As Sanções contra o Irão Não estão a Funcionar



“Os países sancionados geralmente criam canais secundários pelos quais recebem víveres, fúel e outros bens. Relatórios afirmam que a economia do Irão está a sofrer os efeitos das pressões levadas a cabo pelo Ocidente, mas a verdade é que o país não necessita de canais secretos para manter o fluxo de bens essenciais. A Rússia, a China e outros mantêm relações comerciais, extremamente públicas, apesar do protesto Americano” (Leonard A. Cole, Homeland Security News Wire – Tradução de Max Coutinho)

As sanções contra o Irão não estão a funcionar: não só não provocaram uma mudança na política Iraniana, como também não levaram à desaceleração do seu programa nuclear.
Tal como disse Leonard Cole, o Irão encontrou maneiras de contornar as sanções ao manter sociedade com a Rússia, China e outras nações; que, na minha opinião, vendem o petróleo Iraniano, como sendo seu; e, que recolhem fundos para os seus projectos mais amados.

De acordo com Ely Karmon, o Irão tem estado a consolidar a estratégia da República Islâmica para África e, para isso o President Ahmadinejad “concordou em prover as nações Africanas com recursos essenciais que facilitem o seu desenvolvimento e progresso”.
Contudo, desenvolvimento e progresso das nações Africanas não é exactamente o que o Irão tem em mente quando cimenta a sua relação com a África subsaariana – aquele procura, antes do mais, financiar o seu programa nuclear (ao adquirir recursos estratégicos, i.e. urânio); por exemplo: o Zimbabué é rico em reservas de urânio, as quais passa ao Irão em troca de fundos; conhecimento tecnológico (através de  técnicos Iranianos, cuja instrução foi recebida na América-Latina [incluíndo o Brasil] com quem o Irão mantém boas relações políticas e comerciais) e o equipamento necessário para extrair o minério de urânio.

O Irão também encontrou maneiras de comercializar a sua produção petrolífera apesar das sanções. Relatórios indicam que este país vende petróleo para a Nigéria mas, não se deveria descartar a hipótese da Nigéria estar a vender petróleo Iraniano como sendo seu; e quem fala da Nigéria, poderá também falar do Iraque e da Arábia Saudita (como parte do canal secundário estabelecido para contornar as medidas de coacção).

Na última década, a ajuda internacional doou mais de $20 mil milhões à Palestina com o objectivo de “combater, neutralizar e prevenir o terrorismo perpetrado pelo grupo Islamista Hamas contra Israel (...); criar um ciclo virtuoso de estabilidade e prosperidade na Cisjordânia que incline os Palestinianos (...) para uma coexistência pacífica com Israel e que os prepare para a auto-governação; e suprir necessidades humanitárias e prevenir o prolongamento da desestabilização, em particular na Faixa de Gaza”. Estes objectivos não foram, de modo algum, atingidos.
No dia 27 de Abril/2011; a Fatah e o Hamas assinaram um acordo de unidade. No dia 23 de Janeiro/2012; os EUA e a UE endureceram as sanções contra o Irão ao bloquear o seu acesso ao sistema financeiro mundial. No dia 12 de Fevereiro, o Hamas visitou o Irão e a Fatah visitou o Qatar. No dia 28 de Fevereiro, o Hamas muda a sua sede para o Qatar. Do dia 2 de Março ao dia 29 (do mesmo), Gaza lançou mais de 300 foguetes Grad, foguetes qassammorteiros contra Israel. Entretanto, no dia 20 de Março, a Fatah (como táctica de desinformação) denúncia o Irão por ter pago ao Hamas para bloquear o acordo de unidade (de forma a mostrar o seu distanciamento da República Islâmica). No dia 22 de Março, a Fatah implora aos dadores internacionais que “canalizem os fundos prometidos imediatamente”. [N.B: do dia 13 de Fevereiro ao dia 19 de Março, enquanto tudo o acima descrito ocorria, ataques terroristas com o sêlo Iraniano foram perpetrados na Índia, Georgia, Tailândia e France (Toulouse)]
Não há coincidências e, como tal, a concatenação destes eventos parecem sugerir que a Fatah tem estado todo este tempo na cama com (o Hamas e) o Irão; e que os dadores internacionais, através da Palestina, têm estado (e estão ainda) a financiar o terrorismo Iraniano, ou até mesmo a contribuir para o incremento do seu programa nuclear.

As sanções não estão a bloquear as ambições Iranianas; e, uma declaração de guerra é exactamente o que o Irão deseja. Por isso, quais são as opções que restam?

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