Bandeira Portuguesa |
Diz-se
que Portugal, de todos os colonizadores, foi o menos horrendo porque embora
tenha cometido as mesmas atrocidades que todos os outros teve a sabedoria de acabar
com o extrapolação da subjugação primeiro que aqueloutros. Pergunto eu: seria
porque entre os maiorais, estivessem alguns cristãos novos com a memória bem
fresca do que fora ser um judeu (“O estrangeiro não afligirás, nem o oprimirás,
pois estrangeiros fostes na terra do Egipto” - Êxodo 22-21)?
Portugal
foi, de facto, o impulsionador da globalização; embora hoje (no século XXI) se
esteja a debater para se destacar desse emaranhado socio-cultural por si
iniciado no século XV. Há quem diga que os Árabes e os Turcos foram os
propulsores da dita; mas vejo-me obrigada a discordar porque o espírito da
globalização moderna foi decalcado do espírito português de então: busca de
lucro, aumento de riqueza e de trocas comerciais (poder-se-á mesmo afirmar que
a Organização Mundial do Comércio é o culminar do empreendedorismo Luso).
Todo
o resto; i.e. a fixação, a subjugação e a dissiminação de fé; veio por
acréscimo.
Vasco da Gama, quando chegou à Baía de Inhambane (Moçambique), os indígenas
ofereceram-lhe uma recepção de boas-vindas inesperadamente calorosa. De tal
modo, que o próprio se sentiu obrigado a baptizar aquele lugar de “Terra da boa
gente...”
Pois
bem, desde aquela mostra de humanidade por parte dos bitongas, passaram-se centenas
de anos, e às colónias foram dadas independências: primeiro o Brasil em 1822,
seguiu-se Goa, Damão e Diu em 1961, depois Moçambique, Angola, Cabo-Verde,
Guiné-Bissau, São Tomé e Princípe, e Timor em 1975 (embora este último tenha
sido re-ocupado pela Indonésia até 1999) e finalmente Macau em 1999.
OMG...
já estou a ver, o boss do social-media
do Primeiro Ministro a questionar-se acerca da minha verdadeira intenção: ó boss,
nada de histeria; ó kapa [1]?
Por favor, não me faça choramingar até porque já sou emigrante; yah?
Agora
a sério; esta semana só preciso de um pequeno esclarecimento por parte do nosso
querido PM: os Espanhóis são nuestros
hermanos devido aos laços de sangue com o Reino de Castela (que lindo...);
os Brasileiros são nossos irmãos porque são maioritariamente descendentes de
Portugueses (fabuloso...); e os Africanos; a manta de retalhos por Portugal
tecida; designam-se de parceiros dos PALOP...hmmm...
Caro
Primeiro Ministro, Passos Coelho, sendo V.Exa. um Africanista, irá mudar o
acima descrito; ou estará Portugal a dizer-nos que uns são filhos da mãe enquanto
outros são filhos da polícia?
[1] Ó Kapa = ok; em Moçambique
Graças a DEUS, que os filhos da Mãe são muitos mais que os filhos da Policia, até porque há menos policias.VCA
ResponderEliminarOlá Victor,
Eliminarmuito obrigada pela sua interpretação.
Olá Lenny,
ResponderEliminarDe facto, Portugal precisa de ser mais consistente no seu vocabulário diplomático: ou chama "irmãos" a todos os cidadãos das ex-colónias ou então apelida todos os ex-colonizados de "parceiros". Não faz sentido uns serem filhos da Mãe (sendo a Mãe, Portugal) e outros serem filhos da Polícia (de novo, sendo Portugal o agente da imposição da ordem - o que nos quererão dizer, na verdade?).
Quanto aos Espanhóis: ellos no son nuestros hermanos; al contrario son nuestros patrónes.
Não sei se Passos Coelho tem um manager de social media; mas se não tem deveria ter - um líder político do século XXI tem uma relação íntima com a internet e com o que aí se passa (recordemos o que foi dito na Convenção do DNC: o Presidente Obama utiliza a internet e lê tudo o que aí se passa - para saber o que o povo, Americano e não só, pensa e para aprender mais. Mas isto é só para os que entendem de facto o que significa ser um Político).
Beijocas
Hey Max, darling!
EliminarO que quererão dizer? Não faço a miníma ideia, e não poderei afirmar que seja racismo porque este é crime passível de Pena em Portugal; estás a ver, não é?
Mas isto faz-me lembrar um caso interessantissímo: numa reunião da CPLP(Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), Moçambique alegou que não gostaria de ver, um determinado Acordo alargado, dentro do grupo, porque temia a fuga de cérebros de Moçambique para Portugal; e esta hem?
Portanto as inconsistências dos países podem, muito bem, ser mágoas camufladas de parte a parte...
Em 1977 nuestros hermanos eram bem menos desenvolvidos que nós, por isso: Kudos para ellos!
Se não tem, que arrange um voluntário junto à JSD; há sempre alguém com vontade de enriquecer o seu currículo; penso eu.
Lenny, ao contrário da Max eu acho que Passos Coelho tem um social media manager porque parece-me que as suas palavras estejam a ser ouvidas: já baixou a segurança social das empresas para 18% (antes 23,75%). Acha que irá baixar o IRS e o IRC?
ResponderEliminarQuanto ao tema de hoje: não havia pensado nisso. Porque hão-de os Brasileiros ser irmãos e os pretos de África ser parceiros? Somos todos irmãos, quanto mais não seja por terem espalhado mulatos que nem uns loucos pelas colónias a fora.
Amei este post, Lenny. Não pare. O único caminho é Foward!! lol
Hi Ana,
EliminarAntes do cargo governamental, o PM foi professor(profissão que ajuda a moldar mentes) e gestor(profissão de visionários) ou seja: se ele olhar para Portugal, terá uma ante-visão do que o país será, para tanto bastar-lhe-á pensar verificar e implementar.
Estou feliz que esteja a começar por algum lado: Nakupenda Sr.Primeiro Ministro, Lol!
O Brasil gaba-se da sua mixigenação, mas em Moçambique temos um cruzamento de raças fenomenal: brancos, pretos, indianos, árabes, chineses e dentro das variadas misturas há pessoas que têm a cor dos olhos(verde, azuis) e a pele tão branca quanto um caucasiano. O mundo anda deliciado porque um casal de negros em inglaterra teve um bébé branco e na Alemanha um casal misto (negra e branco) teve gémeos (um branco e outro mulato escuro). Eu olho para este circo e rio-me, pois em Moçambique isso era corriqueiro; e só me apetece gritar: please, give me a break!
Tens razão perante tamanha estupidez, contendo-se sempre para não partir a fuça a alguém, o único caminho é Forward!!