A Morte da Língua Portuguesa: Moçambicanês



Recebi, de uma amiga (autora do Blog: Alunas Salesianas do Instituto João de Deus - Namaacha), um email acerca do Moçambicanês que achei super engraçado. Coloquei-o aqui nesta série, não porque o considere um assassínio à língua Portuguesa (diria antes que se trata de calão influenciado pela África do Sul e, naturalmente, pelos dialectos locais) mas, porque o autor do email original (cujo nome omito) acredita veramente tratar-se de um verdadeiro ataque à Língua de Camões. Nas suas próprias palavras:

"Um dia teremos outro acordo ortográfico para incluir mais algum lixo na língua de Camões!
Já acabámos direCtamente com as consoantes... Nem todas. O Egipto é agora Egito, mas quem o estuda continua a ser egiptólogo! E um nativo de lá continua a ser egípcio!
Os ingleses é que não abdicam do Direct, Act, ou Fact... outro povo...
Esqueceram-se de acabar com o H nas humidades, mas no Brasil já tem umidade na estória.
Falta agora acrescentar “tem bizne com bro“ para completar a parvoíce."

Aqui fica mais uma crítica ao Acordo Ortográfico....
Mas passemos à parte interessante. Senhoras e senhores, apresento-vos um calão interessante:

Dicionário de Moçambicanês  

Apanhar un jon cota: encontrar um conhecido mais velho.
Apreciar as damas: ver as mulheres que passam.
Baygonar: pôr insecticida.
Bikla: bicicleta.
Café batido e bread com jam: café solúvel e pão com doce.
Dar um djiko: dar uma volta.
Deketar: saudação involvendo o bater da mão no amigo.
Djimar: ir ao ginásio.
Djobar até áquela hora das 12: trabalhar até ao meio-dia.
Duchar: tomar duche.
Escura: cerveja preta.
Enjoyar laifa: apreciar a vida.
Ferrar: dormir.
Fotar: tirar fotografias.
Gramar maningue: gostar muito.
Grifar-se: arranjar-se.
Ir à sua trás: seguir alguém.
Ir no serviço: ir trabalhar.

Madrugar: levantar cedo.
Mata-Bichar: tomar pequeno almoço.
Paquerar: seduzir.
Pedir contacto: fazer convite.
Photoshopar: trabalhar as fotos no Photoshop.
Printar: imprimir.
Tachar: comer.
Taipar: escrever no computador.
Tar big: estar musculoso.
T-bone: costeleta.
Tchekar o boisse: ver o patrão.
Vorse: salsicha.

Comentários

  1. Mas bah, guria,
    Realmente a lingua viva, muitas vezes atenta contra a própria lingua...
    Veja esse "mas bah", do qual tanto gosto, traduz em "espantoso ou algo assim..." Pode dizer que gostamos simplesmente, como também que não estamos acreditando...É uma expressão do gauchês, dialeto falado aqui na minha terra. kkk

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  2. Max, há muito tempo não visito seu blog e hoje, ao vir aqui, deparei-me com este artigo que achei bastante interessante. Por sinal, tuitei (já é verbo no Brasil)e deixo aqui uma pequena observação: A língua é viva e Camões é eterno; porém, o anglicismo sempre será presente. :o)

    Um grande abraço,
    Jorge Alberto

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  3. Olá Diler :D!

    Gauchês, é? Amei!

    Amigão, obrigada pelo teu super comentário (que simplesmente adorei)!

    Um abraço

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  4. Olá Jorge Alberto :D!

    Realmente, há muito que não o via por aqui...espero que esteja tudo bem consigo :D.

    Tuitar...acho que já é verbo por toda a Lusofonia lol.
    É verdade, o anglicismo veio para ficar (o que desgosto de todo)!

    Jorge, foi um prazer revê-lo! E obrigada pelo super comentário! :D

    Um abraço

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