Política: Arte ou Artificialidade? O Quê, Quem, Quando, Onde e Como



A política é fascinante; contudo, infelizmente, desceu de nível: de Arte passou a ser uma Artificialidade. Logo, não é surpresa nenhuma que muitos de nós tenham começado a colocar em causa a política e a procurar respostas concretas às seguintes perguntas: o que é a política, quem deveria estar na política, quando é que começou a dar para o torto, onde se dirige e como poderemos mudá-la?

O QUÊ
Por definição, Política significa:
“A arte ou ciência do governo ou de governar, especialmente o governo de uma entidade política, tal como uma nação, e a administração e controle dos seus assuntos internos e externos.”
ou
“As actividades ou assuntos levados a cabo por um governo, político ou partido político.”

Em tempos, foi de facto uma arte; mas tal como já foi dito, hoje: não é mais.
Nos tempos hodiernos, a política é nada mais que um reflexo faríngeo suprimido: ao suprimir a contracção reflexa, qualquer coisa poderá passar (dentro de um contexto político, isto deverá ser interpretado como a capacidade de qualquer um poder aceder ao mundo político). Ainda que um termo científico tenha sido empregado para fazer a analogia, não há nada de científico no modo como a maioria dos políticos (que tiveram acesso ao poder através do processo de supressão do reflexo de engasgo) governa ou conduz os seus assuntos – poder-se-ia mesmo dizer que o fazem de um modo bastante bulímico.

Exemplo A: um político que seja de origens humildes e que use a política como veículo de auto-enriquecimento. Este indivíduo ou utiliza a sua posição corrente para construir uma rede de contactos (para mais tarde serem utilizados na sua empresa, fundação etc) ou faz uso dela para passar leis que o venham a beneficiar a si aos seus comparsas.
Exemplo B: um político que seja originário das camadas mais altas e que use a política como meio para assegurar que o seu grupo de elite (seja ele de que côr fôr) obtenha ou retenha o poder em sectores chave.
Exemplo C: um político mascarado de um cidadão interessado, ou de empregado de uma ONG. Este indivíduo é o exemplo mais corrosivo de políticos porque ele não foi eleito pelo povo, logo as suas acções corrosivas não poderão ser responsabilizadas pelo eleitorado (ainda que não estejam imunes à imputação de culpa).

QUEM
A política, hoje em dia, baseia-se na ideologia do “ou comemos todos do mesmo prato ou não come ninguém”; sendo que o prato de onde se come é aquela coisa maravilhosa a que chamamos Demokratia. Já alguma vez pararam para pensar porque é que os esquerdistas (principalmente) são tão antagónicos em relação às “Dinastias Políticas” e “Monarquias”? Não é que temam elites, é porque eles sentem que se se permitir que os mencionados grupos existam, eles talvez não possam “comer do mesmo prato”; talvez não sejam mais ser convidados para a Festança e os fundos poderão parar de rolar na sua direcção. Mas claro, este tipo de pessoa (com este tipo de pensamento) é pouco inteligente porque a Arte de Governar e de Conduzir Assuntos não é linear. Não é simplista, e partir de certos princípios revela somente a impotência intelectual dessa gente, e desqualifica-a de serem membros apropriados da classe política.

Logo, quem deveria estar na política? Somente pessoas que coloquem o bem-estar da nação acima de todas as coisas, que defendam os interesses supremos do seu Povo e que respeitem o mandato por ele concedido (independentemente da forma como foi feito); ao mesmo tempo que compreendem as teias complexas tecidas para suportar o sistema.
Os indivíduos que entrem para a política para corromper o andamento do país (num total desrespeito pelo bem-estar da maioria) deveria ser julgado após o facto – e pela lei e pela grei, ainda veremos o dia em que tal sistema será colocado em prática. Nenhuma acção prejudicial ficará por punir.

QUANDO
A política começou a dar para o torto no dia em que se inventou o conceito da Revolução do Povo.
Sejamos honestos, nunca é o povo a fazer revoluções – aquele é somente um instrumento. As revoluções foram sempre planeadas, organizadas e implementadas pela Aristocracia (o planeador), a Burguesia (o organizador e banqueiro), os pobres urbanos (as marionetas que fazem barulho e criam o caos) e os camponeses (os leais seguidores dos dois primeiros, que no fim pagam sempre o preço por isso). Assim que o “monarca” seja deposto, a Aristocracia e a Burguesia recompensam os pobres urbanos com o poder contido, que depois se viram contra os camponeses.
Uma vez no poder, os ex-pobres urbanos distribuem empregos no estado por outros ex-pobres urbanos, passando depois anos a pensar como minar aqueles que os colocaram lá no princípio – os aristocratas e os burgueses; que, por sua vez, passam anos a arrependerem-se de alguma vez terem dado qualquer tipo de poder aos seus protégés e, logo, passam o mesmo número de anos a lembrar-lhes as suas origens (algo extremamente desagradável de se fazer, aos olhos dos ex-pobres urbanos pretensiosos).

Este ciclo vicioso desviou a política do seu verdadeiro curso e, deste modo, transformou a arena política num espectáculo de horror: ausente de ética, de ordem e um vero propósito a não ser o de produzir dinheiro (mesmo que irreal) para escapar à influência dos Patronos (que também fazem de tudo para não perder essa influência).

ONDE
Por isso, se este ciclo não for interrompido, onde irá a política parar? À destruição caótica.
Os meus respeitados leitores sabem bem do que falo porque já estamos praticamente lá:

  • Pacta Non Sunt Servanta – os países interpretam a lei internacional à sua maneira e muitos nem se dão ao luxo de a respeitar.
  • O institucionalismo internacional é um falhanço total – mas muitos se agarram a ele porque apesar da sua ineficiência crónica, o sistema é uma máquina de emprego (mas por quanto tempo mais é que os contribuintes continuarão a aceitar pagar salários de indivíduos que só servem os seus próprios interesses?)
  • Mentiras, propaganda barata e Ódio ao Judeu são a ordem do dia
  • Falsificação histórica é a moda – países, identidades culturais e apelos à auto-determinação são falsificados e tudo o que os protégés fazem (de modo a se libertarem dos Patronos) é seguir o exemplo de Hitler “Faz com a Mentira seja Grande, Fá-la Simples, Repete-a Ininterruptamente e eventualmente eles acreditarão”.
  • A Ética jornalística morreu: estamos de volta às eras Nazi e Comunista. A imprensa hoje (salvo raras excepções) não informa, faz propaganda. Mente descaradamente. 
  • Os líderes religiosos estão a voltar sorrateiramente à política, tentando preencher um vazio. Mas já vimos do que são capazes quando entram e, não é bonito. 
  • Etc etc...

COMO
Como podemos mudar tudo isto? Precisamos de uma nova raça de políticos com as seguintes qualidades: Financeiramente independente, Livre tanto do complexo aristocrático como do complexo de subserviência interessada, Destemida (i.e se necessário irá contra os seus), Incorruptível corrosivamente e Incondicionada (NB: acrescentaríamos o adjectivo 'inovador' mas tornou-se claro que os mentirosos e ladrões políticos são a espécie mais inovadora de todas, logo mencioná-lo não seria uma grande inovação). O novo político vira-se para o povo, porque sabe que este é o Activo principal de qualquer nação; o novo líder não faz promessas vãs, e será honesto dentro do possível; como resultado, o povo ouvirá o seu grito e erguer-se-á sem questionar porque sabe que o grito do líder é igual ao seu grito quando sofre pela sua nação.

Mas hélas...onde se esconde tal líder?
E quando estará o povo preparado para receber este político?


(Imagem: Gracia Nasi - Agnolo Bronzino)

Comentários

  1. Olá, Max!
    Eu também gostaria de saber onde se esconde tal raridade.
    Bem primeiro seria o choque, seguidamente o povo interrogar-se-ia acerca da possibilidade da existência, de uma figura política que não fizesse uso da inverdade.
    Ultrapassado o espanto, abraçá-lo-iam e o incorruptível aceitaria tais manifestações de carinho; porque não se chamaria Manuela Ferreira Leite ;)

    Bjcas

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    Respostas
    1. Olá Lenny :D!

      LOL pois, se calhar o povo nem sequer está preparado para tal líder (de tão habituado a que está que lhe mintam).
      ROFL ROFL ROFL Ainda me lembro dessa cena com a Sra Manuela Ferreira Leite LOL....

      Lenny, obrigada pelo comentário :D. Sempre um prazer.

      Beijocas

      Eliminar

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