A Santidade da vida & a Profanação da Morte

A Entrada do Cemitério de Caspar David Friedrich

Que semana! Aconteceu muita coisa, desde a passada terça-feira: foi cumprida uma promessa política; foi anunciada uma outra promessa política e um autoritário criminoso foi morto.

A Santidade da Vida
Gilad Shalit foi libertado há uma semana (no dia 18 de Outubro). O PM Netanyahu havia prometido que haveria de o trazer para casa e cumpriu-o. Ele colocou a vida do Gilad em primeiro lugar, ponto final.
Mas o que mais me interessa, neste momento, é a simbologia por detrás deste evento: o Gilad Shalit foi libertado numa terça-feira - no Judaísmo, as Terças são dias auspiciosos. O Gilad saiu do cativeiro no 18º dia - o número 18, no Judaísmo, representa o valor numérico da palavra Chai (Vida). E se adicionarmos, à equação, o mês de Outubro, o 10º Mês do calendário solar; teremos o número 10 que corresponde à Roda = evolução, novos começos, expansão, grandes oportunidades de sucesso. Será tudo uma grande "coincidência"?
No Judaísmo, a Vida é mais valiosa que o ouro, prata ou até diamantes; simplesmente porque foi El-Shaddai quem criou a Vida e, logo, todo o Judeu tem o dever de respeitar, valorizar e santificar Chai.

O Presidente Obama anunicou, na semana passada, que os EUA irão retirar todos os  soldados do Iraque até ao fim deste ano.
Claro que nasceram imensas teorias para justificar esta decisão: alguns dizem que foi por causa dos Iraquianos que, inspirados pelos Iranianos, não prorrogaram a imunidade legal dos soldados Americanos; outros defendem que a decisão foi baseada na intenção de poupar dinheiro que os EUA tanto precisam; outros advogam que a medida tem como intenção atrair os votos daqueles mais à esquerda. Eu estou mais inclinada a pensar que a decisão tenha sido tomada com base em algo mais complexo, contudo irei numa direcção totalmente diferente.
O anúncio do Presidente Obama pode ser visto como uma forma de preservar a Vida. A violência está a aumentar no Iraque e como este país parece estar a associar-se com o Irão, seria lógico pensar que a violência rapidamente se viraria para os soldados Americanos; logo, poder-se-ia dizer que os EUA estão a antecipar-se e a preservar a Vida daqueles que lutam para manter segura a existência não só dos cidadãos Americanos como também de todos os cidadãos do mundo.

A Profanação da Morte
Muammar Gaddafi está morto. Não vou fingir que sinto imenso o seu falecimento, porque não sinto; mas também não o festejo.
O Gaddafi  era um autoritário assassino que falhou amargamente perante o seu povo. O CNT (conselho nacional de transição) diz ser diferente do anterior regime, mas quando chegou a hora de provar que se inclina para um Estado de Direito, falhou ao permitir que os seus "soldados" executassem o Gaddafi no mesmo dia em que o capturaram. Não gostei de os ver a tratarem o cadáver de Gaddafi com tamanho desrespeito. Ao fazê-lo o CNT provou ter pouco respeito pela Vida e muito menos ainda pela Morte.

O total desrespeito Líbio, por um cadáver, fez-me lembrar o desrespeito que os Congoleses mostraram ter pelo cadáver de Laurent Kabila (em 2001); também me fez recordar a total falta de respeito que os Angolanos demonstraram ter pelo cadáver de Jonas Savimbi (em 2002); e, o desrespeito que os Muçulmanos, no Médio Oriente, exibem pela morte quando usam cadáveres para fins propagandistas.

Deus expirou vida para a carne e fez-se Homem. Deus inalou vida da carne e fez-se Alma. Logo, Vida e Morte são sagradas...

Comentários

  1. Nunca pensei que Israel fosse trazer o soldado raptado de volta, confesso. Por isso vê-lo de volta à família e ao seu país foi uma surpresa agradável. No meio de tanto caos ainda há espaço para boas notícias.
    Pergunto-me, enquanto Portuguesa, se um soldado Português fosse raptado se Portugal faria de tudo para o reaver (ou então, se teria meios para o reaver)?
    Quanto ao Qadhafi: epá, ainda bem que morreu...já não podia mais com ele. E não tenho muita fé no novo governo provisório: que a Inteligência Suprema ajude a Líbia.

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  2. Parabéns a Israel e ao Gilad Shalit!!

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  3. Olá Anónimo :D!

    "Nunca pensei que Israel fosse trazer o soldado raptado de volta, confesso. Por isso vê-lo de volta à família e ao seu país foi uma surpresa agradável. No meio de tanto caos ainda há espaço para boas notícias."

    Foi óptimo ver a família, e a Família, reunida :).

    "Pergunto-me, enquanto Portuguesa, se um soldado Português fosse raptado se Portugal faria de tudo para o reaver (ou então, se teria meios para o reaver)?"

    Gosto de pensar que sim, que faria de tudo para o recuperar. Quantos aos meios: se Portugal continuar a ir na conversa da esquerda...não penso que os terá.

    "E não tenho muita fé no novo governo provisório: que a Inteligência Suprema ajude a Líbia."

    É, os sinais que são enviados não auguram a algo de bom...mas vamos lá ver - poderemos ser surpreendidos.

    Anónimo, obrigada pelo comentário :D.

    Um abraço

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  4. Anónimo,

    Obrigada pelo seu comentário :D. Realmente, Israel está de parabéns.

    Um abraço

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  5. Max, afirmo-te que eu não concordava e não concordo com governos autoritários, mas também não me regozijo com assassinatos, seja de quem for, sou contrária a pena de morte em qualquer situação. E senti-me mal com a festa em cima do cadáver do Kadafi, não compartilho com esse tipo de comemoração.

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  6. CB, oi! :D

    Também não sou a favor de governos autoritários, mas o que aconteceu na Líbia com o Qadafi foi uma vergonha.

    Querida, muito obrigada pelo teu super comentário :D.

    Beijos

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