Salvem As Crianças!

Beleza Africana (Fonte Save the Children)


No último ano, o menu das ONGs são as crianças da Síria; são os estudantes da Síria, são os fugees da Síria e a geração perdida da Síria e por aí adiante...

Afim de se recolherem fundos para as criancinhas da Síria, anda por aí um video que diz “só porque não está a acontecer aqui, não quer dizer que não esteja a acontecer”.
Mas claro que está a acontecer! Está a acontecer aos meninos europeus que sentem na pele o desemprego dos seus pais e, por isso, vão para a cama com o estômago forrado só com um prato de sopa; indo na manhã seguinte para a escola – se as forças assim o permitirem – sem um banho quente e sem o pequeno almoço.
Está a acontecer a meninos em África onde, na República Centroafricana, antes dos franceses se terem destacado para lá, as crianças temiam constantemente pela integridade da sua vida e a dos seus familiares (as crianças assistiam aos seus amiguinhos a serem esventrados à ponta da baioneta); onde no Congo ex-Belga, as crianças além de orfãs esfomeadas, são violadas e obrigadas a serem concubinas dos terroristas pedófilos.
   
Eu fico dilacerada quando olho para os meninos de olhar vazio e distante; tendo a certeza de que estarão a pensar que uma refeição quentinha é um maná. Mas lá no fundo dos seus olhinhos, vejo que o que elas querem é ver o monstro, que lhes está a causar o problema, derrotado de uma vez por todas. Mas não o verão!
Meus amores, terão que continuar a gramar a vossa vidinha na enorme aldeia comunal, que são os campos de refugiados.

Pois bem, meninos sírios, vocês terão de entender – sem cara feia – que a Síria de Bashar Al Assad é algo especial:

  1. Os russos precisam de utilizar o vossso país como paiol; 
  2. O Presidente americano nada fará porque os vossos maninhos resolveram encetar uma guerra civil com o todo poderoso Al Assad; 
  3. Há uma corja de terroristas que controlam partes da vossa pátria; 
  4. O Papa em Roma fez uma vigília pelo vosso lindo país e deve ter pedido às irmãs Doroteias e Salesianas que façam novenas pela Síria até que cessem as hostilidades.

Minhas caritas empoadas – como a vossa crise está para durar – o tio António Guterres das Nações Unidas e o IKEA vão fazer o melhor para vos arranjarem uns caixotes turbinados; o vôvô senador McCain [“advogado” da oposição síria (Free Syrian Army)], vai em alto e bom som continuar a chamar naïfe ao seu presidente até que este decida enviar ração de combate, pensos rápidos, ligaduras e umas faquitas Rambo como prestação americana para a democratização do vosso cantinho; o Irão irá continuar a pôr lenha na fogueira visto que o caos no vosso Lar é o prelúdio para a vinda do Mahdi (espero que saibam quem ele é!).
Meus bébés lindos, todos - incluindo a Arábia Saudita - têm planos para o vosso país. Por isso, a Save the Children conhecedora do poder do medo como arma de destruição em massa e, estando ciente que, por esse mundo fora, milhões de meninos estão destruídos por dentro, devido ao medo da fome, dos maus tratos, do estupro, do bullying, do preconceito, da solidão e da guerra; os senhores da ONG estão a fazer peditórios em vosso nome, para que possais ter paz de espírito e assim não vos transformeis numa  geração perdida.

Atenção, eu não vou dar nem um tostão para a vossa causa! Sabem porquê? Porque tenho que pensar nos meninos mosquentos, de barriga inchada e pé descalço, nos países em conflito, num lugarejo chamado África. Por isso, o meu conselho para a possível geração perdida síria é: cachopas, vejam se conseguem chegar ao fim do conflito sem terem caído na armadilha do casamento temporário com algum velho seboso da Arábia Saudita - boa sorte!

Até para a semana!


Comentários

  1. Max que bébé mais lindo!

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  2. "Meus amores, terão que continuar a gramar a vossa vidinha na enorme aldeia comunal, que são os campos de refugiados." - brutal lol.

    Olá Lenny,

    Acho interessante como o tio Guterres levou estudantes sírios para Portugal para não interromperem a sua via académica; mas não o vi levar estudantes da República Centroafricana para a Lusitânia...qual o critério para a tomada deste tipo de decisão, pergunto-me?

    É verdade que as pessoas esquecem que na Europa também há sofrimento e fome - que são outro tipo de guerra; mas são rápidas a fazer demagogia e a esquecer que a síria não é um país assim tão inocente...e o povo sírio é conivente.

    Eu também prefiro concentrar-me em África.
    Bom trabalho, linda.

    Beijocas

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    1. Olá, Max!

      O critério é que as Nações Unidas paga só para alguns; os ditos estudantes devem ser conhecidos ou familiares dessa gente que pulula na ONU.

      Boa semana de trabalho!

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  3. Lenny, eu também prefiro ajudar os meus irmãos africanos que estão a ser alvo de muçulmanos sem escrúpulos, que querem impedir-nos de nos desenvolvermos economica e socialmente. Estou farto da síria e de todos os países muçulmanos, eles que se lixem! E olhem, quando essas pobres crianças crescerem vão também atacar-nos depois de tudo o que ocidente fizer por eles! Pensem nisso...

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    1. Olá, Carlitos!

      Eu também estou farta dessa malta islamista, da sua retórica e actos de violência: fora com eles de África; é melhor que partam para a Arábia Saudita, Irão, Paquistão, Afganistão, Ieman, Iraque, Síria, Turquia, Líbano, Malásia e também para o diabo que os carregue.

      Espero sinceramente que a juventude cristã em África se defenda com unhas e dentes para preservar a cultura de respeito pelo género femenino, igualdade de género, amor a celebração de tudo e nada, amor a música, dança e canto: defesa do estado de direito onde as pessoas são todas iguais perante a lei.

      Não quero ver em África crenças estúpidas: quero ver a mulher africana a ir vender para o bazar, quero vê-la como presidente da república, quero que a mulher africana ganhe o seu pão e mande os seus filhos para a escola, quero que ela seja parceira do homem e ajude a mudar a face de África.

      Quero ver as jovens e os jovens africanos planearem juntos como combater a corrupção, a pobreza, a doença e o analfabetismo em África.

      Quero ver os meninos e as meninas a aprender, brincar, cantar, dançar e a respeitarem-se mutuamente, porque nenhum género humano é superior ou mais que outro.

      Quero que em África cada africano se dirija a Deus como bem entender, que cada africano seja livre de se expressar, de prosperar e de lutar pelo bem comum.

      Não é pedir demais; pois não?

      Carlitos, boa semana de trabalho!

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  4. O bébé é muito fofinho.

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    1. Olá, Linda!

      O bébé é um primor: ele é uma coisa linda!

      Um abraço e boa semana de trabalho!

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  5. Lenny, é isso mesmo! Porque nos havemos de preocupar primeiro com os sírios quando temos os africanos?
    Não me interpretem mal, as crianças sírias também têm direito à paz e à educação mas serão as únicas? Já resolvemos todos os problemas do mundo para agora nos concentrarmos só nestas? Não me parece...

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    1. Olá, Celeste!

      O que mais me entristece é que quando estava a acontecer no Rwanda - também mortandande cívil - as Nações Unidas fugiram de lá e não as vi pagarem escola aos jovens rwandenses.

      A jornalista Amanpour foi a única a falar deles: toda a gente se fechou em copas, como se fosse algo banal que estava ali a acontecer.

      Sabes o que me fascina chez les blacks? É que estes - como diz a Daniela Mercury - insistem, em sobreviver; por isso nunca se darão ao luxo de se deixarem classificar como: geração perdida!

      Amiga, boa semana de trabalho!

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  6. Sonho um dia de ver a a raça humana se unir em torno de um só objetivo, Aí será o fim da pobreza e dos preconceitos.
    Lenny, muito linda a foto do bebê! :)

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    1. Olá, Aparecido!

      Ah.. meu caro, não sei se será possível; mas farei a minha parte para que isso aconteça.

      O pequeno é simplesmente fabuloso: já o adoptei como meu neto virtual! :)

      Sei que a Max é uma habitué do seu blogue e devo dizer-lhe que ás vezes rimo-nos das sua peripécias. :)

      Estimei vê-lo por aqui; aquele abraço!

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  7. Ó lenny! Mas que bébé mais mimoso! Olha-se para ele e sentimos que Deus nos abençoou, ó Santa Maria de Deus! O meninos da síria merecem paz e rezo por eles todos os dias, coitados; mas não gosto desta exploração em torno dos coitados e do seu sofrimento. Lembra-me campanhas do mesmo tipo quando os africanos estavam a morrer de fome e com mosquinhas na boca, era uma vergonha! E esta história com a síria vai pelo mesmo caminho. E não é caridade, lenny, porque essa faz-se no silêncio (não saiba a tua mão esquerda o que a direita faz) é exploração de sentimentos de desgraças...olhe, oremos irmãos!

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    1. Olá, Maria Joaquina!

      Ele é um amor; Deus fê-lo e partiu o molde.:)

      Há sempre pessoas dispostas a olear a máquina do sentimento e do drama em torno e á custa do sofrimenton de terceiros.

      Eu nem sei quem inventa os slogans para essas campanhas; por vezes é tão ridículo!

      Obrigada pela visita e boa semana de trabalho!

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