Estratégia: Observar, Esperar e Atacar


“É melhor ser temido do que amado, se não se consegue ser ambos.” - Niccolò Machiavelli

Os melhores políticos, e os melhores tecnocratas, jamais são amados. Nunca. Eles até podem resolver os problemas do país, podem encher os cofres do estado, podem promover o desenvolvimento humano e servir a sua nação o melhor que podem...mas mesmo assim não serão amados. Quanto mais idónio um político for, mais atacado ele será pela oposição que lhe chamará de monstro, fascista, somente porque ele faz o que aquela afirma querer fazer, mas que hélas nunca faz.

Um político não precisa de fazer nada de mal em particular para ser temido. Hoje em dia, basta-lhe dizer a verdade, rejeitar o PC (politicamente correcto), diminuir um pouco o nível de diplomacia. A altivez diplomática, que raia a ambiguidade e hipocrisia, também contribuiu para o presente estado de caos no qual vivemos – e admito ter sentimentos mistos acerca disto porque não sei se celebre (já que a nova crise apresenta uma enorme oportunidade) ou se grite (perante o baixo nível a que a humanidade se permitiu chegar).

Os russos dizem que é melhor ser temido do que respeitado. Quando se busca o amor ou respeito das outras pessoas, há que sacrificar a própria dignidade. É melhor merecer o amor e respeito dos outros ao permanecer fiel a si próprio, ao cumprir as suas promessas (o melhor que se puder ou que as circunstâncias permitirem) e ao ser honesto com aqueles que o colocaram no poder. Respeite o eleitorado e será respeitado e amado.

Mas e o temor? Poder-se-á ser amado, respeitado e temido ao mesmo tempo? Sim. Aqueles que são fiéis a si mesmos, que não sacrificam a sua dignidade, a sua integridade; indivíduos que se mantêm fiéis à sua palavra, e compreendem que o segredo é a alma do negócio, serão amados e respeitados pelo povo e temidos pelos seus inimigos (pois estes jamais saberão qual o seu próximo passo).


“Se um homem tem de ser ferido então o golpe terá de ser tão severo que não se tenha de temer a sua vingança.” - idem 

Deve-se ter pena de todos os que perseguem pessoas só por causa de elas serem quem são, ou o que representam. Mas se insistirem em fazê-lo então deverão certificar-se de que conhecem o alvo suficientemente bem de modo a evitar a retaliação. Há algo interessante nos golpes: o nível de severidade está nos olhos de quem vê. A arrogância, a vaidade e a estupidez são três males que se colocam no caminho de qualquer plano porque se o alvo for sábio ele irá fingir-se ferido, se não morto, até que se erga das cinzas e venha atrás dos seus perseguidores.

“Todos vêm o que parece ser, poucos sabem o que tu és.” - idem 

A maioria não entende a Arte da Calma. O engano é imperativo quando se está na sombra, quando se quer observar os outros e construir uma estratégia para atacar. Os Humanos são reactivos, e como tal agirão com base no que vêm e não no que o seu instinto lhes diz (muitos são os que ouvem a vozinha na sua cabeça a dissuadi-los de agir contra esta ou aquela pessoa, mas a Vaidade e a falsa sensação de poder faz com que ajam tolamente sem preverem o resultado final).


“Nenhuma empreitada terá mais hipóteses de sucesso do que aquele que se esconde do inimigo até à hora certa da execução.” - Niccolò Machiavelli 

Tal como o Felino na árvore, muitos observam e esperam pelo momento certo para agir.


[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]

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