Paisagem com o Descobrimento de Moisés - Etienne Allegrain |
Aparentemente, África chega para todos menos para o povo...
Que fazer perante o cenário acima descrito?
Será que devo ir gritar impropérios para São Bento e para o Palácio de Belém, em nome dos desempregados?
Será que eu devo sussurrar para o vazio uma espécie de oração sentida pela união familiar e os seus meninos malcriados?
Será que alguém esclarecer-me-á a razão pela qual sofrem retaliações todos os heterossexuais que se atrevam a contar piadas acerca dos gays?
Será que devo atribuir culpas ao cristianismo, judaísmo, budismo e hinduísmo pelo facto de África estar à mercê do terrorismo islâmico?
Será que devo permitir que os mass-media, e seus colaboradores, continuem a arranjar explicações patéticas para apaziguar o racismo como se fosse a coisa mais natural do mundo?
Será que a não ingerência dos BRICS em assuntos como a violência islâmica e as contínuas violações de crianças e mulheres pelos rebeldes africanos, favorece a sua estratégia de prospecção e exploração dos recursos africanos?
Será que se deve chamar à pedra no Tribunal Penal Internacional todos os países e pessoas que subsidiam o terror religioso?
Meu Deus, tem dó de mim! E podes rir a bom rir, porque já sabias que eu não me iria conter:
1- Não vou gastar as minhas munições pelos desempregados porque quando têm um job, não o valorizam; passam a maior parte do tempo a reinvindicar pelas estrelas sem terem primeiro conquistado a terra - pelas suas agruras, estou-me nas tintas.
2- As famílias de tanto desejarem ser democráticas esqueceram-se de incutir valores nos seus membros e, os pais permitiram que os seus fedelhos ditassem as regras. Por favor, não contem com a minha novena pela vossas tormentas porque estou-me nas tintas.
3- As mulheres continuam a morrer nas mãos dos seus maridos, namorados e/ou chulos; no entanto nunca vi nem ouvi os gays solidarizarem-se com a luta das mulheres; por isso, o facto de duas gajas ou dois gajos conseguirem finalmente garantir o seu futuro económico-social e poderem também beneficiar do estado social como cônjuges, não me diz nada - estou-me nas tintas.
4- Sendo os cultos religiosos uma das variadas maneiras de cada um se fazer ouvir pelo Divino, havendo denominações que o fazem pacificamente; mas que por alguma razão entenderam que África é um caso perdido merecendo, portanto, conhecer a face sangrenta de Alá...hey...se calhar é tudo uma questão de alternância religiosa, logo, estou-me nas tintas.
5- Os mass-media, os seus comentadores, os canais desportivos que sobrevivem à custa dos racistas vociferantes e belicosos: é inútil, não vos oiço mais, estou-me nas tintas.
6- Se não têm o sistema de saúde igual ao nosso (ainda que a falir) ou melhor; a segurança social; liberdade de planeamento familiar; saneamento básico; educação para todos; mecanismos de defesa dos mais desprotegidos (estando estes livres de aceitá-lo ou não); liberdade de associação cívica, religiosa e política; liberdade de expressão, de imprensa e pensamento; liberdade criativa; liberdade de pesquisa e desenvolvimento; liberdade à informação; economia de mercado sem interferência estatal e direito de voto inalienável: senhores políticos de esquerda, académicos desonestos, homens de negócios dúbios, jornalistas mal intencionados e grupos de pressão a soldo de forças obscuras; enquanto assim não fôr, os BRICS, quanto a mim, estão na mesma linha dos países que agoram esmifram. Logo, para as vossas jogadas políticas, estou-me tintas!
7- A União Africana, na sua reuniãozita, acusou o TPI de andar somente à caça dos líderes Africanos. Pois bem, enquanto os Africanos não entregarem o Mugabe e o Bashir, vós com o vosso chove não molha, e a incompetência do TPI soís-me irrelevante. Porra pá, estou exaurida e francamente estou-me nas tintas!
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