Há algum tempo atrás, li num jornal online um comentário que dizia mais ou menos o seguinte: se o dr. Cavaco Silva foi bem sucedido como primeiro ministro foi porque o dr. Mário Soares deixou o caminho alinhavado para que tal se verificasse. Apesar de não ser de esquerda, não discordo de tal avaliação.
Enquanto primeiro ministro, o dr. Mário Soares viu-se obrigado a submeter o país a uma austeridade brutal, no pós-vinte cinco (25) de Abril de 1974, e felizmente os portugueses compreenderam que se queriam resgatar o seu país deveriam colaborar com o governo, apertando o cinto. O dr. Mário Soares levou-nos até à CEE (Comunidade Económica Europeia), e por tudo isto é certo afirmar que pavimentou o caminho para quem se seguisse, logo é natural que se lhe dê também crédito pelo sucesso do governo do prof. Cavaco; já que um país se faz através de uma sucessão de políticas e medidas de quem esteve e de quem se segue.
Porém, os agentes da Internacional Socialista (IS) que operam em Bruxelas (UE) reportam-nos que Portugal está exemplarmente a transformar-se num mar de rosas cujos caules estão isentos de espinhos devido à mágica implementada pelo governo socialista, e seus apoiantes radicais de esquerda no parlamento. Será verdade ou é uma percepção? Será que a percepção de que o governo de centro-direita (PSD/CDS) pavimentou o caminho para o usurpador que se seguiu, é mentira ou é uma suposição...?
A tendência em Portugal é o aparentemente, alegadamente, supostamente, erroneamente, enganosamente, equivocamente e especiosamente. Em qualquer nação minimamente civilizada um governante, que seja ambíguo ou induza alguém em erro, ou põe o lugar à disposição ou é obviamente substituído, mas não é o caso em Portugal:
- Aparentemente, o Ministro das finanças induziu em erro o senhor António Domingues, ex-futuro Presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos. Quando indagado acerca da renitência do senhor António Domingues em cumprir a lei, o ministro das finanças fez-se de novas perante os deputados. Apesar da circulação de material que parece corroborar a dita indução, o ministro das finanças preferiu ser ainda menos verdadeiro, alegando total desconhecimento da soap opera retratando a “apresentação de rendimentos” do senhor Domingues.
- Nem de propósito o general Michael Flynn, conselheiro do Presidente Trump para a Segurança Nacional, foi obrigado a demitir-se porque omitiu parte da sua conversa com o embaixador Russo.
- O primeiro ministro da esquerda radical pronuncia inverdades dia-sim-dia-não, esconde decretos na gaveta por pura conveniência; desmente-se mentindo acerca da utilização dos valores da dívida quando atacara o governo anterior PSD/CDS, etc...
- Em Portugal, existe a televisão por cabo que custa cerca de pouco mais que €30, e existe também a TDT cuja taxa é paga na conta da electricidade, mas além destas duas formas de pagamento, existe um terceiro engodo: todos os programas que passam nos canais generalistas são patrocinados pelos telespectadores na forma dos números de valor acrescentado - o patrocínio da telenovela Ouro verde é o 760 200 900, o da Fátima Lopes é o 760 300 900 and so on. Ou seja, estão a dizer aos telespectadores “os pregões vocalizados pelos ilustres apresentadores das Televisões valem uma alheira de Mirandela, por isso apostem neles para que continuem a ter programas de entretenimento e entretanto pedimos desculpas pelo momento publicitário reles e não inclusivo como é o anúncio do leite Mimosa: só gente branca é que pode consumi-lo.”
Como estamos em Portugal, o primeiro ministro da esquerda radical vai continuar a dizer as suas galgas; e tal qual um atleta estrangeiro que ganha prémios por Portugal, o ministro Mário Centeno tem carta branca para transvestir a verdade sem consequências, porque ele é um elemento de interesse nacional.
Os meus netos, cujas idades estão compreendidas entre os nove (9) e um ano (1), sabem que o mau comportamento tem consequências; então porquê que neste país os políticos e os funcionários públicos de alto gabarito pensam que podem viver de expedientes?
Centeno e Domingues: percepção ou indução bem treinada? Enfim, subentendidos mal esclarecidos.
Até para a semana
[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]
Portugal ainda tem muito que aprender, tal como deixar os amiguismos para trás. Muito bom texto, lenny, parabéns. Enviaram-me o link deste seu blogue pelo que voltarei mais vezes.
ResponderEliminarOlá, Mário!
EliminarBem-vindo ao nosso cantinho, sempre que lhe apeteça conversar já sabe :-)
Cumprimentos
Olá Lenny,
ResponderEliminarEste caso é grave, na minha opinião. Então o ministro das finanças mente descaradamente no parlamento e numa comissão de inquérito (que mais uma vez provou não servir de nada) e ainda tem direito a permanecer no seu posto, com o aval do Presidente? Portugal parece apostado em provar que é uma república das bananas.
Centeno deveria ir para a rua e qualquer partido que compactue com isto é igualmente corrupto, sem ética e sem honra.
Beijocas
Olá, Max!
EliminarTomara Portugal ser uma República das bananas, aqueles tipos por aquelas bandas, apesar dos pesares, ainda têm fortitude testicular; ok?
Portugal é a República do "o gajo mentiu e depois?", " Os deputados são todos uns pobres farsantes", "vão-se lixar, que importa prometer uma ilegalidade? Não a cometeu..." "Centeno introduziu bosta no ventilador, mas agora basta: não se fala mais disso", " A UE está feliz com as aldrabices do Centeno e do Costa, que importa isso agora?"
Centeno é um maestro das finanças, e também é percepcionista, logo: Centeno está tranquilo com a percepção acerca das percepções que cria.
Boa semana de trabalho, minha linda.
Quando é que portugal vai aprender que a mentira, a falta de ética e a trapassa têm de ser penalizadas? Se um político mente, se é corrupto, se é negligente, se lesa o estado, tem imediatamente de ser demitido. É que não há outra saída, de outra maneira o governo fica desacreditado!
ResponderEliminarOlá Ana Cristina!
EliminarSe não estou em erro, em Portugal perjúrio é uma figura jurídica passível de punição, mas os maiores adeptos do "erro de percepção" são os que elaboram as leis: então é tudo uma questão de contextualizar as concepções.
Não existe desacreditação quando tudo está inserido na relativização: nunca é bem assim ou isso; a intenção é sempre diversa da que fora na altura, isto é: a questão é sempre a percepção; e assim sendo...
Cumprimentos e estimei tê-la no nosso espaço.
É um retrocesso. Depois do anterior governo ter feito guerra à corrupção - e não foi nada tímido nesse combate - a presente administração demonstra mais uma vez do que realmente se trata a Esquerda. É pena. Shabbat Shalom, Lenny.
ResponderEliminarOlá, Cristina!
EliminarÉ uma rebaldaria, quando um governante se arroga no direito de aludir que a lei é contornável: o país está perante um governo falsário.
Relembro-te a esquerda internacionalmente é perita no jogo das palavras, ora, não lembra nem ao diabo ousar transformar uma manipulação bem orquestrada num "erro de percepção".
Boa semana de trabalho, bella mia!