Racismo: O Trauma do Primeiro-Ministro António Costa

De Lenny Hannah

Caríssimo primeiro-ministro, vou contar-lhe um episódio que se passou comigo no colégio: estava eu discutindo com uma  amiga, que do nada quebrou o tabu e chamou-me preta. Chocada, fui ter com a freira, relatei a ocorrência e tentei quebrar outro tabu, dando conhecimento/permissão de que iria partir as trombas à miúda. A freira com toda a generosidade penetrou-me os olhos e de imediato respondi “Eu sei” então respondeu-me “Não, não deves levantar-lhe a mão e vai lá e chama-lhe branca com a mesma intenção”. Escusado será dizer que estavamos novamente amigas no recreio após o jantar, visto que nos salesianos de Moçambique, o rancor, o ressentimento e minoridades tais eram inaceitáveis.

Enfim, as palavras têm o significado e a carga que lhe queiramos atribuir. Hoje, a Teresinha e eu temos 60 anos, Moçambique está lá para trás, corremos o mundo e quando me vê grita “Preta!!!”, com isto não advogo que uns tenham o direito de desrespeitar outros atribuindo-lhes epítetos como “Mosca na sopa, escarumba, alcatrão, macaco...” nem os outros têm o direito de desrespeitar aqueloutros igualmente atribuindo-lhes epítetos como “Magwerre, papel higiénico, monstro, nojento, suíno” – primeiro, porque é blasfémia contra De*s que nos criou a todos e, segundo, é despedaçar ainda mais os bocados que em cada um de nós compõem a matriz da insegurança.

Infelizmente, estamos no século XXI e ainda estamos à volta desta praga denominada racismo. Por isso, é importante que cada família prepare os futuros homens para a eventualidade de terem de enfrentar tal demonstração de ignorância sem que fiquem marcas indeléveis.

Caro António, veja bem: o senhor é um português bem sucedido, é advogado de verdade; foi ministro disto e daquilo; foi presidente da Câmara de Lisboa; agora é o primeiro-ministro. Ora, para si “Only the sky is the limit” pois quem sabe, se não trapacear as urnas, poderá vir a ser presidente desta República. Contudo, o seu comportamento no parlamento perante a interpelação de Assunção Cristas, líder do Centro Demacrático Social (CDS), foi quase surreal. Yah, razou o absurdo; mas eu compreendo: quando na equação lhe aparece o cartão farrusco, em nona segundos, o António atravessa uma área tenebrosa e, logo, o seu corpo e mente são invadidos por todos os medos que o racismo em tempos lhe provocou. Assim que pensou nas imagens mentirosas da pequena Mortágua, o seu recalcamento veio ao de cima e surtou.

Excelência, por favor ponha esses abusos para trás das costas, pois vossência nem sequer é preto, e depois sublime as directivas da esquerda internacional; se qualquer uma das etnias consideradas minorias causar a perturbação da ordem instalada e desacatar a autoridade, esqueça o politicamente correcto, esqueça o facto de não querer ser visto a ser vocal contra tais comportamentos e diga de sua justiça:

“Em Portugal não são tolerados tais comportamentos! A polícia deve ser respeitada.Se algum cidadão se sentiu injustiçado pela autoridade policial, apresente queixa! Vamos todos esperar serenamente que se conclua o inquérito dentro da própria polícia: mas agressões e desacato à autoridade, não e não!” 

E por intermédio do seu ministro da administração interna daria ordens ao SEF para ver o estatuto dos prevaricadores e se estivessem perante ilegais e desordeiros o avião para África seria a única opção. Não queremos ser invadidos por desordeiros - venham eles donde vierem.

Caro Babush, não tenha medo de agir, essa história de não podemos melindrar o Maduro, o João Lourenço, o Nyussi porque temos lá cidadãos portugueses; ou então temos que aceitar os migrantes cobardolas que invadem as praias de Malta, Espanha porque somos moralmente superiores: oiça bem, fúccia para tudo isso, temos de resolver o problema dos portugueses que estão em Portugal que são do tamanho dum mastodonte. Vossência e a UE estão quase a provocar outra guerra civil na Venezuela; quem será responsável pelos danos colaterais só para manter o Maduro naquele bordel?

Oiça meu caro António, se quiser pedir desculpa à Cristas por tê-la embaraçado com a sua deflecção “é por causa da minha côr” faça o favor, mas se não quiser pedir desculpa porque ainda está condicionado pela insignificância da sua pele, crie um partido chamado PCPS (Pretos Coitados Para Sempre) e entenda-se com Mário Machado.

Até para semana   

(Imagem: António Costa[Ed] via Google Images)

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