Nú Feminino morta por detrás de Eugéne Delacroix |
O debate acerca do papel das mulheres na sociedade foi quente no Inverno
passado.
Nos Estados Unidos, o então candidato às Presidenciais, Rick Santorum,
sugeriu que as mulheres que mantinham uma carreira fora de casa eram pioresmães do que aquelas que ficavam em casa. Esta afirmação causou um burburinho,
como se o Sr. Santorum não tivesse o direito de expressar a sua opinião pessoal
acerca da matéria (independentemente do quão absurda possa ser).
Em Portugal, o recém-nomeado Cardeal Dom Manuel Monteiro de Castro disse
que o principal papel da mulher é criar os seus filhos, e por essa razão, as
mulheres deveriam passar a maior parte do seu tempo em casa. Mais uma vez, esta
afirmação fez com que alguns católicos levantassem o sobrolho e, acusassem o
Cardeal de querer reduzir o estatuto da mulher.
Esta discussão tem estado em voga, um pouco por todo o mundo; por isso,
pergunto: o que é que se passa; os homens estão cansados das mulheres de
carreira?
As mulheres desempenham vários papeis: reprodução, educação, orientação,
mediação, organização, distração, entretenimento, planeamento, implementação,
controle, treino, orientação, combate, cozinha, ensino, espiritualidade etc
etc. As mulheres possuem imensos talentos e, é uma pena quando certas
sociedades não aproveitam a disponibilidade feminina para utilizar o seu
potencial em prol do bem-comum (está provado que as sociedades em que o
estatuto das mulheres é alto são as mais desenvolvidas, em todos os níveis).
Mas divago…
Os homens estão cansados das mulheres de carreira? Não penso que o estejam.
O problema reside no facto de o aumento constante de mulheres no mercado de
trabalho, ainda que extremamente positivo, tem sido prejudicial para os valores
familiares e, principalmente, para a estabilidade emocional das crianças. Alguns
estudos sugerem que as crianças, cuja mãe/avó/tia esteja em casa com elas, são
mais bem sucedidas academicamente, e menos violentas, do que aquelas que não
beneficiam de tal presença em casa.
De modo nenhum estes factos são um ataque ao Feminismo (nem à emancipação
das Mulheres), são somente uma evidência apoiada pelo apodrecimento comportamental
da sociedade hodierna.
As pessoas poderiam dizer que este texto defende o ponto de vista
conservador ou religioso (se bem que ainda estou para explorar a opinião de que
ser conservador é automaticamente o mesmo que ser religioso e vice-versa),
sujeito a preconceitos; mas também poderíamos indicar outras tantas opiniões
como sendo igualmente tendenciosas. Por exemplo, uma Socióloga da Universidade
de Nova Iorque (Paula England) sugeriu que “As
mães com um curso universitário terão mais tendência a trabalhar fora de casa
e, a voltar para o trabalho um ano após ter dado à luz. Elas também têm
propensão para terem menos filhos que as suas contrapartes menos instruídas”
quando isto simplesmente não é universal: primeiro, muitas mães com curso
superior, devido à quantidade de informação adquirida, estão mais inclinadas a
ficar em casa até aos seus filhos terem 10 e até 14 anos, antes de voltarem a trabalhar
fora de casa; segundo, não é incomum, nos EUA, ver mulheres instruídas com mais
de 3 filhos; nas comunidades Judaicas (à volta do mundo, mas especialmente em
Israel) é muito comum as mulheres com curso terem mais de 7 filhos; enquanto
que as mulheres menos instruídas (principalmente porque trabalham muitas horas,
e muitas das vezes em condições precárias) tendem a ter somente entre 1 a 3
filhos. Por isso, quem é a audiência-alvo da Senhorita England?
O Papel da Mulher, no século XXI, é um campo tão complexo quanto a mente
feminina; que não pode ser abordado de forma linear nem ser debatido com um
cocktail de emoções negativas. Não obstante, de uma coisa poderemos estar
certos: o Papel das Mulheres, nas sociedades livres, é uma questão de escolha
pessoal.
Não acho que os homens estejam cansados das mulheres de carreira, muito pelo contrário! Eles agora dividem responsabilidades e até relaxam mais. A expectativa de vida do homem aumentou e da mulher diminuiu, como também o risco de morte por problemas de saúde que antes era inerente ao homem. O homem moderno está usufruindo de todo esse avanço feminino, pois já não tem mais medo de demonstrar suas fraquezas como também seu lado feminino, se cuidando mais e exercendo sua vaidade. Os homens arcaicos, se sentem frustrados, pois perderam o fio da meada. Eles ainda esperam a servidão da mulher.
ResponderEliminarUm retrocesso o que o vaticano impetrou no documento da Rio+20, isso só vem confirmar, porque as igrejas católicas estão fechando em todo o mundo.
Não precisamos da força bruta dos homens, para isso agora temos as máquinas. Queremos homens parceiros que caminhem do nosso lado, num melhor entendimento para o bom viver, até mesmo com relação ao que o Vaticano diz do nosso direito reprodutivo em favor dos direitos da vida humana.
Boa semana!! Beijus,
Olá Luma :D!
EliminarAprecio imenso o teu ponto de vista (que em muito complementou o artigo). Confesso que não segui grande coisa relacionada com Rio+20 (a não ser o encontro de 40 presidentes de câmara do mundo para oferecer respostas que o governo não oferece a nível estatal/federal/nacional), pelo que não poderei comentar as acções/sugestões do Vaticano - mas procurarei saber mais tarde.
Muito obrigada, querida, pelo teu super comentário: adorei :D.
Beijos e boa semana!