Cabeça de um Homem a Gritar de Matthias Grünewald |
Le mot d’incompetence na cena política é “tax avoiders” para os americanos e “tax evaders” para os europeus, uma disposição fiscal que é supostamente praticada pelas grandes multinacionais. Não me vou imiscuir nesta salada política, vou antes concentrar-me na regra do bom senso: “ antes de accionares a boca certifica-te de que a mente está a funcionar”.
O Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, fez um discurso; que obviamente foi traduzido para inglês a partir de uma outra língua, tornando-o aborrecido e exasperantemente cansativo; sobre paraísos fiscais e fuga aos impostos na Europa. Num dos parágrafos falou em “fraude ilegal” e “evasão inaceitável”, que quer isto dizer?
No antepenúltimo parágrafo desse mesmo discurso o sr. Barroso diz que “é tempo de avançar sem mais palavras ou análises, mas sim pela implementação da proposta concreta e pelas acções”. Qual é o sentido desta frase?
O PM inglês, David Cameron, escreveu cartas aos protectorados ingleses instando-os a assinar Tratados Internacionais relativos à partilha de informações entre países, sobre pessoas e empresas, para assim melhorarem a sua política de transparência. Mas transparência para quem? Esses países afirmam agir de acordo com a lei internacional.
Diz ainda o PM nessas cartas que “respeita o direito desses países cobrarem impostos baixos, mas que estes são sustentáveis se o que se paga corresponde ao que se deve”. Mas primeiro ministro, essas regiões autónomas estão satisfeitas com os impostos que colectam; seria interessante se pudesse elaborar o seu pensamento.
Estas duas proeminentes cabeças dão-me vontade de rir às gargalhadas, porque se todos devemos pensar, então um governante tem obrigação de o fazer amiúde.
O sr. Presidente da Comissão, por exemplo, quer agir sem mais palavras ou análises; meu Deus! Fazer leis sobre intromissão na vida dos cidadãos europeus, e quiçá invejar os mais bem sucedidos (caça ao dinheiro dos cidadãos mais ricos) por decreto, deveria requerer análise profunda e reflexão prolongada; porque, por exemplo, quando o sr. Durão Barroso foi eleito para governar este país, ele disse-nos que portugal estava de tanga e em vez de lutar pela sua pátria, pisgou-se, foi para a Bélgica, e agora é só vê-lo a puxar por leis que beneficiam os invejosos que uma vez chegados ao poder podem perseguir outros. Claramente não pensou na sua decisão, nem a analisou; porque portugal agora está quase nú.
Quanto ao sr. Cameron, é o típico caso de memória curta, porque quando foi conveniente criaram-se zonas francas por dá cá aquela palha; fecharam-se os olhos quando países se tornaram paraísos fiscais para atrairem capitais estrangeiros e tornarem-se destino de férias para ricos e famosos.
Enfim, conjugar pensamento com reflexão e depois agir nunca foi o forte dos políticos...shame on you!
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