos Açores
• O Plano Marshall
• A grande comunidade de portugueses em San Diego descendentes dos pescadores açorianos de baleias...

Porquê a diferença de tratamento?

Será porque a tendência é o cansaço das políticas furadas da globalização que não trouxeram nada de novo para os povos? Será os mass convites à entrada de estrangeiros que podem corroer (cavalo de tróia) as nações de acolhimento; o multilateralismo bacoco; a extrema concentração nas políticas doutros países em vez de se concentrarem no respectivos países; a crítica ostensiva ao presidente dum país aliado que por acaso foi eleito democraticamente - onde fica o respeito pelo povo que elegeu o senhor Donald Trump?

Vamos pensar nesta chapada que levámos de alguém que por acaso é também parceiro comercial. 

Um amigo meu dizia “You do best to mind your own business” e isto é ainda bem válido neste mundo de gente incapaz que tenta distrair o povo com tácticas baratas para mascarar a sua incompetência.

Até para a semana

[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society™ (Grupo ao qual o Etnias pertence). © 2009-2019 Autor/a(es/as) TODOS OS DIREITOS RESERVADOS]