Eu estava convencida que quando alguém atinge um certo grau de formação académica livra-se da pequeneza mental – idiotice, inveja e ódio – porque a sua mente vem sendo preparada para a sagacidade de espírito. Contudo, em Portugal, 93% da sua classe política é constituída por indivíduos cujos neurónios estão constantemente a decifrar inutilidades. A lei 64/93, 26 de Agosto, Artigo 5º impede os ex-detentores de cargos ministeriais de exercerem funções no sector privado desde que coincida com as que foram exercidas no cargo governamental, não antes que passe o chamado período de nojo, estipulado em 3 anos.
Pensa-se que aquela lei tivesse sido criada para evitar favorecimentos de toda a sorte, ou seja: corrupção. Poderia aqui afirmar que é compreensível, aceitável e nojices dessa natureza; só que não é! Pois meus caros leitores, essa lei não passa de um logro, é o encobrimento da inveja por aqueles que após uma missão governamental venham a ter a oportunidade de singrar no sector empresarial privado. É uma forma de punição revestida de ódios acumulados contra outrem que durante a vigência de um cargo ministerial pareceu petulante. É uma idiotice porque o ex-governante pode deixar expirar o período de Nojo, estando calma e “inocentemente” a prestar serviços de consultoria a partir do conforto da sua casa e, a posteriori, colher os benefícios – claro, depois de lhe passar o nojo pelo seu confinamento.
Quando a ex-ministra das finanças, Maria Luís Albuquerque aceitou o cargo de gestora não-executiva no sector privado “caiu o Carmo e a Trindade”, e a palração foi tanta que o país quase ficou em suspenso só porque a senhora aceitou ir trabalhar para uma empresa inglesa de cobranças tipo Intrum Justitia.
- Das incultas esquerdóides do Bloco de Esquerda, na pessoa da sua presidenta Catarina Martins, assaltaram o palanque para através da sua traqueia expelir um turbilhão de incompreensões nas quais se poderia inferir: inveja e castração
- Do senhor Marques Mendes, ex-dirigente do PSD, ouviram-se frases como “tiro no pé e não é ilegal, mas é pouco ético, ela foi convidada porque possui informação privilegiada” - desta personagem só me lembro que, por antecipar-se aos tribunais e armar-se em cavaleiro branco, estragou a imagem do PSD junto aos Lisboetas, quando exigiu que os vereadores do PSD se demitissem porque o então Presidente da Câmara, eng. Carmona Rodrigues, havia pretensamente perpetrado o crime de prevaricação de titular de cargo político, no processo Braga parques. Pois bem, os tribunais absolveram o eng. Carmona Rodrigues; portanto, tudo o que seja dito pelo senhor pureza, para mim não passa de gás pestilento.
- Da bullshiteira, que afinal havia estado numa situação similar, veio de lá uma condenação e um “não comparem com o meu caso” - claro que não, senhora ressentida; porque eu, pessoalmente, acuso-a de ser uma hipócrita.
- Dum jornalista conceituado deliciei-me com as suas citações romanas (senti saudades do meu amante italiano) como “la moglie di Cesare deve essere al di sopra de ogni sospetto”, ou seja, “a mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita” e a famosa “Et tu, Brute!”, ou seja, “até tu, Brutus!”- Bom quanto à primeira citação, a Maria Luís Albuquerque não se deve melindrar; porque como política sabe bem que está sempre sob suspeita (se não for pelo facto de ter sido funcionária pública como técnica no IGCP, será pelo facto de ter sido ministra das finanças). Pela segunda citação, devo dizer a Maria Luís Albuquerque que não se deixe agastar pela vociferação das garotas de militância no BE; porque como diz o povo “vozes de burro não chegam ao céu”.
- Do Partido Socialista saiu um comunicado em defesa de um cadre superior chamado César quelque chose (recuso-me a decorar todos os nomes de gente que anda de desmentido em desmentido), o qual, após o término do seu mandato como Presidente do Governo Regional dos Açores, fora ocupar um cargo numa empresa privada que havia colaborado com o seu governo.
Senhores políticos, por quem sóis, rogo-vos que não me desgastem com pseudo-éticas, pseudo-rectidões, pseudo-legalidades, pseudo-informação privilegiada; porque tudo o que bastava era criar uma lei incontornável, sem lugar a interpretações, em que quem deseja partir para o sector privado depois de servir nos quadros do Estado, é livre de o fazer desde que se entregue à mercê dos seus pares.
A comissão encarregada de escrutinar o candidato/a deverá estar munida de toda a informação e documentação pertinente ao cargo exercido por aquela pessoa. Os inquiridores terão entre 30 e 45 dias para se certificarem que não houve prática de dolo por parte do inquirido; e deverão ser pessoas da área na qual o inquirido exercera funções - por favor, o painel deve ser composto por gente sóbria e igualmente vestida; pois, esquadrinhar a vida profissional de outrem é um assunto sério e merecedor de respeito e sobriedade.
A questão da informação privilegiada nem se deveria colocar, pois a pessoa não esquece os contornos nem a informação absorvida durante a vigência da sua missão - a não ser que seja acometida de doença cerebral súbita. Seja como for, a lei vigente não se aplica no caso da ex-ministra das finanças, Maria Luís Albuquerque, portanto acho que deva aceitar o novo cargo, trabalhar o mais que puder porque todos sabemos que da maneira como está a Segurança Social, cada um de nós corre o risco de chegada a idade da reforma, receber somente um 1/3 da contribuição feita entre 35 e 40 ano de trabalho.
Well Mrs. Albuquerque, I'll say: you go girl! Do your best and be successful!
Até para a semana
(Imagem retirada do Google Imagens)
[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]
Infelizmente a inveja prevalece em portugal. Desejo o melhor a Maria Luís Albuquerque.
ResponderEliminarOlá, Anónimo!
EliminarClaro que qualquer um que tenha bom senso e não esteja armado em dono da verdade, da ética e tudo o mais, só pode desejar que a senhora Albuquerque seja bem sucedida no seu novo desafio.
Obrigada por passar por cá e oa melhores cumprimentos.
Olá Lenny,
ResponderEliminarAcho bem que a Sra Albuquerque vá trabalhar para o sector privado. O que era ela suposto fazer, hein? Depois de ser ministra, deveria agora voltar ao emprego antigo de técnica, sob a alçada do novo ministro?
Não comento a reacção do PS porque já se sabe que os esquerdistas são os reis do double-standard.
Quanto às meninas do BE: give me a break. Um bando de pretenciosas que só me causam indigestão; olha, tolero mais o líder do PCP (parece-me mais honesto naquilo que diz e no modo como conduz a sua vida).
Fogo, mil vezes trabalhar no privado e criar um pé de meia do que depender da reforma da SS.
Tudo de bom para a Mrs Albuquerque.
Beijocas
Olá; Max!
EliminarJá disseste tudo, o único que realmente é honesto é o líder do PCP.
As mulherzinhas do BE são umas depressivo/reactivas o que torna tudo tão politica e legislativamente alarmante.
Beijocas e Shabbat Shalom