Bandeira do Paquistão |
Um
De acordo com o Brookings Institute, o Paquistão tem uma população de 185 milhões de pessoas (apesar do sítio Index Mundi, no seu Perfil Demográfico 2012 do Paquistão, colocar o número da população acima dos 190 milhões) e, nas palavras do Bruce Riedel "40 milhões, dos 70 milhões que têm entre 5 e 19 anos de idade, não estão na escola". Alguns relatórios dizem que menos de um milhão de paquistaneses pagam impostos (um número que exclui a maioria dos políticos, que não pagam qualquer forma de imposto). Apagões são frequentes; não há água potável suficiente; e o crescimento económico (calculado, no ano passado, a 3%) não acompanha a demanda populacional. Conclusão: o Paquistão é uma confusão, em termos estruturais.
Estamos a falar de uma nação onde as meninas são assediadas, senão atingidas com um tiro na cabeça, por quererem ter instrução; onde as crianças estão no mercado de trabalho, em vez de estarem na escola; e onde um político que decida mudar o curso dos eventos, por amor ao seu país e povo, acaba morto. Que tipo de futuro está o Paquistão a construir para si? Um futuro medieval.
Os políticos paquistaneses deveriam orquestrar uma maneira de chegar a um acordo com os militares; e investir fortemente na educação para todos; sob pena de transformar a maioria dos seus jovens em jihadistas.
Dois
Os grupos radicais islâmicos estão tão à vontade no Paquistão, que chegam a influenciar as políticas e as decisões judiciais (porque, até agora, as forças armadas acreditam não poderem prescindir da sua "arma táctica contra a Índia, o seu arqui-rival" segundo a EuroAsia Review). Por exemplo, os Islamistas - para prevenir a promoção da "imoralidade" - conseguiram promover o banimento oficial de pacotes promocionais de chamadas à noite - oferecidas pelas companhias de telemóveis; convenceram os juízes a mandarem o governo inspeccionar os programas televisivos para remoção de conteúdos indecentes e vulgares: e, sentem-se completamente à vontade para fazerem raides em festas privadas e hotéis de cinco estrelas, afim de impôrem proibições contra a dança e música.
Como foi que a República Islâmica do Paquistão chegou a este ponto? Chegou a este ponto, por ter cometido o enorme erro de ter alimentado e utilizado militantes islâmicos, como instrumento na conduta dos seus negócios estrangeiros, desde a sua génese (em 1947). Suspeitamos que os seus elos com tais grupos sejam, no presente, tão emaranhados que irá levar um bom tempo até o Paquistão se libertar dos grilhões militantes (apesar de, pela primeira vez na história, as forças armadas terem admitido que o maior problema de segurança nacional do Paquistão é "o inimigo interno" - mesmo assim, preferimos ficar à espera de acções; au lieu de nos contentarmos com palavras).
Mas o que está a preocupar as pessoas são as vozes de descontentamento (com o apoio da comunidade paquistanesa na diáspora) que começam a fazer-se ouvir de tal maneira, que se chega a temer uma insurreição civil drástica que possa forçar o governo a tomar uma medida concreta - iremos testemunhar em breve a Primavera Urdu?
Três
O Paquistão tem estado a fortalecer laços com a Índia; tem melhorado a diplomacia entre os dois países e, até deu os primeiros passos para elevar o estatuto da Índia para NMF (Nação Mais Favorecida).
Não obstante, no princípio deste ano, soldados paquistaneses atacaram soldados indianos, na fronteira com Caxemira, tendo decapitado um deles. Logo, porque é que um país haveria de provocar outro, de quem espera alcançar uma parceria económica? Suspeitamos de que o Paquistão esteja agora a tentar agradar a Gregos e a Troianos - i.e. busca paz com a Índia e, o desenvolvimento económico que daí advenha; ao mesmo tempo que assegura
A questão é, o que é que o Paquistão pode esperar da Índia: refreamento (que parece ser sempre o caso) ou retaliação? O Paquistão deveria entender que, um dia, a Índia poderá não optar mais por dar a outra face, simplesmente porque o mundo teme um conflito entre duas potências nucleares.
E por falar nisso, a comunidade internacional dever-se-ia lembrar que estas duas potências travaram, recentemente, uma guerra (a Guerra de Kargil, em 1999); e nenhum componente do seu arsenal nuclear foi usado. Logo, a teoria de que a Índia não deva fazer frente ao Paquistão, sob pena de espoletar uma destruição nuclear, é questionável.
Apesar do Paquistão ter um comportamento errático, não é totalmente irracional - assim como todos nós, os seus militares conhecem bem o significado de MAD.
1...2...3...o Paquistão captou a nossa atenção; logo, voltaremos a abordar este tema mais tarde. Fiquem atentos!
Oi Max
ResponderEliminarMuito interessante o post, em relação as mulheres e inacreditável que nos dias de hoje ainda exista situações como estas.
Estaremos esperando as próximas abordagens
Bjs
Oi Dri :D!
EliminarObrigada, querida. É incrível as coisas que ainda acontecem por esse mundo a fora...a luta continua (como diria a Frelimo em Moçambique lol).
Minha linda, obrigada pelo teu comentário :D.
Beijos