Moçambique: a nação que me viu nascer. Moçambique, a nação-mãe de imensos conhecidos meus, amigos e familiares maternos.
Qualquer Lusófono comete os seus crimes linguísticos no que toca ao Português (muitos até fazem parte da oralidade, e por isso os Polícias da Língua Lusófona fingem não ver/ouvir), mas na minha interacção com Moçambicanos (de Maputo) reparei que há um erro de Português recorrente que me faz confusão; e é exactamente essa inexactidão que iremos abordar hoje.
Os cidadãos de Maputo, tanto em solo nacional como na diáspora, confundem os verbos Ir (deslocar-se de um lugar para outro para lá ficar; afastando-se) e Vir (transportar-se para cá). Por exemplo:
- Ao telefone, uma jovem diz à sua amiga "Olha, já tenho aquilo que me pediste e agora venho aí!"
- "Hoje não venho almoçar aí"
- "Será que ele pode vir aí connosco?"
Durante anos pensei que este erro cultural (por assim dizer) fosse resultado da tradução do dialecto do Sul, mas depois soube que até no Ronga existem os verbos Kufamba (Ir) e Kubuyia (vir); por isso não entendo por que é que ao falar Português os Moçambicanos do Sul fazem esta confusão.
Poderia aceitar este assassínio da Língua Portuguesa como uma característica cultural, mas o amor à língua não mo permite (porque se começarmos a aceitar pequenos erros como certos; a língua, em vez de evoluir de um modo positivo, irá corroer-se). Assim, o modo correcto de usar o verbo Ir é:
- Ao telefone, uma jovem diz à sua amiga "Olha, já tenho aquilo que me pediste e agora vou aí!"
- "Hoje não vou almoçar aí"
- "Será que ele pode ir aí connosco?"
Postagem super interessante.
ResponderEliminarOi Hugo,
ResponderEliminarObrigada e agradeço o teu comentário.
Um abraço
Tais erros são mais comuns do que podemos imaginar.
ResponderEliminarApareça...
Beijo!
Até...
Os espanhóis queixam-se exactamente do mesmo erro que cometem os catalães quando usam o castelhano! Um abraço.
ResponderEliminarOi Angel :D!
ResponderEliminarObrigada pelo teu comentário, querida! Aparecerei com toda a certeza :D.
Beijos
Olá Vasco :D!
ResponderEliminarAi sim? Línguas, culturas, diferentes e contudo com as mesmas queixas lol...
Obrigada pelo comentário (amei) :D.
Um abraço
Creio que esse cuidado deve ser permanente, Max! Sim, mais do que desconhecimento, a meu ver, é descuido no uso do verbo no tempo correto.
ResponderEliminarBeijos e sempre grata pelas informações que nos trazes!
;)
Oi CB :D!
ResponderEliminarQue saudade, menina!
Pois é, és capaz de ter toda a razão ;).
Beijos e eu é que estou grata por partilhares os teus pensamentos :D...
Ciao
"É sempre bom termos o cuidado com o Idioma com o qual falamos"
ResponderEliminarSe ao menos, respeitássemos os tempos verbais já impressos, nos livros, gramáticas, dicionários etc., obteríamos resultados melhores e Satisfatórios no que concerne ao uso adequado do vocábulo de uma determinada Língua.
Bela postagem MAX, pois, a FLEXÃO dos verbos é meramente o poder de boas maneiras de comunicação. Thanks Guy!
Olá José Carlos :D!
EliminarBem-vindo ao Etnias.
Não poderia concordar mais consigo.
Obrigada: fico feliz por ter apreciado o nosso trabalho :).
"a FLEXÃO dos verbos é meramente o poder de boas maneiras de comunicação."
Muito bem dito.
José, obrigada pelo seu comentário e volte sempre :D.
Cumprimentos
Boas observações, todavia, mesmo
ResponderEliminarMesmo em Ronga fala - se do mesmo modo. Quando alguém diz "Na buia" é o mesmo que dizer "estou a vir" mas informando que está a se deslocar da posição em que esta para o outro onde precisamente está a pessoa com quem está a falar. É triste, se estiveres fora de contexto até pode significar o que os brasileiros chamam de gozar "se vir" =gozar=mast***
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