Estará Israel Prestes a Adoptar o Relatório de Levy?


O Primeiro Ministro Netanyahu busca alargar a sua coligação e para esse efeito convidou Yitzkhak Herzog (do Partido Trabalhista) e tornou a convidar Avigdor Liberman (do Yisrael Beiteinu) para formar um governo de unidade. A priori, estas manobras políticas indicam que Israel se está a preparar para dar um grande passo e, logo, precisa de ter uma maior representação popular na sua administração. Mas sabendo que a maioria dos israelitas está contra o Governo de Unidade nacional, especialmente com um partido de esquerda, o que é que o PM Netanyahu andava a fazer?

A Posição de Yitzkhak Herzog

Foi noticiado que, para se juntar ao governo, Yitzkhak Herzog exigiu pelo menos duas pastas: Justiça e Cultura. Esta exigência deverá ser vista como uma armadilha porque, na perspectiva da esquerda, a direita não pode ser vista como sendo mais progressista do que eles ao ter duas mulheres no comando de dois ministérios tão importantes. Para além do mais, a Cultura e a Justiça são duas pastas que a Esquerda tem de controlar devido à máxima importância que têm para o seu activismo (leia-se: propaganda, duplo-pensar e nova-fala) e para a erosão do Estado Judaico por dentro (perseguição dos tais colonos e dos judeus religiosos).

Também foi reportado que o Sr Herzog exige uma paragem total da construção na Judeia e Samaria, ainda que de facto não se construa na região (por isso, temos de partir do princípio que esta exigência seja para consumo interno do partido) – este tipo de acção insignificante é mais uma prova de que precisamos de novas formas de fazer política, e que ter o partido trabalhista no Gov. não iria trazer nada de concretamente novo nem de produtivo.

As Demandas de Avigdor Liberman

O Sr Liberman, depois de ter acusado o PM Netanyahu de não ser verdadeiramente de direita, tornou-se mais disposto a juntar-se ao governo de unidade se três condições se reunissem:
  • O seu partido fica com a pasta da Defesa - confirmado
  • Pena capital para terroristas - confirmado
  • Reformas do sistema de pensões - ainda por confirmar
Avigdor Liberman tornou-se mais razoável e mais aberto a negociações.. As suas exigências pareceram mais simples que as do Sr. Herzog, ainda que mesmo assim aquelas possam vir a  representar também um problema para o líder do Likud, no futuro, já que não irão ser recebidas sem causar fricção. Não obstante, sob a nossa perspectiva, é melhor ter o Yisrael Beiteinu a bordo do que a União Sionista – que só iria minar as políticas do governo nacionalista por dentro. Para além disso, o Sr Herzog e a Tzipi Livni querem deitar abaixo o Naftali Bennet – o líder do Habayit Hayehudi, o partido Sionista Religioso que aos poucos está a ganhar terreno em Israel.

O que estará Israel a tramar?

A julgar pelo comportamento do Estado Judaico desde o ano passado (i.e. Anexação do Vale do Jordão, e o anúncio de que os Montes Golan permanecerão sob a soberania israelita), devemos presumir que Israel esteja prestes a anunciar a adopção do Relatório de Levy (NB: para ler o Relatório completo em Inglês, clicar aqui). Se assim for, então precisa de ter mais peso dentro de Israel, de modo a ter uma representação mais ampla, e para esse fim teria feito todo o sentido ter o Partido Trabalhista (Avodah) a participar neste momento histórico, mas será que pode confiar nos socialistas, e será que a intenção era mesmo trabalhar directamente com eles?

A resposta é não. Os socialistas não são de confiança porque – juntamente com os seus amiguinhos internacionais – ao longo dos anos criaram uma indústria anti-Israel incrível; indústria essa que envolve largas somas de dinheiro de donativos e vastos interesses na Europa, nos EUA, na África do Sul, Nova Zelândia e nos Estado Árabes. Se se encontrar uma solução permanente, uma que traga paz, o que irá a Esquerda fazer com toda a estrutura que construiu? Não. Na nossa opinião, a intenção nunca foi trazer a União Sionista para a coligação, mas sim encorajar o partido secular-nacionalista de Avigdor Liberman a juntar-se ao governo.

Podemos estar, contudo, a ler mal o cenário, e se calhar o PM Netanyahu estava até a tentar equilibrar a situação (para, como a maioria gosta de dizer, manter a Administração Obama fora do seu caminho); mas os sinais apontam para uma dança política e, somos da opinião de que ele tem de correr os necessários riscos para o bem de Israel - isto é, dar um passo mais corajoso em direcção à redenção do Estado Judaico e finalmente adoptar o Relatório de Levy, para além de acabar com a charada de 52 anos.
Israel deveria claramente afirmar que “as actividades dos colonatos” israelitas estão na verdade em plena consistência com a lei internacional vinculativa. Qualquer afirmação em contrário pronunciada por uma ainda aspirante “Palestina” seria somente baseada em interpretações incorrectas desta lei crítica. - Louis René Beres

עם ישראל חי 


[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]

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