A Política Antiética Impera: Precisa-se Urgentemente de Política-Alt


Aprendi recentemente um novo termo: Direita-Alt (i.e. Direita alternativa). Confesso estar ainda a roer esse novo ramo da árvore da Direita, pelo que ainda não falarei acerca dela. Mas pergunto-me se em vez de buscarmos alternativas a Ideologias Conservadoras (ao invés da reforma das existentes), não deveríamos antes encontrar uma alternativa para o presente meio ambiente político – isto é, Política-Alt.

A Tomada de Assalto da Política Antiética

O que temos em mãos neste momento é um meio ambiente político que está tão arruinado que o eleitorado está desinteressado, permitindo (deste modo) que um bando de criaturas pueris ditem o seu futuro e coloquem a sua segurança em perigo.

Por exemplo, só um indivíduo imaturo faria campanha por - e votaria num - candidato político cujas mentiras são tão óbvias, tão facilmente refutáveis, que até os Sofistas o desprezariam. Só um indivíduo politicamente ignorante in extremis financiaria e apoiaria um candidato político tão obviamente corrupto que até os Mestres da Corrupção nos pareceriam uns Santos. Somente um indivíduo levado pelas emoções (e não pela razão) se permitiria a votar num candidato que coloca a vida dos activos da segurança nacional em perigo (possivelmente em troca de donativos). Quo Vadis, honor? 

Somente uma criatura acéfala apoiaria um candidato que promete implementar um sistema que já se provou falhado, baseado em ideologias igualmente falhadas. Somente uma criatura perversa votaria numa candidata ultra-ambiciosa, pseudo-preocupada com problemas sociais do país, que engana os velhinhos e os jovens idiotas, que faz de tudo para se colar ao poder (quando sabe que sozinho o seu partido jamais lá chegará). Somente um eleitor pitoyable louvaria um político que promete redistribuição da riqueza nacional, quando sabe que isso arromba com os cofres públicos. Mas estamos aqui a brincar ou quê?

O meio ambiente político, neste momento, fede a falta de ética. Quanto mais antiético for o candidato, mais popular ele/ela se torna. Quanto mais desonesto, melhor. Tudo o que o candidato tem a fazer é ser politicamente correcto, agradar tanto a gregos como a troianos, falar num tom mais suave; sorrir muito, mentir ainda mais, que até os mais inteligentes e equilibrados, num total estado de dissonância cognitiva, o apoiarão.

URGENTE: Política-Alt

Precisamos de um meio ambiente político alternativo. Mas em que é que se deverá traduzir essa alternativa?

É um facto que, na política, a verdade absoluta é perigosa por razões várias (e.g. não se possui toda a informação nas mãos antes de se sentar na cadeira do poder; é necessário proteger a segurança nacional), contudo, o que estamos a ver hoje é um verdadeiro ataque aos níveis básicos de honestidade. Serei mais directa: os políticos já não se dão mais ao luxo de omitir nem de gerir a verdade...simplesmente mentem com todos os dentes que têm na boca. E qual o mal das mentiras? As mentiras magoam as pessoas. As mentiras geram ressentimento. As mentiras perigam as nações. As mentiras dão à luz a destruição e o caos. 

O mundo sobreviveu milhares de anos, até agora, graças às omissões e à gestão da verdade. Mas poderá sobreviver à custa de mentiras? Não. Logo, precisamos de uma alternativa.

Política-Alt à la mode
  • Se um político, independentemente da sua côr política, disser algo facilmente refutável ou exposto como sendo mentira; esse indivíduo tem de ser ostracizado da arena política para sempre (isto iria exercer pressão no político para ser mais responsável pelo que ele diz e, assim, evitar sofrer as consequências). 
  • Se um político aceita fundos, donativos, de grupos que directa ou indirectamente apoiam, financiam, e dão assistência a terroristas; esse indivíduo tem de ser sujeito a uma investigação criminal e a ser constituído arguido. 
  • Se um político pratica a corrupção corrosiva (façam o favor de ler a diferença entre Corrupção Corrosiva e Funcional) então ele deverá ser investigado e constituído arguido. 
  • Se um político profana a santidade do seu cargo público, então o indivíduo tem de ser despido dos seus poderes imediatamente, investigado (por ter lesado os interesses nacionais), constituído arguido e eventualmente preso. 
  • Se um político sabe que os seus colegas são corruptos corrosivos e que se aproveitam do serviço público para enriquecer ou desviam fundos públicos e fica calado, então ele é um cúmplice no crime e deve perder o seu emprego, e ser julgado como qualquer outro criminoso. 
  • Se um político faz uso do correctamente político (PC), atravessando a fina linha diplomática para as trevas, então este indivíduo não é bom o suficiente para servir o Povo e deve ser rejeitado de imediato. 
  • Se um político não assume a responsabilidade dos seus actos, se não se responsabiliza pelo que fez (ou decidiu); então este indivíduo não é fidedigno e merece ser exposto como tal. 
  • Um político tem de declarar em público aquilo que entende por servir a nação. Se as suas acções contradisserem a sua declaração então o indivíduo tem de ser responsabilizado. 

A lista é infinita; mas a moral da história é: se um político não coloca o desenvolvimento humano da nação acima das suas ambições pessoais e o seu ego, então o indivíduo não é capaz de gerir o país e de liderar o povo. Ponto final.

Conclusão

A política não é uma arte perfeita. Mas infelizmente passámos do realismo (onde impera a lógica da perspectiva) para uma forma de arte abstracta horrível (onde o distanciamento da realidade e da lógica foi levado a extremos). Logo, precisamos urgentemente de uma Política-Alt antes que Nemesis entre em acção...


(Dança da Morte - Adriaen van de Venne)

[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]

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