(Fonte: Google Imagens) |
Uma amiga de infância convidou-me para um lanche no hotel em que se encontrava hospedada e quando lá cheguei fiquei a saber que é uma dessas tecnocratas que trabalham para organismos estatais; no seu caso é a CPLP.
A CPLP é uma organização composta por oito países: Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Princípe, Timor Leste e conjuntamente representam cerca de 258.299.913 pessoas.
Quando tentei ler os seus estatutos, descobri que a organização está estruturada como se fosse um manifesto político dum partido bolchevique e não como uma união estratégica dos falantes da língua de Camões para se posicionarem na cena internacional e, dentro das suas diferenças, alcançarem o que lhes é comum para benefício dos respectivos povos.
Os membros desta Associação tal qual a OIT(Organização Internacional do Trabalho), a FAO (organização das Nações Unidas para agricultura e alimentação) ou uma qualquer União Sindical propõem-se a erradicar a fome e a pobreza, a acabar com a malária e o VIH, a atingir a igualdade disto e daquilo; e como se nada disto bastasse Angola está preocupada com a drenagem de cérebros – não sei o que isso é – e o Brasil propõe a criação dum observatório para ajudar África e...por aí fora (NB: o mais curioso disto é o ser humano desejar sempre fazer coisas grandiosas, sem fazer primeiro as coisas mais básicas).
No portal oficial da CPLP pode-se ler que os estatutos desta reflectem a vontade política dos estados-membros, assim como as aspirações e expectativas dos seus cidadãos; também se menciona a democracia...
Quando perguntei à minha amiga o que faziam nas reuniões, respondeu-me que tratavam de assuntos de interesse comum. Como é obvio desatei-me a rir com o teor da sua resposta, mas nada disse.
Não obstante, pensei para comigo que a organização é um corpo duvidoso porque a democracia é ainda um sonho em Angola, Guiné e Moçambique; depois de 39 anos de independência, com excepção de Cabo-verde, o saneamento básico nos restantes países é assustador; os mercados metem medo; e a insegurança é gritante – Brasil incluído. Bem sei que no portal dizem que há feitos que não se podem revelar mas, mesmo assim, pelo que me foi dado a observar estes 8 países puxam cada um para o seu lado, nos organismos internacionais: o Brasil, por exemplo, muitas vezes nas Nações Unidas vota diferentemente de Portugal porque a União Africana, os BRICS e a EU têm interesses diversos – logo, como conciliam as suas posições na CPLP?
Nessas reuniões até devem falar da segurança dos cidadãos; mas que tipo de segurança é que eles discutem? Em Moçambique rapta-se gente por dá cá aquela palha; em Angola meia volta matam-se cidadãos portugueses; em Cabo-Verde as mulheres morrem de pancada devido à violência doméstica; na Guiné não há paz devido à variedade de golpes de Estado e tráfico de estupefacientes e no Brasil a rapaziada tomou conta da rua.
Fala-se da cooperação na saúde; mas que saúde? Os hospitais no Brasil são um ai Jesus; nos restantes países ir ao hospital é um risco; bem sei que vão dizer que não têm fundos; será isso ou será falta de empenho?
Fala-se de diplomacia, mas de que género? Ainda existem visas dentro da CPLP para os respectivos cidadãos, o preço dos visas para África é exorbitante.
As trocas de mercadorias é quase inexistente; contratos de recursos naturais são sempre em prejuízo para os países africanos, não sei que benefícios Portugal retira desta parceria; não vejo nada de bom para os 258.299.913 cidadãos; não acho que os países façam valer os seus pontos de vista, caso contrário esta organização seria proveitosa para todos. Tenho a percepção de que existe uma certa animosidade entre o corrupto de Angola (José Eduardo dos Santos) e Portugal, contudo mantém-se o status quo.
Pois bem, fechei-me em copas, agradeci o chá e prometi uma visita a Moza para breve.
Até para a semana!
Olá Lenny,
ResponderEliminarLevantaste uma boa questão: para que serve a CPLP exactamente, quando os seus membros, nos orgãos políticos internacionais, votam de modo contraditório aos interesses da unidade? Parece-me que na CPLP seja cada um por si e Deus por todos; logo, qual a necessidade da sua existência (para além de servir de mais um tacho para os boys partidários)?
Portugal deveria ser o centro desta esfera, e parece-me que esfera gire em torno do Brasil e de Angola...muito estranho que Portugal não tenha tido a inteligência e orgulho patriótico para mexer as peças a seu favor (i.e. exercer a sua influência sobre as ex-colónias ao mesmo tempo que mantém a sua distância).
O desrespeito por Portugal é tanto que a Guiné-Bissau se acha no direito de enviar muçulmanos com documentação falsa para a Lusitânia e ainda dizer "Mas não foi a primeira vez que isto aconteceu!"...uau...
Que tristeza...
Beijocas e bom trabalho!
EliminarOlá, Boss!
Mas também existe a máxima que diz: se queres respeito, faz-te respeitar!
Portugal ainda anda complexado e meio envergonhado devido as independências mal planeadas; ainda estamos na fase anal quando lidamos com as ex-colónias: Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste.
É de facto uma tristeza e, este clube tinha tudo para ser organização espectacular e lucrativa; enfim....
Bjcas e obrigada!
É verdade, Cabo Verde é um exemplo de limpeza para muitos países africanos. Exemplo de limpeza e administração a nível governamental! Também não compreendo para que serve a CPLP, talvez só para trocas comerciais, a taxas reduzidas entre os países membros? Olhe, lenny, como disse a max acima: talvez seja mais um tacho, mais um job for the boys!
ResponderEliminarJP
Olá, João Pedro!
A CPLP nem sequer para trocas comerciais, visto que Moçambique tem bom peixe e, na Europa consome-se o que vem dos 3 lagos: Tanzânia, Uganda e Kenya; as bananas veem da América Latina; as mangas (fraquinhas) veem são brasileiras; a mandioca vem das colónias francesas; o amendoim vem dos EUA e até da china(uma porra); por aqui pode ver que comércio se faz com as nossas ex-colónias:nenhum!
Taxas reduzidas? Só se for nas telenovelas vindas do Brasil, porque nos bens que realmente interessa, nós em Portugal taxamos os produtos brasileiros ao desbarato e par contre os nossos produtos no Brasil são sobretaxados: uma vergonha, penso eu de que...!
Até poderia ser um job para os boys (ex disto e daquilo nos respectivos países), desde que fosse eficiente e lucrativo.
Um abraço!
Olá meus amores! Bem, a CPLP não é nada como a CDC dos Ingleses, não é? E para adicionar mais um problema, Moçambique pertence à Commonwealth, por isso como conjuga a sua participação nos dois orgãos? Quais os interesses que serve primeiro: os da Lusofonia (quaisquer que sejam) ou os de Inglaterra?
ResponderEliminarO Brasil quer o quê? Mal consegue ter hospitais e escolas no seu país...quer dizer, mal consegue acabar os estádios para o campeonato Mundial!
Enfim, maior farsa que esta não deve haver. Beijinhos, Lenny!
EliminarHey, girl!
Não há comparação possível entre a CPLP e a CDC. É um paradoxo não é? Não conjuga nada, é só para inglês ver.
Moçambique não sabe servir os seus próprios interesses ( as tricas com a Renamo em pleno século XXI?) quanto mais os das organizações em que se encontra inscrito.
O Brasil é o único que está a sacar tanto de Portugal como dos países irmãos em África : em organização de cegos quem tem olho é rei...topas?
Bjcas!
Deus me livre ficar doente em áfrica e ir para hospitais públicos: é morte certa. A Ana fez uma boa pergunta: como é que Moza conjuga as suas obrigações tanto na CPLP como na CDC? Hmmm
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ResponderEliminarOlá, Ceece!
Infelizmente é verdade; aqueles hospitais são assustadores!
Moza não sabe conjugar coisa nenhuma; Ok?
Bjcas!
Ai, valha-nos Deus, Lenny! Não sei para que serve este orgão. Não sei o que fazem, para que o fazem, não sei nada nada! É uma vergonha da minha parte, ou então dos sucessivos governos que não explicam! Ai Jesus!
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