Vários líderes mundiais fizeram discursos, diante do encontro anual da Assembleia Geral da ONU (UNGA, 24-29 Setembro). Esta semana iremos comentar (num post por dia) os discursos de quatro líderes que captaram a nossa atenção, pelas mais variadas razões.
Hoje, começaremos pelo discurso do Presidente dos Estado Unidos da América pelo seu conteúdo inovador.
Presidente Obama
"Nenhuma criança nasce a odiar, e nenhuma criança -- em lado algum -- deveria ser ensinada a odiar outras pessoas. Não deveria haver mais tolerância aos chamados clérigos que apelam às pessoas para fazerem mal a inocentes só porque são judeus, cristãos ou muçulmanos."
Os EUA, apesar da ambiguidade do Departamento de Estado, está atento à campanha de incitamento levada a cabo pelo Hamas, pela Fatah e outros grupos Islâmicos à volta do mundo. O Presidente Obama reconhece que muitos líderes islâmicos ensinam as suas crianças a odiar os kuffar - o que é inaceitável. Porém, também estava a enviar uma mensagem a líderes de comunidades cristãs e judaicas que fazem a mesma coisa (seja por reacção a actividades islamistas ou não).
"Isso significa cortar o financiamento que dá alimenta este ódio. Está na hora de acabar com a hipocrisia daqueles que acumulam riquezas através da economia global para depois canalizar os fundos para aqueles que ensinam crianças a destruir tudo."
As nações árabes (e.g. Qatar e a Arábia Saudita) que se enriquecem devido à nossa sede de energia, não deveriam morder a mãos que os alimenta - a patrocinar o terrorismo global. Não mais lhes será permitido safarem-se de certas situações devido à sua riqueza.
"Está na hora de reconhecer a destruição causada pelas guerras proxy e as campanhas de terror entre sunitas e xiitas por todo o médio oriente. (..) Sejamos claros: esta é uma guerra em que ninguém está a ganhar."
O Irão (através do Hezbollah e da Jihad Islâmica), os sauditas e os qataris (através do Al-Nusra, Ahrar al-Sham, Hamas, Fatah, Taliban etc) deram à luz monstros que se viraram contra outros muçulmanos pelo mundo inteiro. O plano deles não funcionou: a América e Israel não foram destruídos. Chegou o momento de reverter tais planos para bem dos muçulmanos no médio oriente e além fronteiras.
"Compreendam, a situação no Iraque e na Síria e na Líbia deveria curar qualquer pessoa da ilusão de que o conflito Árabe-Israelita é a principal fonte dos problemas na região. Por demasiado tempo, foi usado como desculpa para distrair as pessoas dos problemas domésticos. A violência que assola a região hoje fez com que demasiados israelitas estivessem dispostos a abandonar o trabalho pesado que conduz à paz."
Finalmente, um líder político teve a coragem de ver e dizer o óbvio: o conflito Árabe-Israelita não é o cerne da desestabilização do médio oriente.
Reparem que o POTUS não disse "conflito Palestino-Israelita" mas sim "conflito Árabe-Israelita" - o presidente Obama finalmente admitiu que o mundo árabe inteiro tem vindo a patrocinar o conflito há mais de 65 anos, de modo a destruir o único estado judaico no mundo. O Presidente Obama re-afirmou o apoio americano a Israel e afirmou que, num futuro próximo, haverá mudanças na política americana no modo como lida com Israel e os seus vizinhos.
"Enquanto eu for presidente, nós iremos defender o princípio de que israelitas, palestinianos, a região e o mundo serão mais justos e mais seguros com dois estados a viver lado-a-lado, em paz e segurança."
O presidente Obama está a dizer às nações árabes que a hora é chegada em que eles devem mostrar as suas verdadeiras intenções ao dizerem à "Palestina" para aceitar a oferta que virá a caminho. (NB: o presidente disse "lado-a-lado" o que sugere que ele esteja preparado para se desviar do plano por ele delineado no discurso do MENA, em 19 de Maio de 2011 "Nós acreditamos que as fronteiras de Israel e Palestina devessem ser baseadas nas linhas de 1967 com trocas de território, acordadas por ambas as partes, para que fronteiras seguras e reconhecidas possam ser estabelecidas para os dois estados." - poderá ele estar a reconhecer a oferta egípcia [i.e. a Opção do Sinai]?).
Em suma: o discurso do presidente dos Estado Unidos da América é digno de um líder mundial. Ele abordou todos os assuntos que hoje afligem o nosso globo: o ISIL/IS, a crise Ucraniana, o programa nuclear iraniano, a Ébola na Africa Ocidental, a necessidade de mudança dentro do Mundo Árabe - já para não falar na autocrítica enquanto líder da maior potência do mundo. O discurso do Presidente Obama também foi uma reafirmação de que os EUA estão prontos para liderar de novo.
(Fonte de Imagem: Galeria de Fotos da ONU)
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