O Presidente Obama fez o seu discurso perante a Assembleia Geral da ONU, no dia 20 de Setembro de 2016. O Presidente enviou mensagens (leia-se, críticas) para todos os cantos do mundo, ainda que tenha cometido alguns erros crassos; e usado a sessão anual para fazer campanha por Hillary Clinton. Houve, não obstante, um detalhe fora do comum no discurso de Obama: usou o pronome pessoal “eu” demasiadas vezes – como se estivesse a distribuir o seu currículo profissional a possíveis empregadores.
No passado dia 20, a expressão do dia foi “a ordem internacional existente”. Aparentemente, os Estados Unidos (e outros) estão muito preocupados com a manutenção da actual “ordem internacional”, contudo, para um presidente cujo discurso se focou no “andar para a frente, não para trás” (um eco do slogan da sua campanha de 2012) dir-se-ia que a sua preocupação é bastante retrógrada. Nada fica igual para sempre, e o Presidente Obama sabe-o bem – pois disse-o no seu discurso, inclusive; logo não se percebe a ambiguidade, a dissonância, a não ser que estas reflictam o desespero e a incerteza que a América agora sente em relação ao futuro. OS EUA olham para o mundo e, talvez, pela primeira vez não sabem o que fazer; como antecipar o que por aí vem. Mas os Estados Unidos da América nada têm a temer, se fizerem a coisa certa.
Se lerem o discurso todo, perguntar-se-ão se Barack Obama por acaso estará a ser assombrado pela Obra de Samuel P. Huntington “Clash of Civilizations and the Remaking of World Order”. É como se o presidente tivesse vindo a rejeitar verdades simples contidas no livro há tanto tempo – e no passado, ele repetiu vezes bastas que não acredita num choque de civilizações – que agora está a aperceber-se de que Huntington esteve certo todo este tempo, apesar dos sucessos da nossa presente ordem internacional.
Ao mesmo tempo que o mercado livre e o capitalismo aumentaram a qualidade de vida à volta do mundo, a globalização combinada com o progresso rápido e a tecnologia também enfraqueceram a posição dos trabalhadores e a sua habilidade para manter um salário decente.
A senhorita Mariana Mortágua, uma deputada portuguesa da extrema-esquerda (que defende o fim do capitalismo em Portugal, já que na sua opinião aquele gera mais pobreza) deve ler esta passagem muito cuidadosamente e aprender.
Ao longo dos últimos 25 anos, o número de pessoas que vive na pobreza extrema foi cortado de quase 40% da humanidade para abaixo dos 10%. É histórico, sem precedentes. E não é um abstracto. Isto significa que crianças têm o suficiente para comer; mães não morrem a dar à luz.
Barack Obama pode ter feito campanha por Hillary Clinton (dando a entender que ela continuará o seu legado) mas na verdade ele deu o seu apoio a um dos argumentos de Donald Trump “Nas economias desenvolvidas como a minha, os sindicatos têm sido minados, e muitos postos de trabalho fabris desapareceram. Muitas vezes, aqueles que mais beneficiam da globalização têm usado o seu poder político para minar ainda mais a posição dos trabalhadores.” - estará a piscar o olho ao candidato Republicano?
Caindo na Armadilha
O Presidente americano fez três declarações infelizes:
- “Um mundo onde um por cento da humanidade controla tanta riqueza quanto os restantes 99 por cento jamais poderá ser estável.”
- “Israel reconhece que não pode ocupar permanentemente e colonizar terra palestiniana.”
- “Porque uma sociedade que pede menos dos oligarcas do que dos cidadãos comuns irá apodrecer por dentro.”
O presidente Obama poderá estar à procura de emprego no Brookings Institute ou em qualquer outro Think Tank financiado por árabes; de outro modo porque iria ele dizer que Israel está a ocupar terra “palestiniana”?
- É intelectualmente desonesto?
- Nunca leu as Escrituras?
- Está a juntar-se ao movimento Black Lives Matter?
- Subscreve a literatura da Irmandade Muçulmana?
- Está a vingar-se do Bibi Netanyahu? Acreditem, o PM Netanyahu é o mínimo dos seus problemas.
- É lacaio do Departamento de Estado? Certamente, já ouviu falar do Relatório de Levy, não?
Ler:
É uma pena que o Presidente americano tenha cometidos erros tão crassos na sua busca por um emprego num Think Tank.
Conclusão
Temos sempre grandes expectativas no que toca aos discursos a Barack Obama; contudo, este ano, a sua prestação perante a UNGA foi pouco digna do líder do mundo livre uma vez que foi um autêntico batido servido em proveito próprio.
A declaração de Obama foi metade-metade: metade levantou boas questões, foi inteligente; e a outra metade reflectiu uma total ignorância do que se passa fora da bolha política.
Eu vi o espírito dos nossos jovens, que são mais instruídos e mais tolerantes, e mais inclusivos e mais diversificados, e mais criativos que a nossa geração; os que são mais empáticos e que têm mais compaixão para com os outros seres humanos que as gerações anteriores.
Geração Z: 'adolescentes nascidos depois do ano 2000 são uma geração mais socialmente conservadora desde a Segunda Guerra Mundial, revelou um novo estudo. Os jovens inquiridos tinham opiniões mais conservadoras em relação ao casamento gay, aos direitos dos transgéneros e às drogas do que os Baby Boomers, a Geração X ou os Milenares.' (Daily Mail)
Graças àqueles como Barack Obama, e graças aos esquerdistas, há esperança no futuro: as gerações vindouras serão mais conservadoras. Para além do mais, como é que ele reconcilia a sua percepção da presente geração ocidental com a juventude muçulmana que (tanto nos estados Islâmicos como nas nossas sociedades) é mais intoleravelmente ultra-conservadora?
Muito obrigada pelo seu serviço, Presidente Obama. E foi muito interessante ouvi-lo a verbalizar o seu Curriculum Vitae.
[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]
OLá, Max!
ResponderEliminarSim muito obrigada pelo seu serviço, presidente Obama: só desapontamentos quanto a mim que torci tanto para que o patrício chegasse lá e e surpreendesse o mundo. Helás, outro esquerdista com mentalidade cheia de literatura do século XIX; um recostado da vida que não consegue expandir a mente, a visão e agir em prol da humanidade e, não tentar reforçar ideais que não trouxeram nada de palpável ao mundo, senão miséria, pobreza e conformismo.
Aparentemente a actual "ordem internacional" ditada por economistas fraudulentos é extorquir ao rico para distribuir pelo pobre até que a fonte seque e depois...logo se verá.
Ciao, amore!
Eu também apoiei o presidente Obama, não por ser patrício; mas por ser uma pessoa inteligente com um discurso que fazia sentido. Mas com o passar dos anos: desapontamento. Foi mais um, simplesmente. Ainda não é, não foi, o que o mundo precisa. Talvez a sua incompetência tivesse um propósito, talvez fosse necessária. Pena o investimento que se fez...
EliminarOlá Lenny :D!
Eliminarlol Ah, foi por isso que torceste pelo Obama? Por ser patrício? Muito me contas...
É mais um betinho com sentimento de culpa, infelizmente. A minha única crítica é que ele não fez o seu trabalho como deve de ser. Todo o resto, não me interessa.
Amore mio, obrigada pelo teu super comentário :D.
Beijocas
Olá Cristina :D!
EliminarPois.
"Talvez a sua incompetência tivesse um propósito, talvez fosse necessária."
Só a história nos poderá confirmar isso. A ver vamos, já dizia o cego.
Cristina, obrigada pelo teu comentário :D.
Beijinhos