Cabeça de um Homem de Annibale Carraci |
O universo político está fecundo de falsas questões. Abaixo, serão abordadas três questões que são politicamente manuseadas afim de justificar a política barata.
Questão Falsa #1
A corrupção impede que África se desenvolva.
A corrupção está espalhada pelo mundo inteiro, mas o povo denuncia-a e luta contra ela. A maior parte do globo implementa a democracia apesar da corrupção; isto é, as pessoas elegem o seu governo a cada 4-5 anos, têm direito a educação, cuidados de saúde, liberdade de expressão (de assembleia, de associação, de religião etc) e às mesmas oportunidades para que possam ajudar a desenvolver o seu país. O mesmo não ocorre na maior parte da África sub-saariana, porquê? Porque a presente situação serve os interesses de alguém. A elite Africana estuda no estrangeiro (onde condena fortemente a situação Africana) mas quando volta para casa cede ao status quo por temer represálias e, durante o processo, permite que os seus co-cidadãos sejam arrastados na lama e na miséria por aqueles que vendem o seu país ao desbarato à China: os líderes Africanos.
Questão Falsa #2
Árabe-Israelitas.
Em Portugal, não chamamos aos nossos negros, Afro-Portugueses; não chamamos aos nossos Judeus, Judeo-Portugueses; não chamamos aos nossos Hindús, Indo-Portugueses; aos nossos Muçulmanos, ou mesmo árabe-descendentes, não chamamos Árabe-Portugueses...chamamos-lhes cidadãos Portugueses. Um cidadão nacional é um cidadão nacional independentemente do seu background cultural ou religioso.
O rótulo "Árabe-Israelita" representa uma mensagem subliminal e é politicamente perigoso: estes cidadãos apelidam-se nacionais Árabes ou Palestinianos com a cidadania Israelita; a quem juram lealdade: à Liga Árabe, a Gaza ou a Israel? Sem prejuízo, diria que a posição "Árabe-Israelita" soa a traição, e logo, um perigo para a segurança nacional.
Questão Falsa #3
Reconhecer o Estado Judaico não é, de maneira alguma, uma ameaça aos direitos daqueles Israelitas que professem o Islão, o Cristianismo, o Baha'i ou qualquer outra fé.
O Reino Unido é uma nação Cristã, de jure, e todos os cidadãos (independentemente da sua religião) gozam dos mesmos direitos e têm a mesmas responsabilidades. Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, os Estado Unidos (por exemplo) são países Cristãos (de facto) e no entanto os cidadãos de todas as fés têm os mesmos direitos e responsabilidades que qualquer Cristão.
Por isso, se os muçulmanos, descendentes de Palestinianos, Sírios, Iranianos, Egípcios, Jordanos e etc, nos países Ocidentais, reconhecem estes países como Cristãos e vão à tropa, cantam o hino nacional com fervor e respeitam a bandeira (que muitas das vezes contém símbolos Cristão [e.g. a bandeira Portuguesa até carrega as 5 chagas de Cristo]); qual é o problema de cantar o Hatikvah, respeitar a bandeira com o Escudo de David e ser leal ao Estado Judaico?
Visualizo o dia em que todos os Cristãos e Judeus, em países Árabes, gozem dos mesmos direitos e liberdade religiosa que qualquer cidadão muçulmano...
Que outras falsas questões conheces?
Mas bah, guria.
ResponderEliminarAqui no Brasil, toda vez que se fala em conteção de gastos públicos, lá vem a questão dos gastos com funionalismo(falsa questão); tais gastos jamais ultrapassaram 15% do orçamento, os demais 85%, onde estão too o tipo de investimentos e falcatruas, esses raramente veem a à discussão.
Como sempre gostei do seu texto.
Abração.
Oi Diler :D!
ResponderEliminar"Aqui no Brasil, toda vez que se fala em conteção de gastos públicos, lá vem a questão dos gastos com funionalismo(falsa questão); tais gastos jamais ultrapassaram 15% do orçamento, os demais 85%, onde estão too o tipo de investimentos e falcatruas, esses raramente veem a à discussão."
Esse é um óptimo exemplo! Parece que o mundo inteiro teme a contenção de gastos públicos (aquilo a que chamo de mamadeira pública); e no entanto as economias estão em baixo, em parte, por causa dos défices e dívidas públicas.
"Como sempre gostei do seu texto."
Obrigada, meu amigo :D. E obrigada pelo teu comentário.
Um abração.
Você pega no âmago das questões, Max, e discorre sobre todas elas com bastante propriedade.
ResponderEliminarDe momento só penso na farsa da educação, nas políticas públicas que deixam muito a desejar, falo de Brasil, embora o governo Lula, tenho dado um passo significativo na tentativa de mudar problemas seculares... E obviamente espero que a nossa presidenta Dilma Roussef, amplie as mudanças que necessitamos para uma verdadeira democracia e cidadania que ainda estamos longe de ser e de exercer.
E no mais, deixo um monte de beijos para você, minha tão querida Max!
Smack!! Smack!!
Oi CB :D!
ResponderEliminar"Você pega no âmago das questões, Max, e discorre sobre todas elas com bastante propriedade."
Obrigada pela tua generosidade, querida.
"De momento só penso na farsa da educação, nas políticas públicas que deixam muito a desejar, falo de Brasil, embora o governo Lula, tenho dado um passo significativo na tentativa de mudar problemas seculares... E obviamente espero que a nossa presidenta Dilma Roussef, amplie as mudanças que necessitamos para uma verdadeira democracia e cidadania que ainda estamos longe de ser e de exercer."
Desejo o melhor ao Brasil (pois tudo o que fizerem reflectir-se-á no seu maravilhoso povo); mas devo dizer que a política externa traçada pelo ex-presidente (e quem sabe futuro, de novo) Lula, e continuada pela Presidente Dilma, é perigosa e irá rebentar na sua cara, um destes dias - se não buscar alianças internacionais saudáveis.
Fiquei preocupada com o apoio dado, pelo Brasil, à Síria e ao Irão: dois países que violam os direitos humanos de forma repreensível. Será que o Brasil busca o mesmo exemplo para si?
"E no mais, deixo um monte de beijos para você, minha tão querida Max!"
Aaaahhh, obrigada! Montes de beijos para ti também, minha linda!!
Abração e beijosss