Coreia do Norte: Proxy e Laboratório Nuclear Iranianos

Bandeira da Coreia do Norte

A Coreia do Norte (CN/RPDC), há já algum tempo, tem vindo a exibir um comportamento aparentemente errático, que geralmente repele a atenção dos media (a não ser quando uma ameaça directa é verbalizada). Não obstante, a falta de atenção mediática tem vindo a servir bem os propósitos dos adversários do Ocidente.
Indo directo ao assunto: a Coreia do Norte é um proxy e um laboratório de testes.

Coreia do Norte como Proxy
Muitos dizem que a RPDC é um proxy chinês contra a Coreia do Sul e o Japão - o que faz sentido já que a China tem assuntos por resolver com esses dois países asiáticos, que ao mesmo tempo são aliados próximos dos EUA. Posto isto, se a China por alguma razão nacionalista precisar de causar tensões com qualquer um destes seus vizinhos, ou mesmo com a primeira potência mundial, pedirá à RPDC para provocar - seja por meio de acções ou palavras - os países mencionados (algo que a RPDC estará mais que disposta a fazer em troca de alimentos, trocas comerciais e aliança política).
Outros dizem que a Coreia do Norte é um proxy da Rússia contra os EUA - apesar de fazer mais sentido dizer que a CN é um peão russo (i.e. quando a Rússia precisa de desviar as atenções dos EUA, da China e de outras nações asiáticas, dos seus assuntos [domésticos ou estrangeiros) utiliza a CN como distracção; um papel que a Coreia do Norte estará mais que disposta a desempenhar em troca de cooperação militar [cooperação essa que contribui para o seu programa de misséis]; em troca de projectos de infraestrutura e de bolsas académicas).
Nós iremos mais longe ao acrescentar que a RPDC é também um proxy iraniano contra os EUA e os seus aliados (se as trocas comerciais de mísseis entre a Coreia do Norte e o Irão estão estimadas em US$2 mil milhões per annum; agora imaginem quanto é que a CN não ganhará com uma cooperação mais alargada). No mês passado, a Coreia do Norte - depois de ter sido alvo de novas sanções - ameaçou os Estados Unidos directamente, dizendo que cidades americanas iriam ser transformadas num "mar de fogo" (N.B: o espírito desta ameaça é extremamente semelhante à recente ameaça emitida pelo Irão "[cidades israelitas] serão arrasadas"); o que espoletou um reforço, por parte dos EUA, do sistema de defesa anti-mísseis na costa americana do Pacífico. Mas qual foi o resultado desta ameaça norte-coreana? A diversão da atenção mundial do programa nuclear iraniano e, do facto do Irão estar a embromar as negociações com o P5+1.

Coreia do Norte como Laboratório de Testes
Enquanto o P5+1 está ocupado a querer corroer o programa iraniano de enriquecimento de urânio; o Irão prossegue com as suas ambições nucleares ao concentrar-se, agora, em armas nucleares à base de plutónio. Os persas precisam que as sanções sejam relaxadas mas também possuem necessidades nucleares (e como o mundo os está a pressionar, eles viraram-se para um velho conhecido que lhe foi apresentado quando ambos eram clientes da Rede Khan).
Em dezembro de 2012, foi reportado que o Irão e a Coreia do Norte mantinham uma cooperação nuclear - Jeffrey Lewis, um perito em proliferação do Monterey Institute of International Studies, sugeriu que antes era a RPDC que dava assistência aos Persas no seu programa nuclear, mas que agora é o Irão quem dá assistência aos norte-coreanos; contudo, depois de termos correlacionado todos os eventos desde dezembro, nós concluímos que a CN ainda está a ajudar o Irão.
Em Fevereiro de 2013, houve relatórios a informar que o cientista nuclear-mor iraniano, Mohsen Fakhrizadeh-Mahabadi, viajou até à Coreia do Norte para observar o teste nuclear (alegadamente de um dispositivo miniaturizado), levado a cabo no dia 12 de fevereiro. É de notar que o senhor Mahabadi é o chefe do programa iraniano de miniaturização (i.e. um programa que tem como intenção miniaturizar uma ogiva nuclear afim de ser inserida num míssil balístico) o que é um enorme sinal de alarme. No final de fevereiro, foi reportada a existência de provas do desenvolvimento de armas nucleares à base de plutónio, por parte de Teerão, em Arak - uma estação de produção de água pesada, activada em janeiro, cujo acesso tem sido negado aos "inspectores da IAEA há 18 meses".
No fim de março de 2013, Teerão anunciou que, dentro de um ano, poderá vir a ter em funcionamento um reactor produtor de plutónio. Na semana passada, Pyongyang anunciou que irá reactivar o seu reactor de plutónio (na sua estação nuclear de Yongbyon). Não há coincidências.

Devidos a todos estes factos, nós acreditamos que a comunidade internacional já se apercebeu de que para se travar o objectivo nuclear do Irão, ter-se-á que lidar também com os seus colaboradores - daí a inclusão de bombardeiros nucleares furtivos nos exercícios militares entre os EUA e a Coreia do Sul.
A América está a enviar um sério sinal à Coreia do Norte, ao Irão e a qualquer outro presumido cúmplice...


Nota do Editor: pedimos desculpa pela proliferação de links em Inglês, mas não foi encontrado material equivalente a este tipo de informação na Língua Portuguesa. 

Comentários

  1. Olá, Max!

    Bret Stevens, um jornalista americano, disse que a Coreia do Norte é um Auschiwzt; por isso a China e a Rússia que já foram países comunistas implacáveis, deveriam ter vergonha de estarem a apoiar aquela criançola obesa que por lá reina.
    Tenho a impressão de que os Americanos estão a contar com a China para que chame à razão, a este maníaco da Coreia do Norte, bem de onde me encontro, aconselho-os a esperar sentados.
    Sou de opinião de que, esse criminoso da Coreia do Norte quer guerra, a América devesse dar-lhe um cheque-mate e, de caminho, libertar aqueles prisioneiros chamados Norte Coreanos.

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    Respostas
    1. Olá Lenny :D!

      Por acaso concordo com Bret Stephens. Se calhar, a Rússia e a China apoiam o pequeno Kim devido a um saudosismo absurdo...ou então, porque a CN lhes faz determinados serviços.

      Os Americanos não devem contar com a China neste aspecto, porque a Secretária de Estado Clinton bem que tentou chamar a China à razão e não conseguiu.
      Não és a única a apoiar um ataque à Coreia do Norte...e sim, os coitados merecem ser libertados. Vamos lá ver se o pequeno Kim nos dá a desculpa que há muito esperávamos.

      Lenny, obrigada pelo teu super comentário :D.

      Beijocas

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