Mundo Árabe e Israel: a Não Normalização de Relações Serve Interesses dos Seus Inimigos


Com todo o devido respeito pelos líderes árabes: parem com o fingimento. Qualquer um que siga de perto os eventos no Médio Oriente conhece bem as típicas platitudes árabes que, sinceramente, já cansam. Contudo, deu-se um desenvolvimento interessante: a liga Árabe colocou o Hezbollah na lista de grupos terroristas...embora com um senão.

O Médio Oriente como um Poderio

Os líderes árabes metem dó na medida em que permitem que forças externas os ponham para baixo (i.e. mantê-los divididos, sub-desenvolvidos e como laboratório de testes militares) à custa do povo, em vez de se unirem - não para a guerra  mas – para a construção de um futuro melhor. Eles provam que o inimigo do povo muçulmano, no Médio Oriente, não são os americanos nem os europeus mas os seus próprios líderes – em quem recai a responsabilidade do desenvolvimento humano das suas respectivas nações.

O PM Bibi Netanyahu já convidou as nações árabes a unirem-se a Israel uma vez que as vantagens de fazê-lo são inúmeras. Mas para que essas floresçam os estados árabes precisam de se purgar das habituais platitudes; mas mesmo assim, a criação da mudança irá levar bastante tempo porque os líderes árabes (instigados pelos ocidentais) ensinaram o povo árabe a odiar Israel – uma palavra que virou a sinédoque de Judeus - desde que o Abdel al-Nasser defendeu o Pan-Arabismo (que em vez de se concentrar somente na grandeza da união árabe, acabou por se transformar num Projecto de Ódio ao Judeu); e é por isso que as vozes árabes que começam agora a apelar à normalização das relações com Israel parecem estar a ser ignoradas (para além do mais, será que o Ocidente tem algum interesse na normalização destas relações? A obsoleta maneira de fazer política dita que há mais proveito na continuação dos conflitos no Médio Oriente).

Parar com o Fingimento

Sempre que um líder, um perito ou um comentador árabe diz algo acertado, logo a seguir ele ou ela dirá algo estúpido – perdoem-me a linguagem frontal. Por exemplo:

  • Quando o Chefe de Segurança do Dubai disse que chegara a hora dos árabes normalizarem os laços com Israel, que a Palestina deveria mas é esquecer a solução de dois estados (algo que a maioria começa agora a ver mas que se recusa a admiti-lo em público), que os árabes na Palestina deveriam viver sob a lei israelita; de imediato disse a coisa mais estúpida que uma pessoa poderá dizer: um dia os árabes/muçulmanos irão ultrapassar os judeus em número e Israel tornar-se-á um estado islâmico árabe. 
  • Quando um comentador de TV egípcio estava a criticar o Hamas e a sua falta de estratégia em relação a Israel (i.e. atacar um país muito mais forte que raramente sofre baixas em comparação com o Hamas) e a animosidade sem sentido em relação ao Povo Judeu; de imediato ele amaldiçoou Israel e afirmou querer que os israelitas ardessem no inferno (estar-se-ia ele a referir-se a todos os israelitas ou só aos judeus?). 
  • Quando o Parlamento árabe, afiliado à Liga Árabe, designou o Hezbollah como grupo terrorista, explicou a decisão dizendo que “as práticas do Hezbollah (...) têm como objectivo minar a segurança de muitos países na região”; só que Ahmed al-Jarwan tinha que dizer a coisa mais parva que uma pessoa poderia dizer “Espero que o Hezbollah aponte as suas armas a Israel”. 

O ódio que Nasser tinha dos judeus ficou tão enraizado no tecido árabe que ainda que saibam qual a coisa correcta a fazer, é-lhes extremamente difícil livrar-se do génio do mal que se senta no seu ombro; e por isso o resultado é um comportamento ilógico e estupidez mental. Está a tornar-se cansativo e já cheira mal.

Quantas nações árabes fazem negócios com Israel? A maioria, ainda que de uma maneira velada. Isto é pura hipocrisia e é chegada a hora de se libertarem dos grilhões das mesquinhez e de sentimentos contraproducentes; porque sejamos francos: quem perde mais com tudo isto? Certamente não Israel. Por isso, neste momento, as nações árabes têm uma escolha: ou acordam para a realidade e normalizam as relações com o Estado Judaico ou, então, não o fazem e permanecem sendo o animal doméstico do Ocidente.

Conclusão

Israel está aqui para ficar. Acusar o Estado Judaico disto e daquilo, usar a comunidade internacional para o minar, colocar os cidadãos israelitas (de origem árabe) numa posição ingrata e traidora, não irá mudar a realidade no terreno; por isso, está-se a desperdiçar demasiado tempo e demasiadas oportunidades. Está na hora das nações árabes acompanharem os tempos. Carpe Diem. Não basta construir prédios modernos para atrair turistas ocidentais e investidores; os árabes têm mesmo de alterar a sua postura, o seu discurso e tornarem-se mais credíveis porque quando os seus lábios dizem uma coisa mas as suas acções dizem outra, eles mostram-se que não são parceiros de confiança para transformar o Médio Oriente. E se não o são: qual o futuro daquela bela região?
Usar o Islão como base para impedir que os árabes reconheçam qualquer direito soberano dos judeus sobre a Terra de Israel é recente. Tais crenças não são fundamentadas pelas fontes islâmicas clássicas. Concluir que o anti-Sionismo é a evolução natural da fé islâmica está errado. Esta conclusão representa a falsa transformação do Islão (enquanto religião) em uma ideologia secularizada. - Sheikh Abdul Hadi Palazzi

"(..) a falsa transformação do Islão (enquanto religião) em uma ideologia secularizada"...que ironia, n'est-ce pas?

(Imagem: Golfo de Aqaba - Jean-Léon Gérôme) 

[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]

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