Meu, minha, teu, tua, dele, dela, nosso, nossa, vosso, vossa, deles...
Até onde é que realmente possuímos o quer que seja?
Podemos dizer “a minha mãe” mas se tivermos irmãos o elemento possessivo altera-se para “nossa mãe” uma vez que ela deixa de ser “minha” para ser “nossa” – deixamos de ter o exclusivo. Não obstante nenhum de nós a “possui” de verdade, uma vez que ela é a filha, a irmã, a prima, amiga, mulher, amor secreto de alguém etc...e por sua vez esse alguém também não a possui.
O mesmo pode ser dito dos pais, e dada a sua capacidade para espalhar a sua semente, muitas vezes torna-se ainda mais difícil reclamar qualquer sorte de possessão no que lhe toca.
Nalguns casos diz-se “meu marido/minha mulher” mas na verdade esta possessão revela-se falsa em caso de bigamia ou adultério, uma vez que a pessoa partilha “seu marido/sua mulher” com outro alguém; obliterando, deste modo, o conceito de possessão e de exclusividade. Mas então poder-se-á perguntar “E se não ocorrer bigamia nem adultério?” nesse caso teria de oferecer duas hipóteses:
1- A primeira teoria seria aplicável (marido/mulher serem filho/filha, irmão/irmã etc de alguém)
2- Marido/mulher é objecto dos sentimentos secretos de alguém. Por vezes, a pseudo-possessão levada a cabo pelo pensamento é mais duradoira que aquela executada fisicamente ou, através da lei.
A palavra “possessão” não só quer significar “lograr de” (e possuir) algo como também ter absoluto controle sobre o objecto. Ao usarmos os pronomes, e adjectivos, ilusoriamente concedemo-nos um sentido de controle que, na verdade, não possuimos.
“Minha casa”...será? Se um incidente financeiro ocorrer, perdêmo-la; se a Mãe Natureza “decide” expressar a sua fúria, perdêmo-la...se se der uma tragédia familiar, os elementos possessivos cambiarão.
A possessão é praticamente efémera...
Só há uma Entidade que realmente possui toda e qualquer coisa; o Único que detém o poder absoluto sobre todas as coisas e todos nós – Ele.
“Meu corpo”...não exactamente. Fizemos um leasing às conchas nas quais encarnamos, mas na verdade não as possuimos; porque quando Ele assim o decide adoecemos (contra a nossa vontade), perecemos (muitas vezes contrariando a nossa vontade, ainda que saibamos que faça parte da existência) e, deixamos o templo carnal a leasing para que o processo evolutivo prossiga.
Parece que já vos vejo a dizer “Que absurdo! Tenho mãe, pai, uma família...é real. Que estás para aí a dizer?” e talvez eu esteja mesmo a ser demasiado audaciosa aqui, contudo permite-me a acrescentar um último pensamento:
Ter mãe, irmã, marido, mulher; enfim, uma família é ter o sentido de pertença o que é muito diferente do sentido de possessão.
A nossa linguagem (através do constante uso dos elementos gramaticais de possessão) encoraja-nos à obsessão pela possessão, não obstante não possuimos o quer que seja num sentido absoluto...
Até onde é que realmente possuímos o quer que seja?
Podemos dizer “a minha mãe” mas se tivermos irmãos o elemento possessivo altera-se para “nossa mãe” uma vez que ela deixa de ser “minha” para ser “nossa” – deixamos de ter o exclusivo. Não obstante nenhum de nós a “possui” de verdade, uma vez que ela é a filha, a irmã, a prima, amiga, mulher, amor secreto de alguém etc...e por sua vez esse alguém também não a possui.
O mesmo pode ser dito dos pais, e dada a sua capacidade para espalhar a sua semente, muitas vezes torna-se ainda mais difícil reclamar qualquer sorte de possessão no que lhe toca.
Nalguns casos diz-se “meu marido/minha mulher” mas na verdade esta possessão revela-se falsa em caso de bigamia ou adultério, uma vez que a pessoa partilha “seu marido/sua mulher” com outro alguém; obliterando, deste modo, o conceito de possessão e de exclusividade. Mas então poder-se-á perguntar “E se não ocorrer bigamia nem adultério?” nesse caso teria de oferecer duas hipóteses:
1- A primeira teoria seria aplicável (marido/mulher serem filho/filha, irmão/irmã etc de alguém)
2- Marido/mulher é objecto dos sentimentos secretos de alguém. Por vezes, a pseudo-possessão levada a cabo pelo pensamento é mais duradoira que aquela executada fisicamente ou, através da lei.
A palavra “possessão” não só quer significar “lograr de” (e possuir) algo como também ter absoluto controle sobre o objecto. Ao usarmos os pronomes, e adjectivos, ilusoriamente concedemo-nos um sentido de controle que, na verdade, não possuimos.
“Minha casa”...será? Se um incidente financeiro ocorrer, perdêmo-la; se a Mãe Natureza “decide” expressar a sua fúria, perdêmo-la...se se der uma tragédia familiar, os elementos possessivos cambiarão.
A possessão é praticamente efémera...
Só há uma Entidade que realmente possui toda e qualquer coisa; o Único que detém o poder absoluto sobre todas as coisas e todos nós – Ele.
“Meu corpo”...não exactamente. Fizemos um leasing às conchas nas quais encarnamos, mas na verdade não as possuimos; porque quando Ele assim o decide adoecemos (contra a nossa vontade), perecemos (muitas vezes contrariando a nossa vontade, ainda que saibamos que faça parte da existência) e, deixamos o templo carnal a leasing para que o processo evolutivo prossiga.
Parece que já vos vejo a dizer “Que absurdo! Tenho mãe, pai, uma família...é real. Que estás para aí a dizer?” e talvez eu esteja mesmo a ser demasiado audaciosa aqui, contudo permite-me a acrescentar um último pensamento:
Ter mãe, irmã, marido, mulher; enfim, uma família é ter o sentido de pertença o que é muito diferente do sentido de possessão.
A nossa linguagem (através do constante uso dos elementos gramaticais de possessão) encoraja-nos à obsessão pela possessão, não obstante não possuimos o quer que seja num sentido absoluto...
Imagem: Paranoic Astral Imange de Salvador Dalí
MAX!!! Pensando assim, nem posso dizer "minha vida" pois ela nem é minha, se a compartilho ou mesmo porque ela não é eterna. Mas veja, é reconfortante pensarmos que temos o domínio e poder dividí-lo. Um casal deveria dizer "nossa vida"? Isto também não recai ter a possessão sobre o outro? ;) Beijus
ResponderEliminarOI Max
ResponderEliminarMinha amiga LOL, tá vendo já estou errando, ou melhor amiga, vou te contar tenho um certo problema com isso, dividir as pessoas que amo é tão difícil... bom pelo menos mãe não preciso dividir, já que sou filha única LOL
Mas tem razão o único que possui tudo e todos é Deus e mesmo assim na sua infinita sabedoria nos deu liberdade, mas sabe somos muito pequenos no momento que temos sentimentos de participação só em nosso pequeno circulo familiar ou de amigos, deveriamos ter esse sentimento de pertencer a todos os lugares onde tivesse outro ser humano, afinal não somos irmãos? Eu hoje mesmo estava comentando sobre isso, que no "paraíso" gostaria que fosse assim... poder falar e me relacionar com todos com imenso amor, sabe... como se fosse possível por exemplo aqui andando nas ruas parar e conversar com qualquer um, abraçar, sentir esse sentimento de fazer parte, tomara que seja assim...
beijos
Max, as vezes nem sei a quem pertenço ou o que. ;o)
ResponderEliminarMas o homem adora uma possessão, especialmente na política... O poder fascina!
BEIJOS!!!
Oi Luma,
ResponderEliminarMas é exactamente esse o pensamento: a nossa vida não é nossa, é do criador. Imagina a mudança de comportamentos se todos pensassem desta maneira...a vaidade deixaria de existir lol.
"nossa vida" um casal poderia dizê-lo...mas também não seria verdade pois ele não controla a sua vida - possessão resume-se ao controlo, e ninguém controla ninguém, nem nada.
Fantástico comentário, Luma: muito obrigada :D!
Beijos
Oi Adriana,
ResponderEliminarLOL Não, não estás a errar: segundo uma amiga, este teu "minha amiga" pode ser dito como prova de afecto, de ligação e não de possessão :D!
Tens razão, somo irmãos!
Ah, minha linda...aposto que no paraíso é assim mesmo...sem rivalidades, sem antipatias, desconfianças...o amor abunda!
Adriana, obrigadão por teres trazido outra perspectiva à arena :D!
Beijos
Oi Cidão!
ResponderEliminarLOL mas o Criador sabe, é tudo o que importa :D!
LOL é verdade, o homem e a política têm uma relação estranha, ávida...né?
Gato Cid, obrigada pelo teu contributo :D!
Beijos