Nascemos...abrimos os olhos e vemos uma mulher carinhosa que nos alimenta, dá-nos banho, veste-nos...ama-nos – é a mãe. Depois vemos um homem que olha para a mãe com olhos de luxúria, mas que também nos ama – é o pai. Eles educam-nos e...mais tarde, decidem aumentar a família...trazendo para o meio da mesma um ser mais novo que irá alterar a nossa harmonia para sempre.
Ou
Nascemos...abrimos os olhos e vemos uma mulher carinhosa alimentando-nos, dando-nos banho, vestindo-nos...amando-nos – mãe. A seguir vemos um homem que olha para a mãe com olhos concupiscentes, mas que igualmente nos ama – pai. Depois olhamos em volta e apercebemo-nos da presença de um bando de criaturas (ou criatura, dependendo) a quem juramos transformar-lhes a vida num verdadeiro inferno para o resto da sua existência.
Muitos relacionamentos entre irmãos azedam por esta ou aquela razão, o que é muito triste. Este artigo pretende discutir a seguinte questão:
Será ético virar as costas a um irmão quando ele mais precisa?
A minha resposta é um redondo “Não”. Mas, por favor, sente-te à vontade para discordar.
Irmãos e irmãs partilham o mesmo sange e ADN, o que implica uma grande responsabilidade. Não é por acaso que irmãos nascem na mesma família (tenho a certeza que muitos já se perguntaram “mas por que é que tive X por irmão/irmã em vez do meu/minha amigo(a) Y?”), é por que Deus decidiu que esse grupo de irmãos tinha uma função especial a desempenhar dentro da família, fosse fazer os seus pais rir (ou chorar – porque até nisto há um propósito), cuidar deles; cuidar do irmão/irmã mais frágil; ser o anjo uns dos outros (em diversas ocasiões), experienciar o que significa ter responsabilidades etc, etc...
Mas o que fazer quando um irmão aprontou tanto que nem consegues mais olhar para a cara dele; que já nem consegues estar por perto dele? A resposta mais ética é: pôr de lado a tua dôr; a tua mesquinhez; os teu rancores e estar lá pelo teu mano independentemente do que ele tenha feito; por que afinal trata-se do teu próprio sangue.
Já para não falar do facto de que ao negligenciares o teu irmão estarás a negligenciar os teus pais (cujo papel é a extensão do papel de Deus como Pai), o que por sua vez é o mesmo que virar as costas ao Criador.
Os irmãos podem ser irritantes, abusadores; desconsiderados, esquecidos, um embaraço; drogados, delatores; podem até ter sérios problemas psicológicos; traumas kármicos, podem até nem te conhecer por inteiro...não obstante são o teu sangue, a tua responsabilidade, a tua identidade.
Saint Esupéry disse que somos responsáveis por aqueles que captivamos. Ora, se estamos dispostos a entregarmo-nos a estranhos (i.e. extra-familia), estar lá para os apoiar e sermos responsáveis por eles...porque não elevarmo-nos, fazer prova da nossa humanidade e estar presente pelo nosso próprio sangue?
Imagem: Filósofo a Meditar de Rembrandt
Isso é complicado...A princípio, é claro que não se deve virar as costas mas existem situações que acontecem numa família que não tem como explicar. Não tenho irmãos, mas acredito em responsabilidades, limites e ética. Mas a família hoje em dia está muito desestruturada.
ResponderEliminarBeijos!!!
Oi Gato :D!
ResponderEliminar"Isso é complicado...A princípio, é claro que não se deve virar as costas mas existem situações que acontecem numa família que não tem como explicar." - isso também é verdade; mas o que fazer? Agir eticamente ou não, eis a questão!
"Não tenho irmãos, mas acredito em responsabilidades, limites e ética." - bons valores, Cidão :D!
"Mas a família hoje em dia está muito desestruturada." - o que é uma tristeza! :(
Cidão, meu gato, obrigada pelo teu comentário :D! É sempre um prazer ouvir a tua opinião!
Beijos
Te convidei para um meme!!!
ResponderEliminarBeijos!!!
Oi Gato!
ResponderEliminarObrigadão! Vou até ao teu blog!!!
Beijos
OI
ResponderEliminarEsse é um tema muito sério, tenho visto e discutido muito sobre isso, o que tenho visto infelizmente não são as melhores atitudes entre irmãos, "virar as costas" não se vira nem a um animal, não devemos virar nem a uma pessoa que nos fez mal, mais que tem irmão por aí que pede isso...
Vejo irmãos destruirem uma familia se colocando uns contra os outros fazendo de seus principais objetivos a competição de bens e atenção.
Mas sabe o que eu realmente acho? que a culpa dessas atitudes são dos pais, por tratarem as vezes os irmão diferenciadamente ou desproporcionalmente a uma situação, seria falta de tato, de sabedoria no ato de educar.
Acho que parentes de sangue são importantes, mas o sangue não deve vir como uma razão para uma atitude de forma irracional.
Tem muitas pessoas que não possuem laços de sanguem e tratam as outras com mais carinho e respeito do que muitos irmãos.
Então tudo vai depender da situação.
beijinhos Max
Oi Adriana!
ResponderEliminar"Esse é um tema muito sério, tenho visto e discutido muito sobre isso, o que tenho visto infelizmente não são as melhores atitudes entre irmãos, "virar as costas" não se vira nem a um animal, não devemos virar nem a uma pessoa que nos fez mal, mais que tem irmão por aí que pede isso..." - concordo contigo em género, número e grau!
"Vejo irmãos destruirem uma familia se colocando uns contra os outros fazendo de seus principais objetivos a competição de bens e atenção." - é...também já testemunhei isto, e é a coisa mais triste à qual já assisti *aceno de cabeça*! Parece que as pessoas nunca crescem...
"Mas sabe o que eu realmente acho? que a culpa dessas atitudes são dos pais, por tratarem as vezes os irmão diferenciadamente ou desproporcionalmente a uma situação, seria falta de tato, de sabedoria no ato de educar." - é verdade...e às vezes o irmão "mais beneficiado" é o que vê como vítima e o mais desordeiro (talvez devido a excesso de atenção, quem sabe)...claro que falo sob a perspectiva de irmã e filha; só quando for mãe é que poderei avaliar a situação sob outro prisma (espero não cometer este tipo de erro)...
"Acho que parentes de sangue são importantes, mas o sangue não deve vir como uma razão para uma atitude de forma irracional." - amén!
"Tem muitas pessoas que não possuem laços de sanguem e tratam as outras com mais carinho e respeito do que muitos irmãos." - é verdade, é muito verdade....
Adriana, minha linda; muito obrigada por este comentário tão fantástico; amei :D!
Beijos
Olha, Max, este é mesmo um tema complexo e envolvente, mas não me sinto preparado para discuti-lo. Não que eu tenha sofrido algo com meus irmãos que me deixou de coração duro, mas exatamente o contrário, nunca passei por algo assim na família que trouxesse o ódio ou ressentimento.
ResponderEliminarDe todo modo, concordo que deva haver um maior diálogo e tentativa de acerto de contas para que tudo seja esclarecido e aqueles que foram feridos de alguma maneira possam se reconciliar, perdoar e conviver juntos novamente, como membros que são de uma mesma família.
Só a título de ilustração: quando minha mãe casou-se com meu pai, ele já tinha sido casado e tinha três filhos do casamento anterior. Não era um pai fácil, o que fez com que uma irmã fugisse de casa. Mas tudo isso só fui entender já quando minha mãe abandonou meu pai. Eu tinha cerca de 15 anos e sentia um vazio enorme pela falta dela, ficava imaginando onde ela poderia estar, como estaria, enfim, se estaria viva, passando fome, frio. Acho que só fiquei totalmente tranqüilo quando tivemos notícias dela e voltamos a manter contato.
Bom, desculpe pelo relato choroso, mas era só para que pudesse entender que havia uma certa ligação aqui dentro do meu íntimo com minha irmã. Algo que, apesar de não me considerar religioso ou algo parecido, posso chamar de amor, solidariedade, fraternidade ou uma necessidade que é latente. :-)
Bom final de semana!
Beijos! :-)
Juca
Oi Juca, meu lindo!
ResponderEliminar"Olha, Max, este é mesmo um tema complexo e envolvente, mas não me sinto preparado para discuti-lo. Não que eu tenha sofrido algo com meus irmãos que me deixou de coração duro, mas exatamente o contrário, nunca passei por algo assim na família que trouxesse o ódio ou ressentimento." - compreendo!
"De todo modo, concordo que deva haver um maior diálogo e tentativa de acerto de contas para que tudo seja esclarecido e aqueles que foram feridos de alguma maneira possam se reconciliar, perdoar e conviver juntos novamente, como membros que são de uma mesma família." - isso...
"Bom, desculpe pelo relato choroso, mas era só para que pudesse entender que havia uma certa ligação aqui dentro do meu íntimo com minha irmã." -não, não peças desculpa! Eu até agradeço por teres partilhado algo de tão intímo comigo! Parece-me que tu e a tua mana tenham uma relação muito bonita...:)
"Algo que, apesar de não me considerar religioso ou algo parecido, posso chamar de amor, solidariedade, fraternidade ou uma necessidade que é latente. :-)" - amén, meu lindo; amén!
Juquinha, obrigada por este comentário lindo...amei muito :D!
Beijos