Quando o amor acaba, poderá ele ser reintegrado?
Para responder a esta questão, teremos de aprofundar o amor
e, depois questionarmo-nos se alguma vez ele poderá acabar.
Segundo a Antiga Grécia, o amor expressava-se das seguintes
formas:
Agape: amor puro, ideal, sem concupiscência. Para os
que gostam de literatura; lembrem-se das cantigas de amor (em que o cavalheiro
se dirige à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O fiel vassalo
está ao dispôr da sua senhora e transforma esse amor num objeto de sonho,
distante, impossível).
Eros: amor
apaixonado, sensual; concupiscente. Quando aliado à contemplação, passa à admiração
pela beleza. Também se diz que Eros ajuda a reconhecer a beleza e contribui
para a compreensão da Verdade Espiritual (i.e. o acto sexual, de tão sagrado,
leva-nos a compreender a Verdade Espiritual, talvez pela da sua força
procriadora).
Philia:
amor virtuoso que inclui lealdade aos amigos, família e comunidade. Para que
tenha um verdadeiro efeito necessita de virtude, igualdade e familiaridade. A
motivação por detrás desta forma de amor é a praticidade (i.e. um ou ambas as
partes beneficiam com o relacionamento).
Storge:
amor dos pais pelos filhos.
Xenia: amor
expressado através da hospitalidade.
Posto isto, o amor nunca acaba (já que,
diariamente, é expresso de várias maneiras); o que acontece é que muda de
forma; por exemplo:
- Um casal pode-se apaixonar e, por mais
que construa uma vida/ história em comum (iludindo-se que Eros se manifestou um dia), o seu
amor não passou de Agape – de uma
interessante cantiga de amor, sem aquele fogo sexual.
- Um casal pode ter um desejo
intenso um pelo outro e, apesar de nunca construirem um história/vida
juntos (i.e. não fazerem uso de Agape,
Philia ou Storge), quando se
juntam compreendem o universo e a verdade da existência. Este casal viveu
o amor sob a forma de Eros.
- Um casal começa por sentir Agape. Com o passar do tempo e com
a convivência, Eros começa a
atacá-los. Possuem uma vida social optimizada com amigos leais, uma
família próxima e involvem-se na comunidade; Philia desempenha um papel importante no campo das suas
emoções. Têm uma penca de filhos (a vera expressão do seu Agape, Eros, Philia) e o seu amor
por eles toma a forma de Storge.
Participam em programas de intercâmbio cultural e recebem convidados estrangeiros
na sua casa; permitindo que Xenia
se expresse.
E estes são só alguns exemplos; por certo vós
tereis muitos outros. Mas a questão é que o amor é como a água: não se parte,
somente muda de forma conforme o recipiente no qual é vertido. O amor não se
desintegra; e como tal não pode ser reintegrado.
Então, se não é o amor que chegou ou fim, qual
é o virus que assola muitos relacionamentos? O Egoísmo.
“Egoísmo não é viver como
queremos; mas é pedir aos outros que vivam da mesma maneira que queremos viver”
- Oscar Wilde
Para a leitura de outras magníficas participações desta Blogagem Colectiva, é favor clicar Aqui.
Gostei da sua participação. Eu também sou da opinião que o amor nunca acaba, que se vai renovando todos os dias e toma várias feições ao longo da vida. Se não acreditasse nisso estaria casada 45 anos? Decerto que não.
ResponderEliminarUm abraço e um bom domingo
gostei de todas as definições do amor e por dizer sobre o maldito virus que estraga tudo. A frase do Oscar Wilde resumiu tudo perfeitamente.
ResponderEliminarOi Max,
ResponderEliminarbacana as definições do amor que você citou,destas citadas só conhecia três,rs.
E concordo que o amor muda de forma com o passar do tempo e muitos dos relacionamentos que acabam estão repletos de egoísmo,de querer que o outro seja o que não é.
Uma ótima semana,abraço,=)
Max, gostei das suas definições de amor. Tb estou participando desta blogagem.
ResponderEliminarBig Beijos
Caríssima, estamos em sincronia!! Também acho que o egoísmo mata qualquer forma de amor e, não conhecia essa frase de Oscar Wilde. Veja um trecho do que escrevi na minha postagem de participação: "Podemos afirmar que quem ama egoisticamente não está amando, pois não está doando esse sentimento latente. O amor-próprio é tão grande que não quer ser dividido?".
ResponderEliminarEstou citando o trecho, pois não sei se terá disponibilidade de interromper suas férias para ler as participações. Mas deveria! A blogagem está de deixar saudades... beijus,
O amor tem mesmo muitas formas, e assim, vai se transformando.
ResponderEliminarHá quem diga que ele se acaba,
Há quem diga que na verdade, se acabou, é porque nunca existiu.
Há quem, no egoismo da manipulação, nao perceba nem uma coisa nem outra. Viva somente o amor proprio.
Muito bacana sua postagem.
Um abraço
Adorei Max!
ResponderEliminarO fechamento está brilhante:
«o amor é como a água: não se parte, somente muda de forma conforme o recipiente no qual é vertido. O amor não se desintegra; e como tal não pode ser reintegrado. Qual é o virus? O Egoismo.»
Grata por estar conosco nesta coletiva. Foi muito gratificante o compartilhar de perspectivas.
Abraço além-mar.
Rute
É bem isto. O amor que sentimos, que temos continua a existir em nós, ainda que, o relacionamento seja complicado, e que tenha que por fim. O amor continua em sua exuberância de formas!
ResponderEliminarEsses muitos amores que sentimos em determinadas fases de nossa vida ou por pessoas diferentes...continuará sempre sendo o amor.Nos tornamos egoístas quando não conseguimos dar espaço para os demais.Infelizmente isso acontece em algumas fases da vida, mas mais adiante percebemos que não era amor.
ResponderEliminarPaz e bem
O egoísmo é uma praga que assola no universo e causa tantos males.Bela participação.
ResponderEliminarAcho que ele se reintegra quando quebra um ciclo vicioso, quando atinge uma oitava maior.
ResponderEliminarBeijos,
Olá,
ResponderEliminar"UMA GOTA DE ORVALHO NA BORDA DO CÂNTARO"
Extremamente cansada mas reintegrada... cheguei hoje da Missão...
Sou-lhe grata e a Deus por ter dado tudo certo.
Obrigado por termos chegado ao fim da BCAP.
AMAR O OUTRO É RENUNCIAR POSSUÍ-LO, MESMO MORTO".
Abraços fraternos de paz
Max, mas que artigo bonito. Não conhecia e embora prefira as peças mais políticas, fiquei sensibilizada com o final "Mas a questão é que o amor é como a água: não se parte, somente muda de forma conforme o recipiente no qual é vertido. O amor não se desintegra; e como tal não pode ser reintegrado." muito bonito!
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