Comentário: o Discurso de Bibi Netanyahu na ONU

Binyamin Netanyahu durante o seu discurso perante a Assembleia Geral das Nações Unidas (UNGA)

Na semana passada, no dia 27 de Setembro, Binyamin Netanyahu fez um discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas.

O Premier Israelita começou por dar um soco no Irão (que nessa semana havia dito que Israel não tinha quaisquer raízes históricas no Médio Oriente) e nos políticos Árabes ao fazer a seguinte declaração "Há três mil anos atrás, o Rei David governou o estado Judaico em Jerusalém, a nossa eterna capital. Digo isto a todos aqueles que afirmam que Israel não possui quaisquer raízes na nossa região e que em breve desaparecerá (...) O povo de Israel vive para sempre - em Hebraico, dizemos Am Yisrael Chai (עם ישראל חי); e o estado Judaico viverá para sempre."

Como esperado, a maior parte do discurso do PM Netanyahu foi dedicado ao Irão e, as suas palavras foram bastante claras; e por essa razão elas dispensam uma análise profunda. Não obstante, o seu discurso conteve algumas passagens interessantes que merecem a nossa atenção e comentário.
Antes de prosseguir com o principal objectivo deste artigo, eu gostaria de congratular o Premier por não ter dignificado as palavras absurdas do Sr Abbas com uma demorada resposta.

"Nunca mais seremos desenraizados."

Comentário: concordo. Contudo, o PM perdeu uma óptima oportunidade de apresentar um argumento poderoso que desenraizasse de uma vez por todas a ilusão Árabe e Persa.

"As forças do medievalismo buscam um mundo em que as mulheres e as minorias são subjugadas; um mundo onde o conhecimento é suprimido, onde a morte é glorificada (em vez da vida)." e "(...) a intolerância é direccionada primeiro aos seus irmãos Muçulmanos e, depois, a (...) qualquer um que não se submeta ao seu credo implacável. Estas forças querem arrastar a humanidade de volta a uma era em que o dogma permanece inquestionável e, onde se intensifica o conflito."

Comentário: uma referência ao Mundo Islâmico que (ao contrário do Mundo Judaico-Cristão) ainda não passou por um período de Renascença (ou por um período de Iluminação) - e se os Islamistas (que glorificam a morte) levarem a sua adiante, a Ummah jamais passará por tal era de Reforma. Reparei que o PM Netanyahu utilizou o verbo "Submeter" numa clara referência ao Corão "[Sura 3:19] A Única religião aprovada por DEUS é a 'Submissão' (...)" (os "submissivos" são os Muçulmanos; logo, o Corão basicamente afirma que a única religião aprovada é o Islão) - o líder Israelita fez tal referência para dizer aos Muçulmanos que, ao contrário do seu, o Mundo Judaico-Cristão permite que o povo leia, saiba e questione os diferentes Livros Sagrados.

"Israel tem orgulho de estar entre as forças da modernidade. Nós protegemos os direitos de todos os nossos cidadãos: homens e mulheres, Judeus e Árabes, Muçulmanos e Cristãos - são todos iguais perante a lei."

Comentário: a antítese do Islão medieval. Israel é um Estado Judaico contemporâneo, democrático onde todos são iguais perante a Lei. Em Israel, as mulheres gozam do mesmo estatuto que os homens, elas têm opções e podem fazer tudo aquilo que decidirem fazer. As religiões são respeitadas e podem ser praticadas em paz - o mesmo não pode ser dito da maioria das nações Islâmicas.

"O know-how Israelita está em casa telemóvel e computador por vós utilizados."

Comentário: uma maneira muito inteligente de criticar o Movimento BDS (iniciado e disseminado por ONGs Palestinianas). Se eles querem tanto boicotar os produtos Israelitas, então talvez devessem começar por deitar fora os seus computadores e telemóveis - instrumentos vitais para a disseminação da sua causa.
Esta é a altura apropriada para enviar uma pequena mensagem ao Brasil: neste momento, vocês estão do lado errado da história e da política. A Rússia vai subir e deixar-vos na mão; a Índia vai subir e ser pragmática; a China está a entrar no átrio da mudança; a festa da África do Sul está a chegar ao fim (é só uma questão de tempo; principalmente depois do Mandela falecer). O México vai-vos ultrapassar, exactamente porque está do lado certo da história e da política. Quo Vadis, Brasil?

"Nesta hora urgente, só há uma maneira de prevenir o Irão de obter bombas atómicas, de forma pacífica: colocar uma linha vermelha no programa nuclear Iraniano. Linhas vermelhas não conduzem à guerra; elas previnem a guerra (...) No princípio deste ano, o Irão ameaçou fechar o Estreito de Ormuz. Os Estados Unidos desenharam uma clara linha vermelha e o Irão retrocedeu."

Comentário: o PM claramente encosta a administração do Presidente Obama contra a parede (apesar de ter reafirmado a sua satisfação com a posição do Presidente Obama em relação à ameaça Iraniana). Ao investir demasiado tempo neste assunto da linha vermelha, o PM Netanyahu pode ter alimentado a ideia de que realmente existe uma tensão entre Israel e os EUA; quando tal tensão é inexistente (segundo o Ministro da Defesa Ehud Barak). Mas talvez Binyamin Netanyahu tivesse um claro propósito: agradar aos Judeus radicais Americanos (a quem ele presta demasiada reverência).

"Oiçam, ninguém aprecia mais os nossos Serviços de Informação mais que o Primeiro Ministro de Israel. Todos estes Serviços Secretos de ponta, incluíndo os nossos. Impediram muitos ataques. Salvaram muitas vidas. Mas não são infalíveis."

Comentário: um político a chicotear os Serviços Secretos...demonstrou falta de sabedoria.

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