Bandeira da RCA (República Centro-Africana) e Mapa de África |
A administração Obama, desde o início, afirmou ser a sua intenção "eliminar as nossas presentes importações [de petróleo] do Médio Oriente e da Venezuela dentro de 10 anos" como parte da sua estratégia para a segurança nacional; razão pela qual os EUA estão a aumentar as importações de petróleo do continente africano (cujas reservas aumentaram 40% na última década).
Os Estados Unidos pretendem cimentar a sua relação com África devido à sua crescente importância económica, à medida que alguns países sub-saarianos vão descobrindo petróleo e gás (i.e. Gana, Costa do Marfim, Serra Leoa, São Tomé & Príncipe, Niger, RCA; Uganda, Kenya, Tanzânia e Moçambique) o que irá contribuir para a gradual "importância do continente no que toca à segurança energética global" (David E. Brown in AFRICOM at 5 Years).
Esta posição poderosa significa que a África sub-saariana tornar-se-á o competidor directo de uma região, que até agora tem sido a principal potência de petróleo: o Médio Oriente (i.e. o Golfo Arábico/Persa). Tal visibilidade gradual é uma ameaça para as nações árabes e persa que dependem das exportações de petróleo para financiar as suas despesas públicas (principalmente a quantidade de subsídios que dão aos seus cidadãos, como forma de suprimir revoltas), os programas de armamento e a disseminação global da fé Islâmica. Perante a ameaça à sua principal fonte de rendimento, a sua reacção natural é desestabilizar o seu futuro competidor e removê-lo do seu caminho.
Em a República Central Africana: A Investida Islamista, dissemos que Scott Morgan afirmara que o conflito na RCA, por exemplo, era uma operação proxy iraniana; tendo sido acrescentado que adicionaríamos outros actores Islâmicos ao teatro.
Os árabes e os persas estudaram o Ocidente. Eles conhecem o seu preconceito em relação aos africanos, conhecem os seus traumas e, contam com o mesmo velho comportamento ocidental quando perante um conflito africano. Os árabes e os persas pensam que se, neste momento, investirem fundos suficientes na desestabilização de África (juntamente com os seus amigos russos) irão assegurar futuras exportações de petróleo para os seus respectivos países.
Posto isto, não é difícil visualizar o Irão por detrás do conflito do RCA (através da Eritreia e do Sudão), do ataque terrorista, por parte de jihadistas, no Niger (ocorrido após três semanas da última visita do ex-presidente Ahmadinejad ao país) e por detrás de qualquer operação do Hezbollah/Líbano na RD do Congo (i.e. suspeitamos que a AFD esteja a assegurar actividades mineiras para o Estado-Patrocinador, afim de financiar actividades terroristas). A Arábia Saudita e Qatar (por exemplo) estão muito provavelmente por detrás de conflitos em países como a Nigéria e o Chade (cujo exército - com o melhores soldados treinados para o combate no deserto - está a combater jihadistas no Mali, na Somália; e está a participar em conflitos na RCA, RD do Congo e no Burundi - in The Chad Jihad Threat). Ainda estamos a tentar descobrir se a recente crise em Moçambique está relacionada com influências externas ou não. Independentemente de qual lado esteja a financiar qual crise, a verdade é que os mencionados conflitos ir-se-ão metastizar para outros países (se não forem contidos) servindo, deste modo, os interesses das nações que se sentem ameaçados pela futura Potência de Petróleo e Gás: África.
Os actores desestabilizadores deveriam aperceber-se que apesar dos seus esforços para impedir a ascensão económica do continente africano, outras potências irão fazer de tudo para atingir os seus objectivos, e a União Africana (UA) irá, eventualmente, olhar para a conjuntura e ligar os pontos.
Até agora, a UA tem estado reticente em dar as boas-vindas a entidades ocidentais, tais como a AFRICOM (que será boa para o negócio), porque teme um novo período de colonização; contudo, este tipo de raciocínio faz parte do plano traçado pelos agentes desestabilizadores que, num caso, não querem que os EUA os ultrapassem - em termos de influência (como a França e a China); e que, noutro caso, não querem que África aumente o seu nível de importância económica, pelas razões já mencionadas.
A UA deveria aproveitar a mudança de políticas, e de comportamento, americanos e ingleses (por exemplo) em relação a África e, ter como objectivo o desenvolvimento sustentável do continente, de uma vez por todas.
Acabar com o ciclo de violência aparentemente infindável, patrocinado pela concorrência e sanguessugas, é vital para se conduzir a África sub-saariana ao próximo nível.
Que horror! A ganância tem destas coisas. E nosso Santo Papa não está a dizer nada?
ResponderEliminarOlá Maria Joaquina :D!
EliminarAinda não ouvi o Santo Padre dizer coisa alguma...até lhe enviei um tweet a perguntar porque é que ele se concentra tanto na Síria em vez de se concentrar em África, onde africanos cristãos estão a ser perseguidos e mortos e...nada. Nenhuma resposta...
Obrigada, minha cara, pelo seu comentário :D.
Um abraço