Monte Sinai de El Greco |
Há uma semana atrás foi o 11º aniversário do 9/11. Nesse
dia, os EUA foram atacados no Egipto e na Líbia (resultando na morte do
Embaixador Christopher Stevens e de mais três funcionários diplomáticos). Diz-se
que um filme intitulado “Innocence of Muslims” espoletou a violência praticada
na passada terça-feira, na quinta-feira (no Iémen) e na sexta-feira (Sudão,
Líbano e Tunísia).
O timing dos ataques confere-lhes a qualidade de uma acção
concertada. O filme e o timing da sua disseminação fazem parte do plano. A reportada presença de Mohammed al Zawahiri, o irmão mais novo de Ayman al Zawahiri (o
líder da Al-Qaeda), nos protestos de terça à noite sustenta a suspeita. Era
suposto os protestos Islamistas, perante as embaixadas dos EUA, terem como base
a fúria causada pela produção do filme; contudo, os cartazes e cânticos
condenavam as invasões do Iraque e do Afeganistão – lideradas pelos EUA – mais a
aliança entre a América e Israel. A alusão às duas guerras (uma que já acabou e
outra que está prestes a acabar) é um indicador do espírito jihadista por detrás
destes protestos; a referência à aliança entre a América e Israel é um aviso
contra Israel e alvos Israelitas.
O produtor egípcio de “Innocence of Muslims” diz-se Cristão
Copta, mas esta informação é extremamente improvável (após a visualização do
filme e a análise dos diálogos, dobrados, concluí que o desprezo contido nas
referências ao Torah e ao Novo Testamento denunciam a fé professada pelo
produtor). Este cidadão egípcio pode muito bem ser um salafista que se
infiltrou na comunidade Cristã Copta Americana (por motivos óbvios). Mais, o
seu Modus Operandi encaixa-se bem num dos perfirs do Novo Estilo Jihadista:
produções em Inglês e a sua disseminação através da Net (neste caso, o
Youtube).
No dia 8 de Setembro, a TV Salafista, no Cairo, passou um
programa de duas horas que expunha o filme infame. Contudo, os manifestantes só
foram para as ruas três dias mais tarde...
“Não penso que
possamos considerá-los um aliado, mas não os consideramos um inimigo. São um
novo governo que está a tentar encontrar o seu caminho.” (President Obama)
O Egipto é um suspeito porque é o hipocentro da violência
Islamista. Contudo, também poderá ser uma vítima.
O presidente Mursi tem estado a tentar provar que ele e os
seus apoiantes da Irmandade Muçulmana (IM) são parceiros de confiança do Ocidente
e que estão empenhados em cumprir o Tratado de Paz com Israel – coisa que não
agradou à Arábia Saudita, que não só teme que os Islamistas estejam a competir
pelos benefícios diplomáticos Americanos e a influenciar o povo Saudita
descontente, mas que também vê a IM a remar contra a maré dos seus planos no
que toca a Israel. Alguns, no Dubai, até estão a espalhar rumores de que a IM é
um instrumento Americano para depôr os seus governantes.
Logo, levar o Egipto a ter problemas com os EUA (que estavam
no processo de negociar termos nos quais o Egipto veria perdoada a primeira
tranche da sua dívida, no valor de $1,5 mil milhões; e, que enviaram uma
delegação de trocas comerciais de mais de 100 homens de negócios para reacender
o interesse dos investidores no Egipto) serveria os interesses daqueles que
mais temem a Irmandade Muçulmana.
Seria conveniente que o Egipto fosse um aliado, mas e se o
Egipto se estiver a tornar um inimigo?
Óla, Max!
ResponderEliminarSe o Egipto decidir tornar-se um inimigo está no seu direito, desde que o Povo egipcío esteja disposto a arcar com as consequências; i.e. fiquem por lá e nada de imigração em massa para a Europa.
O Ocidente que não repita o erro cometido contra o Hamas, porque ao deslegitimizá-lo, conferiu-lhe força, para cometer actos de terror abertamente...
Bjcas
Olá Lenny :D!
EliminarConcordo: o povo egípcio escolheu o seu governo de forma democrática e, se este falhar deve arcar com as consequências.
Ora, disseste uma coisa acertadíssima: não devemos repetir os mesmos erros. Não queremos legitimizar os Islamistas de modo algum.
Lenny, obrigada pelo teu super comentário :D.
Beijocas