As Três Melhores Coisas Políticas: Crise dos Bancos Alemães, Media e Idolatria


A maioria pode não aperceber-se mas, neste momento, a arena política é uma das fontes de entretenimento mais interessantes ao cimo da terra. Ao escrever este artigo estão a ocorrer três melhores coisas políticas que captaram a nossa atenção:

1. Os Bancos Alemães estão mal e podem vir a precisar de um resgate
2. A Media está a lutar a sério para colocar as pessoas “certas” no poder
3. A mentalidade de ovelha e a adoração de ídolos é a nova moda na política.

Mas antes de começar, gostaria de oferecer as minhas condolências à família de Shimon Peres e a Israel: um combatente terminou a sua peregrinação na terra e voltou para casa. Que a paz esteja com a alma de um grande homem judeu. Nem sempre concordei com as suas posições políticas, mas reconheço que havia em Peres a chama humanitária. Z"L


Os Bancos Alemães e o possível resgate

Dois bancos alemães, o Deutsche Bank e o Commerzbank, estão com sérios problemas e se caírem: a zona-euro cai com eles. Logo, os peritos dizem que precisarão de um resgate do governo alemão. Só que há um problema, conforme Alex Brummer explica: as regras da União Europeia impedem que os estados subsidiem as companhias privadas. Para além do mais, mesmo que a chanceler Merkel decidisse resgatar qualquer um dos bancos, ela teria que pedir permissão ao Banco Central Europeu (BCE), o que é irónico quando nos recordamos que a Alemanha fez de tudo para impedir que o BCE resgatasse os bancos gregos e os países europeus do sul.

A Alemanha fazia tanta questão na severidade das regras do Euro que quando o sistema bancário do Chipre teve uma crise, um resgate ficou fora que questão; e o depositantes mais abastados viram “10% do seu dinheiro ser apreendido e utilizado para reconstruir o capital dos bancos”. Por outras palavras: os ricos pagaram as contas da classe média.

Pergunto-me se a Alemanha fará agora o mesmo: será que os alemães mais ricos terão que ser pilhados de 10% dos seus depósitos para reconstituir o capital do Deutsche Bank? Tornar-se-á esta uma tendência na Europa? Parece que já estou a ver os Euro-esquerdistas a terem grandes orgasmos só de pensar nisso.
Mas depois o dilema bancário da Alemanha é certamente prova de que uma Eurozona de tamanho único não funciona – Alex Brummer

A União Europeia arrisca-se a colapsar. As suas políticas não funcionam. Já tínhamos sugerido uma reforma do projecto – i.e. voltar ao espírito inicial da Comunidade Europeia – mas fomos todos ignorados. Tal como Lenny Hannah disse “a UE concentrou-se demasiado nos Direitos Humanos, em vez de se concentrar na criação de emprego” bem, os Direitos Humanos não pagam as contas – a não que se seja da classe da Cherie Blair e da Amal Clooney, claro; mas de qualquer maneira elas também não representam a maioria dos contribuintes.

O que é que o futuro reserva à Zona-Euro? Continuo a sugerir que a UE encontre uma maneira dos Estados-Membros terem autonomia sobre a moeda do Euro (i.e. Juros, política monetária, etc); particularmente agora que o Brexit nos mostrou as vantagens de ter uma moeda nacional – e.g. a Britânia foi capaz de estabilizar o seu sistema financeiro precisamente porque não estava sujeita à Zona-Euro, por isso tinha mais espaço de manobra – ou então enfrentar a morte do Euro de vez (à medida que os países podem preferir voltar às suas moedas antigas).


A Media & Colocação de Poder

Tenho pena do conglomerado de esquerdistas que estão convencidos que controlam a opinião pública. Este conglomerado acredita ter tanto poder que não só molda os corações e as mentes da sua audiência/dos seus leitores, como também induzem-nos a votar no candidato da sua escolha, independentemente do seu historial criminoso e corrupto.

Isto pode ter sido verdade em tempos. Mas agora, graças às redes sociais, a decisão do eleitorado não está mais sujeita ao que vêem ou lêem nas notícias. O conglomerado sedento de Poder não está a acompanhar os tempos – hoje em dia os eleitores são mais informados, pensam por si, e já não se deixam hipnotizar pelas porcarias parciais e fora-de-contexto com que lhes atiram à cara.

A Media está tão mal que, depois do primeiro Debate Presidencial americano, todos repetiram as mesmas “análises”. Todos juraram que a democrata que fugiu mais ao assunto do que falou de medidas políticas, que a candidata democrata que teve uma linguagem corporal horrível (com os sorrisinhos, o sentido de humor falso, a postura de mulherzinha etc), ganhou ao candidato visto como maluco. A verdade é que o candidato Republicano ganhou nos assuntos que mais importavam para o eleitorado americano: a economia, emprego e raça. Ponto final.

Desde quando é que a análise-tamanho-único virou tendência? Desde quando é que a preguiça intelectual se tornou moda?

"As pessoas são ovelhas. A TV é o pastor." - Jess C. Scott


A Mentalidade de Ovelha & Idolatria na Política

Quando o ex-presidente Shimon Peres morreu, alguém chamado Erez Sasha foi citado como tendo dito que “agora há menos esperança para o futuro da paz” - a perda não é desculpa para dizer coisas ridículas. Shimon Peres esteve vivo até aos 93 anos, não houve paz apesar dos seus melhores esforços; e agora que ele desencarnou há menos esperança? Um absurdo. O Presidente Obama também falou do trabalho para a paz do Sr Peres, o Presidente Clinton falou de paz e de sonhos – ambos referindo-se aos acordos de Oslo que trouxeram mais guerra e derramamento de sangue; e outros repetiram mais ou menos as mesmas platitudes. Mas por quem fazem estas pessoas luto: por Shimon Peres, o judeu que lutou pelo seu povo; ou por Shimon Peres, o homem que sujeitou um povo inteiro à ilusão de Oslo do ocidente? Pelo último, supõe-se; por isso, neste momento o Sr Peres é o ídolo do mundo [D**s nos livre].

Há duas semanas, o ídolo do momento foi o Barack Obama. Depois de falar na ONU, as pessoas pegaram nas partes do seu discurso que mais gostaram e citaram-no de Nova Iorque a Espanha. Era comum ouvir-se qualquer político esquerdista atacar o capitalismo e depois dizer “até o Obama disse” (ainda que não tivesse dito tal coisa). O Presidente Português chegou mesmo a dizer “até o Obama reconheceu a importância de Portugal na questão dos refugiados” - por isso se o Obama disse, quer isto dizer que é boa ideia? É obrigatório seguir?

"Se toda a gente pensa do mesmo modo, então alguém não está a pensar." - George S. Patton Jr.


(Imagem: Renelagh, Interior da Rotunda - Canaletto)

[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]

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