O último Dia de Pompeia de Karl Pavlovich Bryullov |
Caro PM, vi-o a debater-se numa entrevista
televisionada, na passada sexta-feira, enquanto tentava explicar o pacote de
austeridade que se avizinha – para mais um desespero no rosário do portugueses.
Estava tentada a ilibá-lo da desgraceira em que se encontra o país, mas hélas...é-me impossível fazê-lo, pela
seguinte razão: enquanto economista e homem de negócios (familiarizado, na
certa, com o conceito de Macro e Micro-economia) ajudou o ex-PM Sócrates a
passar aqueles PECs (Plano de Estabilidade e Crescimento) que só se revelaram
fatais para Portugal. Bem sei que evocará questões de solidariedade
institucional; tal qual aqueles que (com memória curta) agora fazem
demonstrações de auto-comiseração nas passeatas de protesto contra si.
PM Passos, monumental é a sua tarefa. Contudo,
esta tornar-se-á impossível se recorrer
a métodos ultrapassados:
- Subida de impostos [seriously?]
- Despedimento de funcionários públicos [a quoi jouez vous lá?]
- Taxar cascos de recreação marítima, carripanas, avionetas e poupanças
- Passar o TSU dos trabalhadores independentes de 29,6% para 31,7% [trata-se de sobreviventes – está a mangar com quem?]
- Pôr os patrões no mesmo nível que os trabalhadores (o quê...estará a preparar o seu futuro junto à CICP e à Associação dos Bancos?)
Reduzir preços...quererá Passos Coelho
dizer-nos que vai encorajar as cadeias de supermercados a baixarem o preço do
pão, da fruta, dos vegetais, do leite, dos iogurtes, do queijo, da batata e do arroz?
Que vai arranjar maneira das empresas de serviços acabarem com as taxas criadas
à revelia (i.e. PT e os €0.30 por carregamento); dos Bancos acabarem com a taxa
de manutenção de Conta; da EDP baixar o preço do Kilowatt e, da Galp baixar o
preço do gás?
Diminuir a taxa de desemprego; como? Eles
dir-lhe-ão que guardarão os tais €5 para esse efeito, mas que para criar
emprego é necessário que haja Procura e nesta crise...
Quanto à fragilidade e estabilidade, só posso
insinuar que se o patrão fôr pouco transparente...olhe, pergunte aos manos
donos da maior, e mais antiga, Empresa de Camionagem do nosso Portugal.
Confesso estar deveras desapontada com o
andamento dos negócios da Nação. Ó pá, somos a favor da austeridade, mas não do
quick fix.
V.Exa. soube que depois da sua entrevista (um
erro crasso: deveria antes ter feito um comunicado ao Povo), um socialista –
sim, um dos tais que nós permitimos que nos conduzissem a este buraco – dizia-se
pronto para regressar ao poder?
Por favor caríssimo, estás-se mesmo a ver que
a oposição só quer distraí-lo. Sem reserva mental, asseguro-lhe que essa mesma
oposição está radiante com as medidas m*rd*s*s que vem tomando. E quem são os
seus adversários? Vejamos:
O PS, um partido que anda baralhado e sem uma
liderança credível. Depois de tudo o que fizeram, ainda se dão ao luxo de serem
sinistros: pintam um futuro sombrio e tenebroso para Portugal.
O bloco de esquerda; frequentado pelos ditos
“gauche caviar”; é um partido boutique, e os seus membros só estão na política
porque foram incapazes de arranjar outro hobby.
O PCP, um partido que é seguramente uma redundância
dos erros cometidos sobre políticas sociais pelos sucessivos governos.
PM, com uma oposição destas, não tente convencer-me
de que é salutar contar com o apoio de todos os representantes do povo, para pôr
o país em ordem. Diga-me com toda a honestidade: de que está a espera? Chiça pá...
estou sinceramente a oferecer-lhe a minha cooperação: abandone os velhos
truques e, encarecidamente, peço-lhe que leia o meu artigo “Passos Surpreende”.
Outra coisa; quando tiver que tomar medidas de
austeridade, seja claro e diga por quanto tempo será a expiação pelos excessos
outrora praticados. Seja o líder que todos queiram seguir; vá peitar os
deputados que compõem a maioria (tanto em Portugal como na Europa), faça de cada
um deles uma extensão de si e lance-os no mundo (com a missão específica de promover &
vender o Made in Portugal e, de transmitir aos estrangeiros as potencialidades
do país); finalmente, comissione-os para que internamente sejam aquela voz que
ensina aos Portugueses as vantagens da busca da vontade férrea dentro de si,
afim de se superarem. Porque ao superarem-se combater-se-á o déficit da
criatividade, da produtividade, da cooperação e, quiça engrenaremos juntos para
que não tenha de carregar sozinho o peso de uma Nação inteira.
Caro Passos Coelho, seja arrojado e “das volk wird machen sich frei” (seria
o conselho que eu lhe daria se fosse a Angela Merkel).
Estou de acordo, e lembro mais uma vez que este País só pode crescer com grandes investimentos, e que para isso as empresas têm que sentir atraídas.
ResponderEliminarVamos a isso Sr. PM.
VCA
Olá Victor!
EliminarE quem melhor que os deputados estacionados em Bruxelas, para ajudar a atrair investimento para Portugal? Mas os impostos têm de ser atractivos; não é verdade? Assim criar-se-ão novas empresas que empregarão os desempregados, este pagarão imposto, e o estado verá os seus cofres com mais fundos, que poderão ser utilizados para balançar as contas do estado, e amortizar a nossa dívida sem grandes pressões.
Obrigada, mais uma vez, pelo seu comentário
Olá Lenny,
ResponderEliminarOs trabalhadores independentes estão sempre na mira da injustiça (apesar de já lhes terem conferidos alguns direitos mais dignos que antes não tinham).
Quanto ao colocar os patrões no mesmo nível que os trabalhadores: isto seria verdade se os patrões Portugueses admitissem que os seus empregados são o Capital da empresa e não um peso que arrasta tudo e todos.
Fizeste bem analisar as palavras do Premier Passos Coelho - o que mais me choca é que muitos dos comentadores Lusitanos não fizeram esta análise. Simplesmente contentaram-se com o óbvio.
Sim, também sou da opinião de que um comunicado ao Povo Português, a explicar tudo como deve de ser (sem ser interrompido por jornalistas que só querem saber se irão pagar mais imposto ou não; que enfim, só ali estão para cuidar dos seus interesses político-pessoais) teria tido muito mais impacto.
Os assessores dos políticos Portugueses ainda não entraram bem no século XXI.
"O bloco de esquerda; frequentado pelos ditos “gauche caviar”; é um partido boutique, e os seus membros só estão na política porque foram incapazes de arranjar outro hobby."
LOL LOL LOL é isso mesmo. "Partido boutique" LOL amei!
Bem dito; bem dito e bem dito...Senhora Dona Lenny!
Beijocas
Olá, Max!
EliminarÀs vezes, o que arruina as sociedades, é a falta de entendimento. Por exemplo, falta o senso de ética-social, aos patrões; estes não valorizam o suor dos que os ajudam a concretizar o seu sonho, a elevar o bom nome das suas famílias e a perpetuà-lo no grupo dos grandes manufactores.
Aos trabalhadores falta-lhes a noção de missão i.e. vão trabalhar como se fossem para as galés; não se sentem como parte de uma sinergia, nem tão pouco como uma força motriz que faz o país progredir e prosperar.
Como diria um amigo meu: Domage...!
Xi-coração, girl!
Bjcas
"Taxar cascos de recreação marítima, carripanas, avionetas e poupanças" ahahahahahaha...sim, quantos ricos é que há em Portugal? De verdade? Às vezes penso que os governos Portugueses vivem numa esquizofrenia positiva (como diria a Max Coutinho).
ResponderEliminarUm dos papeis do governo deveria ser controlar o preço dos bens essenciais (pão, arroz, massas, leite, fruta, vegetais, batata etc) mas, em Portugal, até estes parecem estar sujeitos à especulação...não admira que o povo esteja irado.
Mas a oposição Portuguesa é a mais vergonhosa de todas: fingem-se pró-sociais, pró-povo, e no fim são eles a dar um chuto no rabo do povo. Não sei se este sabe que paga o salário dos políticos que tratam o parlamento como um Clube de Lazer...
Adorei este post, Lenny. Continua, pá! Toda a gente sabe que sou fã da Max, mas agora sou tua também!
Abaixo a ideologia, Viva Portugal!
Hey, Ana!
EliminarObrigada por, teres comparecido, mais uma vez.
Sabes, quando preciso de um "banho de política", sintonizo o canal AR, e eis que sem dar por isso estou na BBC, ou na CNN, ou France24, e ainda chego ao cúmulo de estar a abanar a cabeça ao som da piroseira na TVGalícia; para não ouvir, os rapazes e as raparigas aos gritos, naquele pórtico,
Max, tenho vindo aqui, leio, e não sei o que dizer. Queria que soubesses que estou atenta a cada poste seu, e vou me indignando junto, se é que isso serve para alguma coisa.
ResponderEliminarBeijos, querida!
Oi CB :D!
EliminarEmbora este não seja um post da minha autoria, agradeço o teu comentário.
Obrigada pelas tuas visitas e por continuares a ler os artigos aqui publicados :D.
Beijoosss, querida!
Pois sim, só depois vi meu equívoco, peço desculpas a ti e a Lenny.
ResponderEliminar;)
Não é grave, volta sempre.
EliminarBjcas