O Liberalismo Foi Açambarcado e Descaracterizado Para Atrair Apoiantes


Os ditos “Liberais” não são liberais de modo algum, e só empregam o termo para atrair apoios. Os que defendem posições marxistas-leninistas tomaram a palavra “Liberalismo” de assalto (particularmente na América e na Grã-Bretanha) para atrair o voto das camadas mais jovens da sociedade, que infelizmente carecem de cultura política e não fazem a devida pesquisa antes de caírem no canto da sereia.

A ideia do Liberalismo nasceu no século XVII e expandiu-se ao longo dos séculos XVIII e XIX. O que começou por ser uma busca pela liberdade de expressão, de pensamento; pela tolerância religiosa, julgamento e mercado livres; pela liberdade política, pelo estado de direito, acabou por ser transformado numa luta contra o capitalismo.
“A liberdade para saber, para falar, e para discutir de acordo com a consciência, acima de tudo liberdades” - John Milton
É muito importante olhar para os detalhes do que as pessoas dizem, daquilo que defendem, antes de decidirem segui-las com base em rótulo simplificados e enganadores. Logo,  o que é o liberalismo e qual a face do verdadeiro liberal?

Liberalismo Económico

Nasceu em 1776, quando Adam Smith escreveu o livro “An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations”. Neste contexto, o Liberalismo defende que para se atingir um maior crescimento económico (para haver uma distribuição da riqueza mais equitativa pela população) as seguintes condições devem ser verificadas:

  • O governo deve manter um orçamento equilibrado
  • O governo deve despojar-se de qualquer serviço que possa ser providenciado pelo sector privado
  • Redução ou eliminação da maioria dos regulamentos comerciais
  • Os Impostos devem ser baixos e calculados de forma simples de modo a abranger uma maior base fiscal
  • As trocas comerciais entre as nações deveriam ser feitas com poucos, ou nenhuns, obstáculos proteccionistas. 

Conclusão: um liberal defende menos governo, menos impostos, um orçamento de estado equilibrado, um maior sector privado, menos regulamento. Qualquer um que defenda posições contrárias jamais poderá ser um verdadeiro liberal.

Liberalismo na Política Internacional

Nas relações internacionais, o liberalismo é caracterizado pela presunção de que as instituições internacionais promovem paz mundial, disseminam a democracia e o capitalismo (John Mearsheimer) porque quantas mais democracias prósperas houver no mundo menos conflitos haverão (devido à Teoria da Paz). Esta presunção é baseada na principal importância que os liberais dão aos actores não-estatais enquanto jogadores importantes no sistema internacional – porque os Estados não são os únicos actores importantes num tal sistema).

Os liberais (conhecidos também como institucionalistas) “dão mais ênfase às acções e interesses dos indivíduos e de grupos, e nomeadamente a estes interesses dentro de um estado” (fonte). Eles também acreditam que na cooperação entre estados, dentro do contexto do liberalismo económico, haverá um sistema de interdependência e cooperação política, que irá reduzir enormemente as chances de conflitos entre as nações.

Conclusão: nas relações internacionais, os institucionalistas ainda acreditam no liberalismo económico – uma característica vital da ideología liberal; logo, um verdadeiro liberal não pode ter tendências esquerdistas, já que o capitalismo (incluindo o ético e o filantropo) desempenha um papel capital nesta filosofia política. Como sabemos, o alvo principal dos marxistas-leninistas é o capitalismo.

Liberalismo Social

Nasceu no fim do século XIX, num período de dificuldade económica, capitalismo selvagem (conhecido como capitalismo laissez-faire) e da ascensão do socialismo. Esta teoria defende uma maior intervenção do governo (porque o Estado é considerado como o principal protector do ecosistema social, político e económico no qual o indivíduo terá a melhor chance de agir de acordo com a sua consciência).

No século XX, então, nasceu uma nova forma de liberalismo social que defendia que a liberdade individual só era possível sob determinadas condições sociais e económicas providenciadas pelo governo, já que os cinco gigantes do mal (miséria, ignorância, carência, indolência e doença) tornam impossível a liberdade e a individualidade das pessoas. Os Novos Liberais defendem um estado forte, centrado no estado social e intervencionista. Por outras palavras: socialismo menos ataques directos ao capitalismo – tal e qual o programa intervencionista do Hitler. 

Tomada de Assalto do Liberalismo

Os esquerdistas que se apelidam de liberais estão, na verdade, a enganar as pessoas porque eles não o são de modo algum. Ser liberal significa permanecer semper fidelis ao liberalismo económico como o único portal para a liberdade individual. Defender um Estado Intervencionista (um paradigma económico Nazi) e, atacar o capitalismo, é uma clara violação das liberdades dos indivíduos; por isso, os seus defensores não são liberais, mas socialistas – senão comunistas, dependendo dos detalhes das posições que mantenham.

Poderá ser argumentado que estas criaturas à esquerda não estão a enganar as pessoas porque afinal elas são liberais sociais; contudo, o diabo está nos detalhes e já foi demonstrado que o liberalismo social é uma forma expediente de transmitir ideias socialistas sem exactamente usar o termo, sem assustar aqueles que são adversos ao socialismo, ao mesmo tempo que atraem os jovens ignorantes para o seu campo. Esta ambiguidade é nutrida para ganhar votos – reconhecem o padrão?

Nota Bene: defender ideias velhas e depois apelidar-se de Progressista, é um oxímoro. Progresso implica melhoramento, avanço, andar para a frente; por isso, seguir ideologias falhadas e assumir posições obsoletas que já se provaram prejudiciais para a sociedade, é ser regressista. Talvez os esquerdistas (da América) devessem chamar-se Regressistas - mas a verdade nunca é atraente, não é? 


(Imagem: John Locke [Hermitage] - Sir Godfrey Kneller)

[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]

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