De Scott Morgan
Uma das regiões do mundo que menos recebem cobertura mediática é o sul do Caucaso. Foi umas das frentes durante a Primeira Grande Guerra e a localização de algumas das maiores atrocidades que ocorreram durante o conflito. Mas alguns combatentes estão a ver algumas dessas antigas querelas no século XXI. O timing para estas querelas provam o quão instável a região está.
Durante o seu discurso perante a Assembleia Geral das Nações Unidas (UNGA), no dia 19 de Setembro de 2017, o Presidente da Arménia fez uma quantas declarações que deixaram analistas e estrategistas da região muito preocupados. Primeiro, falou dos Protocolos de Zurique, assinados em 2009: os termos deste acordo ditam que a Arménia estava disposta a abrir as fronteiras e a estabelecer relações diplomáticas com a Turquia.
O President Sargsyan disse à Assembleia Geral que:
Iremos entrar na Primavera de 2018 sem implementar esses termos porque a nossa experiência demonstrou que os Protocolos são fúteis. Os acordos que foram negociados com a assistência dos Estados Unidos, França e Rússia foram retirados de uma sessão de voto no Parlamento Arménio devido à falta de vontade política por parte da Turquia.
À superfície parece que o Governo Turco poderá estar a seguir uma política alegadamente baseada no Império Otomano. A resposta pesada ao proposto Referendum para a Independência no Curdistão é mais uma prova que aponta também para essa direcção. Nem nos podemos esquecer das suas políticas na Síria nem das suas relações quente-frio com o Estado de Israel.
Mas regressemos à Arménia. O país também tem tido relações tensas com o seu vizinho Azerbaijão. Há vinte anos atrás, o ponto de contenção foi a região Nogorno-Karabakh dentro das fronteiras Arménias. Presentemente, o ponto de tensão é Artsakh.
Esta é a região onde as forças Arménias e Azeris travaram uma batalha (ou guerra) de 4 dias, em Abril passado. O Presidente Sargsyan costumava usar o pulpito de Nova Iorque para acusar os Azeris que estarem a cometer Crimes de Guerra sérios, tais como atacar a população geral e tratar mal os prisioneiros de guerra, não só durante as breves hostilidades como também após o conflito.
Isto cria outro ferida na região que esta francamente não precisa: a narrativa de Cristãos Vs Muçulmanos está a vir de novo à superfície. Logo, não nos surpreendamos se ouvirmos dizer que o ISIS construiu uma base de operações ali.
Este é um cenário que temos visto demasiadas vezes em tempos recentes...
[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]
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