Caro António, vi-o numa entrevista na TVI e supus que fosse ter uma conversa franca com o povo luso e, entre um mea culpa, jurar pela sua honra que iria empenhar-se em fazer cumprir a existente lei da floresta - doesse a quem doesse. Só que vossemecê, devido à ausência de empatia, parecia um psicopata pois não olhava directa e fixamente para a câmara, e continuou a mostrar-se distanciado de toda a catástrofe. Também falou bastante com as mãos, transmitindo sinais perturbadores: polegar encostado aos quatro dedos, dedo indicador em riste e punho cerrado - comportamento indicador da sua renitência em reconhecer a negligência governamental; mas mais do que isso, parecia estar a ameaçar, acusar e querer esmurrar qualquer um (salvo a si mesmo ou a alguém do seu governo).
O seu amigo e novo ministro da Administração Interna é também um bacoco. Veio anunciar que iria mandar fazer uma investigação à protecção civil; mas que espera ele colher senão umas bufas quentes e sulfurosas? Por favor, saiam de uma vez por todas desta clamorosa desonra; não queiram arranjar bodes expiatórios à la carte, porque a culpa é de todos:
- Os que assassinam a floresta com o fogo posto,
- Os que gostam de fazer os seus churrascos em zonas interditas,
- Os donos dos terrenos que não os conservam limpos,
- As Câmaras municipais por não fazerem cumprir a lei da distância da plantação das árvores (dez metros para além da estrada e quatro metros entre elas),
- O governo por não ter investido fortemente na formação adequada dos bombeiros, por não os ter provido de meios necessários, suficientes e modernizados para o combate aos fogos.
Ninguém, nem mesmo o governo, pode assegurar que não haverão mais incêndios: a maldade alheia, a natureza e os prevaricadores na limpeza das matas podem contribuir novamente para a devastação da floresta, para a ceifa de vidas humanas e animais e para a destruição de postos de trabalho. Por conseguinte, Sr Primeiro-Ministro, mude novamente de ministro e ponha alguém focado na problemática em si e não em manobras de diversão e gasto de recursos. Já agora, desmantele essas comissões supérfluas para o ambiente e para as florestas e concentre-se na criação de um gabinete de estudo, utilizando os funcionários existentes no Ministério da Administração Interna (MAI), que acompanhe constantemente as implicações florestais como:
- As vantagens para o solo e soluções económicas na plantação de determinada espécie; quais as fraqueza ignífera de certas espécies etc;
- Agarrar a oportunidade de replantar com método;
- Por último, o produto da comercialização das árvores deve ficar em cada região para ser reinvestido na manutenção da floresta e criar um fundo para socorro imediato às populações para que estas não estejam dependentes somente da solidariedade alheia.
PM Costa, insto-o desde já a que instrua o MAI a preparar caminhos para passagem de viaturas que evacuem as populações; desmantelar essa inutilidade chamada SIRESP (lamento o prejuízo nos cofres do Estado), instalar um Satélite; fazer uso dos militares e reinstalar a guarda florestal para em conjunto coadjuvarem a protecção civil; e a partir desta experiência, estudarem a direcção e velocidade dos fogos na altura crítica de Maio até Outubro. Lembre-se que se não agir agora, de tudo o que possa vir a acontecer no próximo verão, a sua culpa será dupla e estarei aqui para exigir a “sua cabeça numa bandeja de cortiça”. Não falhe!
O comentador José Miguel Júdice, a propósito do presidente da república Marcelo R. Sousa lhe ter assinalado que não estaria a lidar condignamente com o sofrimento das vítimas dos incêndios, terá afirmado na televisão que vossemecê não se iria esquecer da reprimenda e que iria dar o pago ao presidente.
Sei que se considera um barracuda da política pois já foi ministro de várias pastas, presidente da câmara de Lisboa e agora sem validação popular roubou o posto de primeiro-ministro coadjuvado pelo próprio Marcelo R. de Sousa. Bom, faça o que quiser e entender; esteja à vontade para lhe mandar uma estocada quando melhor lhe aprouver; mas num dos meus artigos digo que não se deve interferir com o Establishment...
António veja bem, quando o presidente falou de “equívoco”, não se referia a nenhuma particularidade sua, nem tão pouco esperava que o BE ou o PCP demonstrassem afinidade para com as lágrimas dos sobreviventes e tivessem a lisura de se abster na moção de censura interposta pelo CDS. O presidente da república andava verdadeiramente angustiado e agastado com o tormento infligido pelo fogo à população portuguesa e (ao contrário de si) o presidente estava a flagelar-se publicamente por ter tido a ideia de o aconselhar a tomar o poder sem validação popular. O PR finalmente entendeu que cometeu um grande equívoco do qual se arrependeu amargamente devido à sua total incapacidade de deixar transparecer dor pelas vítimas e pelos sobreviventes dos fogos.
O António fará o que lhe ditar o seu lado senciente, isto é, cultivará com certeza mesquinhices porque lá diz o ditado “quem não se sente não é filho de boa gente”, mas como quer naturalmente prosseguir em voos mais altos, permita-me um último conselho: soyez sage!
Até para a semana
(Imagem: António Costa[Ed.] - Correio da Beira via Google Imagens)
Talvez o Toninho não seja afinal o melhor para o país? Ou então o gajo protege-se com máscara de psicopata para não o vermos chorar desalmadamente?
ResponderEliminarAcho que o PM Costa só agora é que se paercebeu que não é fácil governar um país. O seu problema principal é ter de ser leal ao partido, à ideologia, aos comparsas etc. Acho que nunca saberemos como seria o verdadeiro António Costa ao leme deste país.
ResponderEliminarQuanto ao Pres. Marcelo, direi que agora começa a mostrar as verdadeiras cores, enquanto animal político...não sei como as manteve tão bem escondidas aquando da liderança do PSD - o que achas, Lenny?