Guerra dos Seis Dias: Quando Se Quer Paz, Faz-se Paz



Esta semana, no dia 5 de Junho, é o aniversário da Guerra dos Seis Dias. Este blogue celebra esta data em específico porque – tal como fora escrito – Jerusalém foi reunificada e a Judeia & Samaria foram reconquistadas. Mais uma profecia que se cumpriu. Mas, como todos sabemos, isto não foi o fim da peleja do Povo Judeu; isto foi somente o princípio do caminho em direcção ao 'Fim dos Dias'.
As Nações Árabes, com o apoio do Ocidente e dos Soviéticos, decidiram que a guerra contra os judeus seria um projecto a longo prazo e que teriam de ser pacientes.

Duas nações muçulmanas (uma árabe, outra egípcia), contudo, enfiaram os interesses colectivos árabes na gaveta, e lutaram pelos seus interesses nacionais individuais, antes que os seus países implodissem.
A história já nos mostrou, vezes sem conta, que é possível obter paz quando duas partes assim o desejam. Dizer que se quer paz não é o mesmo que querer paz; e quando se quer paz, uma pessoa não fala em fazê-la, simplesmente fá-la.

Acordo de Paz Egipto-Israel
Em 1974, após a Guerra do Yom Kippur, o Egipto e Israel assinaram um Acordo de Separação de Forças (que compreendia a retirada de Israel do lado egípcio do Suez Canal, a troca de Prisioneiros de Guerra e a subsequente re-abertura do Canal), que abriu caminho para uma existência mais pacífica entre os dois países na área do Suez Canal.
Em 1975, os dois países assinaram um acordo interino que significava que o Egipto estava a dar passos em direcção ao fim do conflito com Israel (através do qual ficou acordado uma retirada mais profunda israelita de territórios do Sinai, resolvendo o conflito não por meios militares mas por meios diplomáticos).
Em 1979, assinou-se um tratado de paz (que anulava o anterior) baseado nas Resoluções da ONU 242 e 338 (i.e. Israel concordou retirar-se completamente do Sinai, o Egipto concordou em fornecer petróleo a Israel e em desistir do controle de Gaza, os EUA ajudariam o Egipto e reconstruiriam as pistas de aterragem em território israelita); tendo assim mudado o curso da história.

Acordo de Paz Jordânia-Israel
Independentemente das circunstâncias (i.e. Dificuldades económicas e do Acordo de Oslo) que conduziram a Jordânia a assinar o acordo de paz com Israel, em 1994; o facto é que se fez paz. O tratado de paz assinado basicamente dizia que não haveria acordos de segurança bilaterais (já que os dois países não eram os piores dos inimigos), cobria procedimentos para construir relações entre os dois países e outra terceiras partes; a Jordânia tornar-se-ia um tampão estável contra o Iraque; e Israel reconheceria a Jordânia como o país dos jordanos (i.e. jamais iria, no futuro, apoiar a ideia de uma Palestina em território jordano).

Este dois países muçulmanos travaram guerras devastadoras contra Israel. O Egipto e a Jordânia foram os principais administradores dos territórios pré-1967: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia (respectivamente). Logo, por que é que os Árabes da Palestina (que tecnicamente não possuem direitos legais sobre a “Palestina: a nação histórica do Povo Judeu” segundo a lei internacional) não conseguem fazer paz com Israel? Os mais optimistas dizem que é porque os árabes não conseguem pensar para lá de 1948 (quando o Estado de Israel foi estabelecido), isto é, não conseguem ir para lá das questões criadas durante a Guerra de Independência de 1947-48: a “perda” de território e o direito de retorno a Israel dos refugiados Árabes. Contudo, os realistas sabem a verdadeira razão, tal como a Fatah disse (no mês passado): “o que foi tirado pela força só pode ser reavido pela força, no 67º aniversário do Nakba.” - os árabes da Palestina, que construiram uma identidade nacional baseada no “sentido de perda territorial” (contrariando a definição de identidade nacional: história, tradição, cultura, língua, religião, símbolos nacionais específicos), não querem paz, certificam-se de incitar os seus irmãos contra a paz; e, por isso, se o mundo quiser dar assistência a Israel para acabar com o derramamento de sangue, terá então de re-direccionar a sua atenção para os árabes da Palestina e pressioná-los para chegar a um acordo.

Israel quer paz. Os israelitas querem paz. Na Sua Terra.
A tal Solução de Dois Estados já existe na prática: o Estado de Israel e a Faixa de Gaza (e antes que os críticos comecem a querer fazer com que nos lembremos do quão sobre-populada a Faixa de Gaza está, sugiro que leiam este artigo [em inglês] que refuta tal argumento) – logo, por que é que o mundo insiste numa solução final irrealista?
Devemos concluir que a ausência de um acordo de paz entre Israel e os Árabes da Palestina deve-se não só à falta de vontade política árabe (que se revela fútil) mas principalmente porque o conflito serve os interesses do Ocidente?

O Médio Oriente está farto de guerras. Os habitantes do Médio Oriente merecem melhor.
Se o Ocidente quer que o Médio Oriente se veja perpetuamente envolvido em conflitos, então deveria ser desqualificado da posição de mediador de qualquer assunto que diga respeito à região.  Talvez uma Abordagem Sadat-Begin seja o exemplo a seguir (i.e. o acordo preliminar foi obtido sem interferência externa).

No dia 5 de Junho de 1967, Israel reunificou a Cidade do Rei David. Eventualmente a paz foi feita com países soberanos directamente envolvidos no conflito.
Do dia 5 de Junho de 2015 em diante, Israel deveria começar a trabalhar com base na reunificação de Eretz Yisrael. Mas desta vez, já que as entidades directamente envolvidas no conflito não têm qualquer interesse em fazer paz, Israel deveria arranjar maneira de a obter virando-se para Meca.


(Este artigo foi produzido graças à contribuição de Cristina C. Giancchini)

(Imagem: Sexta à Noite no Kotel - Alex Levin)

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