Coragem e Cobardia de Alfred Stevens |
A
génese dos militantes de direita é o empenho para com a Nação como um todo,
cujo âmago é a preservação dos valores.
O composto
orgânico do ADN dos que militam à esquerda é o eterno compromisso com a figura
da pessoa em si e, têm um só âmago: distribuir.
Não
vou aqui alongar-me em tópicos como o déficit e a dívida (D&D) – ainda que a
esquerda seja exímia em chafurdar neste crime contabilístico como se de nada se
tratasse – porque começo a pensar que talvez isto não seja assim tão grave e,
que o stresss mundial a que estão sujeitos os povos, seja uma
maneira de os políticos os manterem sob rédea curta; porque convenhamos, esta porra é previsivelmente
cíclica (i.e. primeiro vem a esquerda que acciona aqueles dois mecanismos
[D&D] e, quando as contas públicas atingem o ponto sem retorno, faz uma
pausa governativa. A seguir entra a direita para endireitar as contas – não sem
que os apoiantes esquerdistas criem o caos – e após a regularização das mesmas,
o poder é entregue submissamente de novo à esquerda).
Ora
bem, o actual presidente da região autónoma da Madeira, Alberto João Jardim
(PSD), deu um passo maior que as pernas ao realizar obras públicas desenfreadamente
sem ter dinheiro para as pagar; conclusão: sem precedente endividou a Madeira
(dizem até que estaria na iminência da bancarrota) e, logo caiu-lhe em cima o
Carmo e a Trindade; isto é, a oposição em peso e até o próprio partido.
Por
outro lado, o ex-cacique socialista dos Açores fez o favor de arrombar
igualmente com as contas e, camuflar o facto até quase a cessação do seu
mandato. E o que é que aconteceu? Nada! Porque como ninguém quis estragar a futura
carreira do presidente cessante, preferiu-se culpar o governo do continente (Sr.
Primeiro Ministro, tome nota, porque este truque sujo foi um aviso à sua
navegação. Acorde e enxergue com olhos de ver porque o sr. e o seu governo são
a sentinela de Portugal) e assim, no domingo
passado, a esquerda obteve uma vitória avassaladora. Ce que me tracasse é que o arquipélago já foi governado em tempos pelo
PSD (1976-1995) com sucesso, querendo
isto dizer que os sociais-democratas conhecem bem a terra e as gentes. Logo, o
que foi que se passou no dia 14?
Diz-se
por aí que na recta final da campanha eleitoral, o PSD fez-se representar por
Marcelo Rebelo de Sousa e por Marques Mendes. Mas será que os dirigentes do PSD
estão loucos? Então não viram que as pessoas ainda estão ressentidas com
aqueles dois? O primeiro, por puro despeito, ajudou o presidente socialista (Jorge Sampaio) a
derrubar o governo maioritário de Santana Lopes; o segundo, porque se convenceu
de que era o cavaleiro branco, fez com que Carmona Rodrigues e o PSD perdessem
a Câmara Municipal de Lisboa para os socialistas, sem ter os factos na mão.
Não
admira, pois, que 52% do eleitorado tivesse pensado que a faxina semanal e o
passeio pela marginal ao fim da tarde valessem mais do que ir votar por um
bando de falhados.
Chiça; onde está a direita
em Portugal? Vai ela deixar a esquerda manipular o país a seu bel prazer? Vai a
direita portuguesa assistir nonchalantly
ao espectáculo deplorável de mulheres nuas diante da Assembleia – já agora, uma
pequena chamada de atenção para essas raparigas que se foram despir em frente à
Assembleia da República: nudez não significa que se esteja na miséria. Simbolicamente
quer dizer que não se tem nada a esconder, que se está despido de preconceitos;
ok? – continuando...vai a direita portuguesa permitir que a esquerda e os
sindicalistas mal-intencionados façam todas as semanas o país viver num estado
de desassossego?
Vai
a direita convencer-se de que é incapaz de consolidar os seus ganhos? Olha, se assim
é não haverá viv’alma que salve Portugal!
Olá Lenny!
ResponderEliminarPois é, eu também tenho a mesma preocupação: o presente governo de direita coloca em ordem as contas públicas, põe tudo nos eixos e depois entrega a casa em ordem à esquerda perdulária, que só irá dissipar tudo com a sua "generosidade" exacerbada.
Quanto às eleições nos Açores: o eleitorado de direita Açoriano só está a seguir o trend geral do continente. Para além disso, a direita Portuguesa está sempre a apresentar sempre as mesmas caras, sempre as mesmas ideias, sempre a mesma converseta, sempre a mesma postura, sempre as mesmas figurinhas de cartaz...o eleitorado Português de direita está farto.
Excelente artigo, como sempre.
Beijoss
A "generosidade" exacerbada torna-se fraudulenta porque uns trabalham e cumprem as sua obrigações para sustentar pançudos. Quem precisa de trabalhar quando tem a sua disposição o subsídios de reinserção social, da Santa Casa da Misericórdia, das Cáritas, dos Jesuítas, da SASE e o Abono de Família, todos em simultâneo? Os subsídios deveriam ser temporários (1 ano máximo) i.e. tempo suficiente para recomeçar a vida.
EliminarA direita portuguesa é, como tudo em Portugal, um marasmo. Quando o Luís Filipe Meneses quis açambarcar o eleitorado negro ao PS, os barões do PSD sentiram-se negligenciados e, num só golpe, o líder foi obrigado a demitir-se, porque não se quis submeter aos velhos hábitos rançosos.
A direita Portuguesa não soube aproveitar o potencial das ex colónias e implementar negócios que beneficiassem a ambos os povos. A direita portuguesa (PSD e CDS), quando a extrema direita andava a matar pretos em Portugal, não organizou a juventude para se manifestar, contra o assassinato de cidadãos Portugueses inocentes, e gritar em alto e bom som: basta!!!
Tenho imensas queixas contra os partidos de Pedro Passos Coelho (o Africanista) e de Paulo Portas (um homem decente), mas hey... tenho esperança no futuro nem que tenham de ser os meus netos.
Obrigada e Bjcas.