Populismo: Ameaça ou Justiça Política? Factível ou Não?


“Populismo é a crença no poder do cidadão comum, e no direito deste a ter o controle do seu governo ao invés de um pequeno grupo de conhecedores dos meandros da política ou de uma elite abastada. A palavra populismo vem do Latim 'populus' [= pessoas]”. (Traduzido daqui)

A Esquerda vendeu-nos a palavra Populismo como sendo o sinónimo de radicalismo, racismo, supremacia branca e outras acusações falsas que tais. Por outras palavras, populismo – para a classe dirigente corrupta – equivale a ameaça.
A Esquerda – pessoas que poderemos estrangular na aurora da vitória, já que nenhum governo neste mundo é possível com base nos seus princípios. Somos capazes de fazer qualquer coisa para o bem do país – e do nosso. - Honoré de Balzac

Lembro-me bem da primeira vez que ouvi a palavra “populismo”: tinha eu 18 anos. Nessa altura, em Portugal, o partido de direita (CDS) foi acusado pela Esquerda de ser populista. Sempre que se ouve a Esquerda acusar a oposição de ser populista, devemos presumir que estão a reconhecer a competição e, por isso, decidiram obliterá-la através de todo e qualquer meio.


O Paradoxo do Populismo

Se por um lado o populismo é a crença no poder do cidadão comum (a essência da Demokratia), por outro lado é a crença de que desconhecedores dos meandros da política possam controlar o governo em seu nome; o que tecnicamente significa que o populismo busca livrar-se de uma elite (os conhecedores) para a substituir por outra (os desconhecedores que eventualmente se tornarão conhecedores). Posto isto, o populismo é basicamente uma reacção à corrupção política, que corre o risco de ser tornar igualmente corrupto quanto mais tempo os populistas permanecerem no poder – que paradoxo.

O cidadão comum poderá alguma vez controlar o governo? Não. Deseja fazê-lo? Claro que não, e é por isso que delegam o aborrecimento de gerir o país a pessoas que estão mais que dispostas a serem insultadas e sujeitas a protestos todos os dias. O problema é o seguinte: os eleitores nunca pensam que os seus delegados aceitam tal humilhação por um preço. E o preço é o proveito próprio (através da fraude e da corrupção, especialmente quando o delegado vai para a política sem meios pecuniários); não obstante, quando um indivíduo abastado aceita ser o delegado do Povo, com todas as coisas negativas que daí advêm, o que é que ele ganha com isso? Depende da perspectiva de cada um:

A: Interesses Especiais

O delegado abastado entra para a política para influenciar a legislação que só irá beneficiar os seus negócios, os da sua família e os dos seus pares. Esta foi a acusação feita contra Silvio Berlusconi – o ex-primeiro ministro italiano – quando foi do interesse de certos grupos de pessoas.

B: Idealismo

O delegado abastado não tem outro interesse senão servir o povo, e transportá-lo de volta ao período de glória que outrora gozou – mesmo que seja impossível fazê-lo, dada a diferença de circunstâncias. Este poderá ser um cenário com que o Presidente-eleito Trump se venha a deparar.


O Perigo do Populismo

Quando um político faz uso do populismo, ele deverá ter a certeza absoluta de que tem um plano para liderar a nação de modo a fazer com que pareça que o cidadão comum controla o seu país; e a única maneira de o fazer é ao entretê-lo com assuntos que o afectem directamente:

  • Nacionalismo (amor pelos símbolos, tradições, da pátria e pelas suas fronteiras)
  • Educação (livrar-se da doutrinação da Esquerda)
  • Media (induzi-la a voltar ao fornecimento da informação e não da desinformação)
  • Redução de Impostos (i.e. mais rendimento disponível para os eleitores)
  • Redução do tamanho do Governo
  • Operações anti-Corrupção
  • Imigração vs Migração (o governo deverá dar as boas-vindas a indivíduos que venham legalmente para trabalhar [i.e. ajudar a desenvolver a economia] e rejeitar aqueles que entrem ilegalmente no território. Para além do mais, o governo só deve trazer refugiados que se integrem facilmente na sua sociedade [e.g. nos países tradicionalmente Cristãos deve-se dar preferência a Cristãos; no Estado Judaico deve-se dar preferência a Judeus; e os Muçulmanos devem ir para as nações muçulmanas onde se possam integrar mais facilmente).

Se um político não trabalhar para resolver estas questões, os eleitores sentir-se-ão traídos e ele correrá o risco de preservar o mesmo sistema viciado que jurou combater. Ao mesmo tempo, quando um líder político tentar alterar a máquina política e servir o povo, de modo a lhe devolver algum do poder que havia perdido, os parasitas que vingavam no sistema corrupto farão de tudo para derrubar o líder – foi mais ou menos o que aconteceu com o Presidente Obama (emprega-se a expressão 'mais ou menos' porque não ficou bem claro que ele defendesse o populismo; isto é, dar poder ao cidadão comum).


Conclusão

De um ponto de vista cínico, é fútil preocuparmo-nos com o populismo porque é somente uma crença; e como crenças comportam um grau de dúvida, todos os seus objectivos estão condenados à partida.

De um ponto de vista positivo, o populismo poderá ser uma arma poderosa, e logo uma ameaça para os oponentes, se um político for sábio o suficiente para saber como operar com base na premissa do conceito (sabendo que será necessário fazer uns quantos ajustes, já que as pessoas não querem o poder para gerir o seu país – somente querem ter a percepção de o ter).

Em qualquer dos casos, o líder político terá que ter consciência de que se deparará com uma forte oposição. Estará ele pronto para lutar contra as sanguessugas?
A política consiste em dar à nação um ímpeto ao criar uma oligarquia que incorpore uma teoria fixa de governo, e que seja capaz de dirigir os assuntos públicos na rectidão. - Honoré de Balzac


(Imagem: São Francisco na Meditação - Caravaggio)

[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]

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