Fonte: Afritorial |
A África subsaariana está, aos poucos, a erguer-se das cinzas e, se jogar como deve de ser, terá a oportunidade de entrar para o clube dos grandes dentro de algumas décadas.
Para isso, contudo, terá de ter a coragem de participar num debate terapêutico acerca da era da colonização (confrontar os aspectos positivos e negativos da mesma); terá de fortalecer o seu povo (através do investimento de recursos na educação, nos serviços de saúde e no acesso igualitário a oportunidades) e terá de afirmar a sua verdadeira independência africana.
As nações africanas subsaarianas são ricas e o seu potencial é enorme - a semente tem de ser plantada agora. Este facto já foi reconhecido não só pelos mais inteligentes do globo, mas principalmente por oportunistas:
A. URSS: os comunistas convenceram as nações africanas que o tribalismo era mau para eles (os colonizadores mantiveram este sistema político porque os ajudava a manter a ordem e porque um Chefe/Rei conhece muito melhor as necessidades dos locais. Não obstante, como o sistema tribal não dá muito azo à corrupção, os soviéticos decidiram que ele tinha de ser obliterado). Lamentavelmente, os chamados líderes políticos africanos, da altura, não se aperceberam que a URSS queria dividi-los para reinar - e foi o que fizeram.
Mas qual o resultado da esperteza soviética? A disseminação do comunismo por toda a África e, consequentemente, anos de racionamento (devido à escassez de alimentos e bens), campos de re-educação (onde toda a sorte de atrocidades ocorria), supressão de liberdades e individualismo (gozados durante a colonização, principalmente nas colónias portuguesas), perseguição de dissidentes, exaustão de recursos naturais, corrupção generalizada, culminando na condenação de milhões de pessoas à morte espiritual, ao atordoamento mental e à fraqueza física.
B. China: na busca de se desenvolver (a qualquer custo), a China estendeu a mão a África para matar a sua sede energética e mineral. Os Chineses não usaram a colonização como arma de arremesso (pois isso é indigno); mas usaram a arma monetária: distribuiram milhares de milhões de dólares por todo o continente africano - construiram estradas (pouco importa se ficaram cheias de buracos após as primeiras chuvas); construiram edifícios (pouco importa se, passado um tempo, eles caíram); construiram aeroportos (pouco importa se, em troca, exigiram madeira e minerais - em quantidades que excedem o custo do projecto); abriram empresas e trouxeram novos negócios (pouco importa se não deram emprego aos locais); construiram a sede da União Africana na Etiópia (para aumentar a sua influência política no continente, especialmente agora que o Brasil também quer um pedaço do bolo; e silenciar os membros da UA na ONU)...
Qual o resultado da esperteza chinesa? Os africanos ficaram com a sensação de estarem a retaliar contra um ocidente que os negligenciou - ainda que os Dragões Vermelhos lhes estejam a sugar tudo até ao tutano.
C. Irão: o vice-ministro dos negócios estrangeiros para os Assuntos Árabes e Africanos persa, Hossein Amir-Abdollahian, disse "O Irão reconhece a máxima importância da expansão dos laços com as nações africanas no continente estratégico e, em particular, nos estados muçulmanos"; coisa que o irão começou a fazer usando a colonização como arma de arremesso. Os persas abordaram as nações africanas, que lhes eram estrategicamente interessantes, e convenceram-nos de que o Irão poderia ser "uma potência de confiança, através da qual seria preservada a independência de África" (Ja'dar Qannadbashi) já que o ocidente, durante tanto tempo, os agrilhoou e a Rússia conduziu-os à pobreza extrema. Contudo, o Irão de maneira nenhuma garantiu a preservação da independência africana; au contraire, agrilhoou África a mais corrupção, a mais violência, ao proselitismo Islâmico e ao terrorismo.
"A presença e actividade do Irão e do Hezbollah em África, à semelhança daquelas na América-Latina, vão para lá dos níveis políticos, económicos, sociais e culturais legítimos e penetram na área perigosa do terrorismo e da subversão; ameaçando não só os actores e interesses externos como também a própria estabilidade dos países anfitriães." - Ely Karmon
África está repleta de pessoas bonitas com um coração de ouro. É chegada a hora de colocar o seu bem-estar em primeiro lugar e, os interesses nefastos estrangeiros em último.
Façam as devidas trocas com cuidado e, aqueles que (quer queiramos ou não) ajudaram a moldar o passado da nossa amada África, serão quem a ajudará a moldar o seu futuro.
"Janta com um estranho mas guarda o teu amor para a tua família" - provérbio etíope
Que imagem linda!
ResponderEliminarOlá Anónimo :D!
EliminarÉ, não é?
Obrigada por ter deixado um comentário.
Um abraço
Max, os ricos querem manter as diferenças, senão, como permanecerão ricos?
ResponderEliminarAssistiu o documentário "Sobrevivendo ao Progresso"?
Acho que a África Subsaariana é o último lugar no mundo que o capitalismo ainda não dominou, também por isso é fácil fazer com que os novos governos pensem que estão progredindo...
Beijus,
Olá Luma :D!
EliminarIncluindo o Brasil? :)
Não, ainda não assisti: mas agora que partilhaste vou vê-lo (muito obrigada, querida).
Como poderia o capitalismo dominar África se o comunismo chegou lá primeiro? Olha, antes o capitalismo que o comunismo (sabias que havia pessoas, em Moçambique, que há 13 anos nunca tinham saboreado um morango? Nem sequer conheciam o seu sabor).
Quando se compara a vida em África, há uns anos atrás; com a vida que se leva hoje: sim, houve imensos progressos, mas ainda há espaço para muito mais. E graças a Deus, os africanos já estão acordar.
Luma, minha querida, muito obrigada pelo teu comentário :D.
Beijos
Olá, Max!
ResponderEliminarO problema de África foi o total falhanço dos movimentos de libertação i.e. uma vez sentados no poder, renegaram o povo e os interesses da nação, por uma ideologia que se revelou contraproducente.
Lembra-te do que te vou dizer: portugal anda a dormir de tanto que pensa que deve esforçar-se, para além da conta, para se mostrar europeu; relegando assim a sua afectividade com as ex-colónias; logo quando um dia quiser falar com elas, vai ter que usar um intérprete: Brasil.
Bjcas
Olá Lenny :D!
EliminarConcordo.
Pois, tenta mostrar-se europeu mas não se comporta como europeu - esse é que é o problema.
Quanto às ex-colónias: negligência total! E como disseste, um destes dias vão precisar do Brasil para lhes servir de intérprete (quando se aperceberem do mesmo que a Europa já se apercebeu há uma década atrás: África é o futuro! Ásia agora, África a seguir!).
Pergunto-me se Portugal estará cego. Porque acha que a França e os Estados Unidos foram a correr para o continente (sob o pretexto de lutar contra o Islamismo, que deixou florescer desde os anos 90)? Porque acha que a Britânia meia-volta está militarmente nas suas ex-colónias a resolver problemas? Até a Austrália dá uma mãozinha...porquê?
Bem, Lenny, obrigada pelo teu super comentário, querida! :D
Dá que pensar...
Beijocas
Max, tem um pastor aqui no Brasil que afirmou que o povo africano era amaldiçoado. Soube disso?
ResponderEliminarOi Cidão :D!
EliminarNão, não soube disso. Deixa-me adivinhar: um pastor evangélico?
Cidão, muito obrigada pelo teu comentário :D.
Um abraço